LEONEL V - SAINDO DA ZONA DE CONFORTO - CAPÍTULO 6
CAPÍTULO VI – SAINDO DA ZONA DE CONFORTO
Floyd olhou para Leonel e perguntou:
- Tem certeza de que quer ir comigo?
- Absoluta.
- Não tem caminha quente, nem comidinha no prato de seis em seis horas... Vai ser barra pesada.
- Eu preciso sair da minha zona de conforto, Floyd. E mais importante que isso... preciso sair de perto da Helena. Se você me diz que ela não pode ficar comigo...
- Eu posso estar errado, Leo. O destino não é uma caixinha fechada. Você tem e pode fazer alguma coisa para mudar o seu. Você tem seu livre arbítrio. Eu fiz besteira em te dizer tão categoricamente que você não vai ficar com ela. Eu não sei de nada.
- Não acho que queira apostar nisso. Já fiz gente sofrer demais nessa minha vida.
- Você não fez ninguém sofrer como Leonel Marques. Leo Torres não existe mais! Você está quase conseguindo zerar o carma dele.
- Eu quero estar perto de você... ate o fim.
- Péssima escolha, cara. Vai trocar a Helena, aquele pitelzinho sexy, por essa carcaça magricela e indecisa que não sabe nem se gosta mais de menino ou de menina?
- Você sempre esteve do meu lado e já provou várias vezes que é meu amigo; ela está muito longe de mim e esteve indecisa entre mim e meu irmão desde o começo. Escolheu se entregar primeiro pra ele, só pra ficar perto de mim. Não quero me casar com alguém com esse passado.
Floyd sorriu e mordeu o lábio inferior.
- E eu posso... dar em cima de você quando a gente estiver sozinho e longe de todo mundo?
Leonel ficou olhando para ele e ficou sério.
- Não... Não, caramba... Sou capaz de te dar um soco num lugar que você não vai gostar. Nisso a gente é muito igual.
Floyd riu e fez uma careta, cruzando as pernas, encolheu-se no sofá.
- Onde você dorme, panaca? - Leonel perguntou.
- Num colchonete no chão no quarto do Caio. A cama dele é se solteiro.
- Vou dormir no sofá. Você conhece a casa. Sai daí e arranja cobertor e travesseiro pra mim. Vou tomar um banho.
- Sim, majestade! Tem toalha seca num armário do banheiro e sabonete também. Fique à vontade. – Floyd disse, indo para o quarto.
No quarto, Caio perguntou, deitado na cama, enquanto o observava pegar o travesseiro e o cobertor.
- Você vai embora com ele... Está feliz?
- Ainda não tenho certeza se vou. Entre ele querer ir comigo e o pai dele deixá-lo ir, há um abismo de indecisão, Caio.
- O Leonel não é do tipo que se prende a vontade de pai. É maior de idade e vai conseguir o que quer.
Floyd percebeu que Caio estava triste. Aproximou-se dele e sentou na cama a seu lado.
- Eu preciso te agradecer por tudo. Não sei o que seria de mim se você não tivesse me deixado ficar aqui.
- Ele vai fazer o show com a gente?
- Não sei, nem perguntei. Mas eu acho que num ensaio só, ele se encaixa. O Leonel conhece nosso repertório muito bem. Mas eu não sei ainda.
- Hum... Caio fez, mostrando decepção.
- O que foi? Você não gosta dele também?
- Não, nada a ver. O Leonel é um cara legal, excelente músico. Eu gosto dele... Você sabe disso.
- Então o que é? A gente já tinha conversado sobre isso. Depois do show, eu vou embora.
- É, eu sei. Não liga não. Eu devo estar com sono. Boa noite.
Ele virou-se para o outro lado e cobriu a cabeça com o cobertor. Floyd ficou olhando para ele e lamentou ter que se afastar dele também, mas era o que tinha que fazer.
Levantou-se, pegou o travesseiro e o coberto e foi colocar tudo sobre o sofá onde Leonel dormiria aquela noite. Arrumou tudo e sentou no sofá para esperá-lo.
Leonel saiu do banho enrolado apenas na toalha e perguntou:
- Você me empresta alguma roupa? Não sabia que ia dormir aqui.
Floyd olhou para ele e o mediu de alto abaixo por um segundo e disse:
- Dorme sem roupa. Só tem homem aqui. Qual o problema?
- O quê?
Ele levantou-se e passou por ele.
- Ninguém vai te atacar aqui, Leo. Boa noite. Durma bem.
Entrou no quarto e fechou a porta, deixando-o sozinho.
Leonel sentou-se no sofá, sentindo-se desconfortável. A porta se abriu de novo, minutos depois, e Floyd jogou uma camiseta branca com estampa do Pink Floyd sobre ele.
- Toma, dorme comigo.
E voltou ao quarto.
Leonel abriu a camiseta e ficou olhando para a estampa. Sempre tinha achado Floyd parecido com um dos integrantes da banda: Rick Wright. Sorriu.
- Ainda me acostumo com isso... disse, colocando a camiseta. – Ou não...
Tirou a toalha e escorregou para debaixo do cobertor.
LEONEL (REENCARNAÇÃO) V – CAPÍTULO 6
“SAINDO DA ZONA DE CONFORTO”
OBRIGADA, SENHOR, POR TUDO!
FAZEI DE MIM UM INSTRUMENTO DE VOSSA PAZ!
NÃO PERMITA QUE EU ME APARTE DE VÓS
BOM DIA E OBRIGADA!