LEONEL IV - HIPNOSE - CAPÍTULO 11
CAPÍTULO XI – HIPNOSE
Leonel sentou-se no braço do sofá.
- Não tem outro jeito mesmo?
Floyd balançou a cabeça, negando.
- A gente se afasta e acaba assim? Cada um para um lado e fim? O que você queria comigo todo esse tempo, Floyd? Qual foi o objetivo de tudo isso? Toda essa estória de reencarnação que quase me deixou maluco... Você sempre pareceu saber de tudo. Conta agora. Que diabo você quer comigo?
- Seu perdão... pra poder perdoar você...
Leonel franziu as sobrancelhas, sem entender.
- Quê?
- Eu não consegui... porque você não percebe ainda com nitidez o que tem que fazer aqui. Eu tentei, mas falhei. Mas você já está bem com seu irmão e isso já ajudou muito. Queria ter mais tempo com você pra conversar sobre isso... numa outra oportunidade.
- Quer ser mais claro?
- Quando você acreditar que aí dentro de você está a resposta pra tudo isso que aconteceu e está acontecendo com a gente, aí você vai entender.
Floyd foi para a porta e a abriu.
- Agora sai. A gente não tem mais nada pra falar.
Leonel sentiu os olhos encherem-se de água e balançou a cabeça.
- Não...
Foi até a porta e a fechou novamente.
- E não sei que... força me uniu a você desse jeito, mas... ela existe e eu quero saber por quê. Quero conhecer e entender o que é. Se eu sou mesmo a reencarnação do meu avô, desse... Leo Torres... é por isso que você está aqui, não é?
Floyd sorriu.
- É...
- Quem é você então? Me explica desde o início?
- Promete que não vai me interromper?
- Não...
- Senta no sofá e procura ficar o mais confortável possível.
- O que você vai fazer? – Leonel perguntou desconfiado.
- Obedece, Leo...
O rapaz sentou-se e Floyd ajoelhou-se no chão diante dele. Esfregou as duas mãos umas nas outras e nas coxas, ergueu os braços e deslizou os dedos sobre os olhos de Leonel, fazendo-o fechá-los.
- Você vai sentir sono, muito sono...
Leonel sorriu.
- Você vai me hipnotizar? E o relógio?
- Quer calar a boca? – Floyd disse, zangando-se.
Leonel abriu os olhos de novo, rindo.
- Eu não acredito nessas coisas, cara...
- Eu sei! Você não acredita em muita coisa, mas me pediu pra te explicar quem eu sou e prometeu que não ia me interromper. Então, cala a boca, fecha os olhos e relaxa.
Leonel pousou as mãos sobre as pernas, respirou fundo e obedeceu. Fechou os olhos e procurou ficar relaxado. Floyd deslizou novamente a mão sobre os olhos dele e ao sentir seus dedos macios sobre seu rosto, Leonel entrou num transe hipnótico, baixou levemente a cabeça e apagou. Ficou por alguns segundos nessa mesma posição e Floyd perguntou com voz firme, mas suave:
- Você está me ouvindo, Leo?
- Estou... Leonel respondeu ainda com os olhos fechados.
- Quando eu contar três, você vai abrir os olhos... Um... dois... três. Abra os olhos...
Quando abriu os olhos, Leonel respirou fundo como se estivesse retomando o fôlego depois de sair da água e olhou para ele.
- Eu sonhei... O que aconteceu?
- Sonhou o quê?
- Um homem... meu avô...
- Leo Torres?
- Não... Haroldo Marques... Eu era... Leo Torres... Os dois eram jovens como eu... e você... os dois. Como você conseguiu...
- Calma... O que vocês estavam fazendo?
- Nós brigávamos... por causa da minha avó... A vó Gilda...
- Quem venceu?
- Você...
- Eu? Você disse que era Leo Torres e brigada com seu avô...
Leonel pensou por um momento, confuso, e disse:
- Você... era ele. Você era meu avô Haroldo... pai da Cris.
Floyd ficou em silêncio.
- O que foi que você fez? O que está acontecendo, Floyd?
- Quer saber o resto da história?
- História? Que história?
- Você sabe quem eu sou. Quer saber também quem você é?
O rapaz se levantou nervoso.
- Não, eu vou embora...
- Ótimo, assim a gente acaba por aqui. Mas não me enche mais o saco, ok? Some... da minha vida, Leo, por favor.
Leonel não disse nada. Ficou olhando para Floyd e não queria imaginar que aquele mistério fosse ficar mais uma vez em aberto na sua vida. Respirou fundo, passou a mão pelo rosto e voltou para o sofá. Sentou-se ainda desconfiado.
- Eu vou voltar a ser eu quando acordar?
- Deita no sofá, Floyd disse com um leve sorriso gozador.
Leonel segurou sua mão.
- Promete!
- Deita... nesse maldito sofá, garoto!
Ele obedeceu quase que automaticamente e apoiou a cabeça no braço do sofá, deitando-se.
- Fecha os olhos de novo e relaxa. Não pensa em mais nada. Confie em mim...
Floyd passou a mão por seus olhos e Leonel ficou imóvel. Adormeceu quase que imediatamente.
LEONEL (REENCARNAÇÃO) IV – CAPÍTULO 11
“HIPNOSE”
OBRIGADA, SENHOR, POR TUDO!
POR SUA PIEDADE, ENSINA-ME A SER PIEDOSO...
POR SEU AMOR, ENSINA-ME A AMAR SEM RESERVAS...
E PELAS BÊNÇÃOS!
NÃO PERMITA QUE EU ME APARTE DE VÓS
BOM DIA E OBRIGADA!