LEONEL IV - DESAVENÇA - CAPÍTULO 8

CAPÍTULO VIII – DESAVENÇA

Enquanto Leandro e Bruno acertavam os últimos detalhes com o delegado, Leonel saiu para frente da delegacia e foi sentar-se no carro do pai, para se refazer de todas as emoções vividas naquele dia. Ouvir Leandro contar novamente tudo que tinha feito, o fazia sofrer tudo de novo.

Ele sentou-se no banco do motorista do carro e ficou olhando para a rua para ver se se distraía. De repente, viu Floyd sair da loja de instrumentos musicais, não muito longe de onde o carro estava estacionado. Saiu do carro e esperou. Floyd vinha em sua direção. Ele viu o amigo também e continuou andando devagar até chegar bem perto dele.

- Oi, Leonel cumprimentou.

- Oi... ele respondeu.

- Dá pra gente conversar?

Floyd deu de ombros e os dois entraram no carro.

- Veio fazer o que aqui?

- Comprar cordas pra minha guitarra e baquetas novas pra batera do Caio. A banda vai fazer um show no anfiteatro da cidade. Ele conseguiu uma data pra gente.

- Que bom...

- Eu ia chamar você, mas... acho que a gente vai ter que se virar só com o velho trio batera, baixo e guitarra mesmo.

- Eu acho que... te devo um pedido de desculpas. Fui injusto com você.

Floyd não disse nada.

- Você vai ser sempre meu melhor amigo... mas... não dá mais pra gente se ver...

Floyd sorriu triste.

- Por quê?

- Não posso mais... conviver com você... depois... Bom, o Leandro confessou que foi ele que pagou pra... você sabe... Ele está aí dentro da delegacia com meu pai. Acabou de depor. Estamos desde cedo aí dentro.

- E... o que você achou disso? Você... o perdoou?

- Ele é meu irmão... Se eu não o perdoar, não vou conseguir ter paz na minha vida.

- Estou feliz por você. É o certo a fazer. Conheço esse Leonel muito bem.

- No meio de tudo que aconteceu, da proximidade dele com o Gil, ele... descobriu... coisas que... eu não queria que ele descobrisse.

- Coisas?

- Sobre você...

Floyd passou a mão pelo rosto.

- Deve ser um crime bem grave que eu cometi. Grave o suficiente pra condenar nossa amizade de três anos a acabar desse jeito, não? Se nem o fato de eu dormir com um cara me afastou de você, o que eu teria feito de tão grave pra você, pra você não querer me ver mais? Fora que as coisas andam bem esquisitas entre a gente, depois do atentado.

- Meu irmão descobriu pelo Gil que...

Leonel não conseguiu dizer. Floyd teve que dizer por ele.

- Você tem medo de dizer... que eu te amo? É isso? Você está se afastando de mim porque o Leandro descobriu pelo Gil que eu te amo?

Leonel continuou em silêncio. Floyd riu.

- Você é um tonto mesmo, Leonel Marques. É o primeiro cara que se ofende por ser amado. Eu nunca te desrespeitei, nem tive a intenção de fazer isso, seu idiota!

- Não é bem isso...

- Então o que é? Vai dar uma de puritano pra cima de mim agora? Eu sofro por causa disso há três anos! O Gil se aproximou de mim e aturou todas minha fossas por causa de você, mas eu não morri. Quem morreu foi ele! E eu estou sozinho agora, sem ele e sem você. E aí, qual é a moral da história? Ou a história do imoral não tem moral?

- Calma, Floyd...

- Calma o caramba, Leo! Some de vez da minha vida! – ele disse, abrindo a porta do carro com rispidez, mas Leonel o segurou.

- Espera!

- Não tenho mais nada pra falar nem pra ouvir de você.

Floyd soltou-se do braço dele, saiu do carro, bateu a porta e afastou-se apressado. Leonel saiu do carro também e chamou:

- Floyd!

Cristina, que estava também ali no centro da cidade, no escritório do advogado da mãe, numa rua próxima, viu o sobrinho e, ao percebê-lo tão agitado e Floyd se afastando dele apressado, percebeu que os dois tinham discutido.

- O que houve?

Leonel olhou para a tia e lamentou:

- Acho que eu fiz uma burrada, Cris, e das grandes!

- Aonde ele foi?

- Foi embora... muito zangado comigo. Desta vez eu acho que... perdi meu amigo de vez...

LEONEL (REENCARNAÇÃO) IV – CAPÍTULO 8

“DESAVENÇA”

OBRIGADA, SENHOR, POR TUDO!

POR SUA PIEDADE, ENSINA-ME A SER PIEDOSO...

POR SEU AMOR, ENSINA-ME A AMAR SEM RESERVAS...

E PELAS BÊNÇÃOS!

NÃO PERMITA QUE EU ME APARTE DE VÓS

BOA TARDE E OBRIGADA!

Velucy
Enviado por Velucy em 06/08/2020
Código do texto: T7027898
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