LEONEL V - DESPEDIDA - CAPÍTULO 5

CAPÍTULO V – DESPEDIDA

Quando Cristina disse que tinha que levá-lo de volta para casa a pedido de seu pai, Leonel olhou para Floyd que encolheu os ombros.

- Acho melhor a gente ir. Não posso chegar sem você em casa. Ele disse que eu não entro lá sem você...

- Pai... Leonel falou, passando as mãos pelos cabelos, impaciente.

- É melhor você ir, Leo, disse Floyd. - A gente já fez o que tinha que fazer aqui. Ele tem razão. A última vez que você dormiu comigo não deu muito certo e já deu pra assustar. Vai.

- Do jeito que você fala... Eu não dormi com você, dormi na sua casa...

- Essa casa não é nem minha. Acho melhor você ir.

Caio apareceu na entrada do corredor, esfregando o rosto cheio de sono e acenou para Cris.

- Oi, tia!

Ela sorriu e lamentou:

- Eles não deixam você dormir, não é, fofo?

Caio apenas sorriu. Leonel pegou a tia pela mão e a puxou.

- Entra um pouquinho.

Ela entrou e olhou para os dois.

- Acertaram os ponteiros?

- Está tudo bem com a gente, Leonel respondeu.

- Queria convidar você pra almoçar amanhã lá em casa, Floyd.

- E o seo Bruno? Se ele não quer nem que o filho dele durma no mesmo lugar que eu...

- Eu enrolo ele...

Floyd olhou para Leonel e colocou as mãos nos bolsos do jeans. Disse:

- Agradeço à tentativa, mas acho que não vai dar, Cris.

- Por quê? – perguntaram os dois juntos.

- Eu... estou saindo da cidade. Vou ver se dou uma chegada na casa do meu pai e depois... vou sair por aí. Já perturbei demais a vida do coitado do Caio.

- Ei, você não me disse nada sobre isso! – reclamou Leonel.

- Estou dizendo agora. Já estou de malas feitas.

- Mas, Floyd...!

Leonel olhou para Caio que apenas encolheu os ombros, atestando que já sabia.

- Não vamos discutir sobre isso agora, Leo. Eu tenho que ir. Preciso dar um rumo pra minha vida.

- Está fugindo da gente? – Cristina perguntou.

- Não, muito pelo contrário. Eu adoraria ficar... ou que o Leonel fosse comigo, mas...

- Eu vou! – falou Leonel, prontamente.

Cristina olhou para ele surpresa. Floyd também.

- E o seu pai, cara?

- E a Helena? – Cristina perguntou.

- Não vou morrer grudado no papai. Acho que já está na hora de... cortar o cordão umbilical... de vez. Seo Bruno não precisa mais de mim. E a Helena... - ele suspirou. – A Helena vai ajudar o Leandro a se encontrar. Eu vou com você, Floyd.

Floyd cruzou os braços e não deu opinião, mas sem negar a possibilidade. Estava adorando a ideia de sair pelo mundo com Leonel, mas não tinha certeza de que aquilo seria possível devido à grande resistência de Bruno Marques contra ele.

- Pra onde você vai? – Cristina perguntou a Floyd.

- Ribeirão, Campinas, São Paulo, Minas... não sei ainda. Vou pra onde tiver lugar pra tocar música boa. Tem um circuito bom aqui mesmo pelo interior. Vou recrutar músicos pra formar uma nova banda e tentar viver disso até... pelo menos o Natal.

- Você disse que vai ver seu pai?

- Vou dizer pra ele que ainda estou vivo e... me despedir.

Cristina aproximou-se dele e colocou a mão aberta em seu peito, pressentindo alguma coisa.

- Despedir?

Floyd sorriu triste e olhou para Leonel que entendeu.

- Vou só dizer pra ele o que eu devia ter dito quando saí de casa.

- E depois?

- Depois... vou decidir ainda. Talvez eu me case...

Cristina riu.

- Casar? Com quem?

- Sempre tem um doido na estrada querendo se aventurar. Ou uma doida... Já que você não quer...

Cristina ficou olhando para ele e disfarçou; olhou para o sobrinho.

- Bom, se você vai mesmo com ele, Leonel, de qualquer forma temos que avisar seu pai e já vejo o discurso que ele vai fazer no seu e no meu ouvido, porque afinal, eu inventei de trazer você aqui. Vamos indo?

- Eu vou ajudar o Floyd com a mudança dele. Você faz as minhas malas e avisa ao papai que eu converso com ele amanhã. Nós dois vamos passar juntos lá.

- Leonel!

- Não precisa, cara... disse Floyd. – Eu te espero aqui.

- Eu não vou sair de perto de você.

- Por quê? Não confia em mim?

- Nem um pouco. Já disse que não. Pra você sair por essa porta e fugir de mim, não custa muito.

Floyd sorriu e sentou-se no sofá.

- Você vai deixar essa bomba na minha mão, garoto? – Cris perguntou.

- Quebra essa, vai, tiazinha, ele pediu, abraçando-a.

- Moleque! Ás vezes você abusa demais de mim, sabia?

- Última vez... Diz que sim, diz que sim...

- Está bem, ela disse rindo, mas não demore.

Ela o beijou no rosto e despediu-se dos três, saindo.

- Queria uma tia dessas pra mim, suspirou Caio.

- Olha o respeito, garoto! – disseram os dois ao mesmo tempo.

Caio revirou os olhos e foi de novo para dentro do quarto.

LEONEL (REENCARNAÇÃO) V – CAPÍTULO 5

“DESPEDIDA”

OBRIGADA, SENHOR, POR TUDO!

FAZEI DE MIM UM INSTRUMENTO DE VOSSA PAZ!

NÃO PERMITA QUE EU ME APARTE DE VÓS

BOA TARDE E OBRIGADA!

Velucy
Enviado por Velucy em 10/08/2020
Reeditado em 10/08/2020
Código do texto: T7031584
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