LEONEL VI - DESEJO REPRIMIDO - CAPÍTULO 4
CAPÍTULO IV – DESEJO REPRIMIDO
Horas mais tarde, Leonel, Floyd e Vitória pegavam a estrada, rumo a Belo Horizonte, os irmãos iam inicialmente no carro dela, e Leonel os seguia na moto. No caminho, os três revezaram na direção até chegarem à cidade. Lá, hospedaram-se num hotel perto de um grande clube da cidade, onde encontrariam o baterista.
Reservaram dois quartos.
Já no quarto em que os dois rapazes ficariam, Floyd disse, brincando, mas em tom sério, colocando a mochila na cama:
- Eu sei que você preferia dormir com a Vitória, Leo, mas eu preciso zelar pela honra da minha irmã. Vai ter que se contentar em ficar aqui mesmo comigo.
- Muito engraçado... falou Leonel, olhando em volta. – Mas quem vai pagar por isso? Não trouxe dinheiro pra pagar um hotel tão luxuoso. Aliás, eu não trouxe quase dinheiro nenhum. Papai quase me deserdou, antes de sair de Serra Negra.
- Ela, é claro! É a única filha de rico aqui. Quando a gente receber o cachê do show de Serra Negra, eu devolvo pra ela. Por que você acha que eu a trouxe?
- Eu estou ouvindo, viu!? – gritou ela do outro quarto que ficava ao lado do deles e tinha uma porta de comunicação. A moça apareceu e encostou-se no batente, com a sandália na mão.
- Bastardo! – ela xingou. – Que vontade de jogar isso na sua cabeça! Largo você no meio da estrada de volta a Serra Negra, hein?
Floyd riu e se aproximou dela, segurando-a pela cintura, beijando e lambendo seu rosto. Ela bateu nele.
- Já falei pra não fazer isso, porco!
- Continua com gosto de sushi. Sabia que você ouviria.
- Depois dessa tenho que tomar um banho e vou dormir um pouco, se vocês não se importam, ela disse, empurrando o irmão.
- Vai fundo. Acho que nem vou passar no clube hoje. Estou pregado.
- Somos três, falou Leonel, esticando os braços acima do corpo.
- Então bye bye! Juízo, crianças. Não faça nada que eu não faria com ele, Pink.
Leonel franziu a sobrancelha e Floyd olhou para ele, com um sorriso significativo no rosto.
- Vou tentar, maninha.
Vitória fechou a porta do quarto.
Os dois começaram a ajeitar as roupas no armário, não sem muita confusão e, depois de um banho, cada um a seu tempo, claro, deitaram nas camas, conversaram por alguns minutos e acabaram adormecendo pelo resto da tarde e parte da noite.
Floyd acordou primeiro e olhou no relógio. Passava das nove. Sentou-se na cama e olhou para Leonel ainda adormecido. Na visão dele, o rosto do rapaz parecia ainda mais bonito.
Apoiou os braços nos joelhos levemente flexionados e ficou olhando para Leonel pensativo. Sentia vontade de tocar o rosto dele, mas sabia que não podia fazer isso. Levantou-se. Foi para o quarto de Vitória e sentou-se na cama ao lado dela que também dormia, de bruços, virada para a parede.
- Vita... está dormindo?
Ela virou-se para ele.
- Que foi?
- Deixa eu ficar aqui com você, só um pouquinho? As camas desse hotel são enormes...
Ela sentou-se na cama e deu lugar a ele que se deitou a seu lado e abraçou-se a ela.
- Que foi que houve? – ela perguntou, acariciando seus cabelos.
- Nada... Não pergunta nada não. Eu já vou voltar pra lá. Só quero... esfriar um pouquinho.
Ela sorriu e entendeu tudo.
- Esse garoto mexe mesmo com você, não é?
Floyd fechou os olhos e não respondeu.
- Ele está dormindo?
- Está...
- Ô, maninho! Não queria ser você agora...
- Não fala nada não, tá, Vitória? Não quero falar sobre isso com você.
- Ei, gato mano, eu não sou só sua irmã, sabia? Sou sua amiga também.
- Eu sei... mas você não pode me ajudar. Ninguém pode. Não precisa falar nada, tá? Por favor.
- Você vai ao clube ainda hoje?
- Vou.
Ela ficou em silêncio por algum tempo, pensando em comentar ou não seu interesse por Leonel, que estava ficando parecido com o dele. Mas não queria magoar ainda mais o irmão e ficou em silêncio.
Ainda de olhos fechados, ele mesmo perguntou:
- Vita?
- Oi...
- Você gostou do beijo dele?
Vitória não respondeu. Floyd ergueu o rosto e olhou para ela.
- Gostou, não é? Você está gostando dele também.
- Não quero te magoar, baby...
- Ele também parou na sua, já percebi. Diz... Você está interessada nele?
- Estou... Mas não é nada. Não é nada ainda. Eu gostei do que vi, mas eu nem conheço ele direito.
Ela sentiu vontade de apertar o irmão nos braços e pedir desculpas.
- Não reprime, maninha. Vai em frente. Você pode. Não se prenda por mim. Ele precisa disso e é o melhor cara que eu poderia escolher pra cunhado. Eu não tenho nenhuma chance com ele mesmo... Vá em frente. Tem minha bênção.
Vitória o abraçou. Floyd sentiu vontade de chorar e de morrer, mas tinha que ser forte pela felicidade dela.
- Vou me arrumar pra ir pro clube, ele falou. – Você vem?
- Claro que vou. Fico pronta num minuto.
Ele a beijou no rosto e voltou para o outro quarto. Leonel ainda dormia. Floyd deu um longo suspiro, olhando para ele, mas tinha que acordá-lo. Tocou seu braço de leve.
- Leo, acorda...
O rapaz acordou e lentamente abriu os olhos. Passou a mão pela boca e olhou para ele.
- Que foi?
- Você quer ir ao clube comigo, ou quer ficar dormindo?
- Não, eu vou, ele disse, levantando-se. – Foi pra isso que a gente veio, não foi? Vamos nessa.
LEONEL (REENCARNAÇÃO) VI – CAPÍTULO 4
“DESEJO REPRIMIDO”
OBRIGADA, SENHOR, POR TUDO!
FAZEI DE MIM UM INSTRUMENTO DE VOSSA PAZ!
NÃO PERMITA QUE EU ME APARTE DE VÓS
BOM DIA E OBRIGADA!