LEONEL V - MINHA LOUCURA! PROBLEMA MEU! - CAPÍTULO 10

CAPÍTULO X – MINHA LOUCURA! PROBLEMA MEU!

Floyd fechou os olhos e passou a língua pelos lábios sutilmente, depois do selinho que Leonel lhe deu. O rapaz afastou-se dele e procurou mudar o foco da conversa.

- Você ama minha tia de verdade?

- Por que você fez isso?

- Não sei... Deu vontade de... te agradecer de alguma forma pelo carinho... Responde. Você ama a Cris?

- Amo... ele disse, ainda sob o impacto do beijo.

- Como pode isso? Não consigo entender.

- Eu amo sua tia sim, Leo, mas de outra forma. Amo como irmã, como filha, mas não como mulher. Até me casaria com ela, mas não por desejo sexual...

- Não que eu apoie, mas esse tipo de relação também faz bem à alma. Você não teve uma relação assim com a Gilda? Vocês eram casados e viveram anos como irmãos, antes da tia Cris nascer.

- Eu amava a Gilda. Conseguia suportar tudo por ela. Como eu disse outro dia: outra vida, outra estória. Mas não dá pra amar e desejar duas pessoas ao mesmo tempo.

Leonel foi até a janela e ficou olhando por ela, impaciente.

- Procura sair dessa, Floyd. Você parece que gosta disso?

- E por que não gostaria? Você não gosta de gostar de mulher? É como gostar do Corinthians ou do Palmeiras. Se eu sou corintiano, por que devo mudar e ser palmeirense ou vice versa só porque alguém quer? Gosto é gosto.

- Você é homem, cara! Não se sente mal gostando de outro homem!?

Floyd suspirou olhando para ele. Bufou, soltando o ar dos pulmões pela boca.

- Não vou falar de moral com você. Já passamos dessa fase, maluco.

- Não quero falar de moral. Quero falar de lógica! Nós somos iguais anatomicamente. Como isso pode funcionar? Pra mim é... inútil você gostar de mim assim!

- Quer experimentar?

Os olhos de Leonel brilharam de indignação.

- Eu experimentei, lembra? Quando fui atacado por dois de uma vez! E não achei nada gostoso...

Floyd se arrependeu do que tinha dito. Por um curto espaço de tempo esqueceu-se de que Leonel havia sofrido violência em seu apartamento.

- Desculpa... Não quis... Desculpa mesmo... Aquilo foi uma loucura de gente que nem sabe o que é amor. Não é daquele jeito, Leonel! Se for feito com amor, não é daquele jeito...

- Ainda é loucura! Pra mim sempre vai ser loucura! - Leonel gritou.

- Minha loucura! Problema meu! E eu não estou te pedindo nada. Te trouxe comigo porque você pediu e adorei a ideia. Ia poder ficar com você mais algum tempo antes de morrer, mas agora não me venha querendo controlar meus sentimentos. Me faz bem gostar de você assim e eu não vou mover um músculo do meu corpo pra mudar isso! Fica na sua que eu me viro. Chega!

Leonel ficou olhando para ele sem saber o que dizer.

- Ninguém ama... desse jeito e é totalmente feliz, disse, pouco tempo depois. - Todo mundo precisa de mostras reais de amor. Isso que você sente é amor platônico. Coisa de adolescente.

- Eu não me importo com o que você pensa, Leo. Já sei de cor, há três anos.

- O que você ganha com isso, pelo amor de Deus?!

- Por que a gente sempre tem que ganhar alguma coisa quando ama? Amor não é só troca, é mais doação! Eu não preciso de mais nada.

- Nem de sexo?

Floyd demorou o olhar no rosto dele e disse:

- Eu não preciso te tocar pra sentir você...

Ele deu as costas e saiu do quarto. Leonel sentiu um arrepio estranho e baixou a cabeça, perplexo. Deitou na cama de bruços, agarrou um travesseiro sobre ela e estava tão cansado que não demorou a dormir.

Eram pouco mais de sete horas da noite quando ele acordou. Saiu do quarto e não viu sinal de ninguém na casa. Saiu na varanda e deparou-se com o lindo jardim na casa. A noite estava começando, mas estava claro ainda.

Vitória estava deitada num sofá, vestida num pijama de cetim azul turquesa, bordado com flores lindíssimas ao estilo japonês. Tinha os cabelos soltos e parecia cochilar.

Ele aproximou-se devagar e ficou admirando o rosto oriental da garota. Ela era realmente muito bonita.

Vitória pareceu sentir-se observada e abriu os olhos. Ao vê-lo, sorriu e levantou-se, esfregando o rosto e ajeitando os cabelos.

- Oi... Faz tempo que você está aí?

- Não. Desculpe, não queria te acordar. Cheguei agora.

- Senta aqui, ela falou, mostrando o lugar a seu lado no sofá.

Leonel sentou-se.

- Estava esperando meu pai, mas acho que ele não vem mais pra casa hoje.

- Negócios? O Floyd disse que ele tem uma fábrica de enlatados.

- Seria bom se fosse só isso. O motivo dele não estar aqui ainda é justamente o Floyd mesmo. Ele ficou sabendo que ele estava chegando e está protelando o encontro. Ele não te contou também que eles não se bicam?

- Disse, mas... é tanto assim?

- Papai colocou ele pra fora de casa quando descobriu que ele era... tão versátil, ela disse com um sorriso.

- Versátil?

- É... descobriu que o meu irmão ama todo mundo do mesmo modo. Meninos e meninas.

- Ah... isso...

- “Isso” acabou com as estruturas dele. Colocou o coitadinho pra fora de casa, mas ainda ficou monitorando o cara de longe. O Ted Júnior foi pra casa da tia, mas saiu de lá pouco tempo depois e papai ficou um tempo sem saber dele. Colocou um detetive atrás que o achou de novo. Quando o detetive contou pra ele que o maninho estava morando e se relacionando com um homem no mesmo apartamento, ele pirou. Sabe como é...

- É, eu sei. Você não liga, não é?

- Não, nem um pouco. Meu irmão é uma pessoa muito bonita, equilibrada, justa. O Floyd não entraria nessa por simples promiscuidade. Deve ter tido seus motivos pra se aproximar e se envolver com o cara como o Gil.

LEONEL (REENCARNAÇÃO) V – CAPÍTULO 10

“MINHA LOUCURA! PROBLEMA MEU!”

OBRIGADA, SENHOR, POR TUDO!

FAZEI DE MIM UM INSTRUMENTO DE VOSSA PAZ!

NÃO PERMITA QUE EU ME APARTE DE VÓS

BOM DIA E OBRIGADA!

Velucy
Enviado por Velucy em 13/08/2020
Reeditado em 13/08/2020
Código do texto: T7033933
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2020. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.