LEONEL V - PACIENCE - CAPÍTULO 12

CAPÍTULO XII – PACIENCE

Leonel entrou em seu quarto e encontrou Floyd lá, esperando por ele, sentado em sua cama, tocando violão. Ficou parado na porta aberta e olhando sério para ele. Floyd não parou de tocar e também olhava para ele.

- Está fazendo o que aqui?

- Tocando violão, não está vendo?

- Procurei você pela casa toda. Pensei que você tivesse saído...

- Pra onde eu iria a essa hora da noite? Não tenho nenhuma vida social por aqui.

- Eu não sabia. Só pensei...

- Meu pai já chegou?

- Não, e a sua irmã disse que talvez ele nem venha... por sua causa. Ele sabe que você está aqui.

- É... Eu imaginava. Pode não vir hoje, mas vem amanhã. Não vai dormir na rua todo dia.

- Ele costuma fazer isso?

- Não, acho que não. Pelo que a Vitória me conta, quando me liga, ele às vezes passa a noite com alguma namorada, mas é raro. Não repare na reação dele comigo quando chegar aqui. Ele não consegue me aceitar.

- Por que você veio então?

- Eu vim buscar a Vitória. Ela vai viajar com a gente. Ela não te contou?

- Não.

- Pois é. Baixo, bateria, guitarra e piano vão dar pro gasto pro show de Serra Negra. Pra estrada, eu vou ter que arranjar outro batera...

- E o Caio?

- Ele não vai com a gente.

- Não?

- O papai dele não deixou. Eu falei que ele ainda é criança. Tem que estudar. Eu também não quero atrapalhar a vida dele. Conseguiu a faculdade esse ano e eu não quero que ele entre em atrito com o pai. Arranjo outro baterista. Já conheço alguém em Belo Horizonte e a gente faz contato com ele lá.

- A Vitória já era parte da banda que você quer formar?

- Guitarra e voz pelo menos. Ela canta lindamente.

Leonel sorriu, admirado.

- Seu pai sabe disso?

- Vai saber...

- E como é que você vai tirar a princesinha dele de casa pra uma aventura tão doida, se ele não se dá bem com você?

- Você não conhece a Vitória ainda. Ele é do mundo, meu caro. Meu pai não consegue colocar rédeas nela.

- Tá brincando?

- Não, não estou. E eu quero que você pare com essa frescura que ficar me regulando. Eu também consigo o que eu quero. Ou você me aceita como eu sou pra valer... ou é bom voltar pra Serra Negra.

Floyd começou a tocar de novo e assobiar “Pacience” do grupo Guns’n’Roses. Começou a cantar, olhando para Leonel:

“Shed a tear 'cause I'm missin' you / I'm still alright to smile / Boy, I think about you every day now / Was a time when I wasn't sure / But you set my mind at ease / There is no doubt, you're in my heart now…”

Leonel perguntou:

- Você está falando sério?

- Super sério.

Leonel viu segurança na voz do amigo e ergueu as sobrancelhas.

- Você... vai dormir aqui no mesmo quarto que eu? Vai dormir... comigo?

Floyd olhou em volta e respondeu:

- Se você não fosse tão medroso, quem sabe. Mas eu não durmo com qualquer um...

- É que… eu não consigo me acostumar… só isso.

Floyd parou de tocar e se abraçou com o violão.

- Põe uma coisa na sua cabeça: se eu quisesse ter alguma coisa mais definitiva com você, Leo, já teria tido.

Leonel se assustou.

- O quê?!

- É isso aí. Eu posso controlar você como controlo minhas emoções, você já viu isso. Eu não estou do seu lado à toa. Eu tenho uma missão e vou cumpri-la até o fim. E, como você sabe não me resta muito tempo. Ou você fica e aprende a conviver com isso, ou vai embora de uma vez.

- Eu já cheguei até aqui… É claro que vou ficar, disse ele, decidido.

- Tudo bem…

Floyd apanhou o violão e saiu da cama.

- Boa noite...

Passou por ele e saiu do quarto. Leonel fechou a porta e encostou-se nela, pensativo.

LEONEL (REENCARNAÇÃO) V – CAPÍTULO 12

“PACIENCE”

OBRIGADA, SENHOR, POR TUDO!

FAZEI DE MIM UM INSTRUMENTO DE VOSSA PAZ!

NÃO PERMITA QUE EU ME APARTE DE VÓS

BOM DIA E OBRIGADA!

Velucy
Enviado por Velucy em 14/08/2020
Código do texto: T7034885
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2020. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.