LEONEL IV - PEDIR DESCULPAS RESOLVE? - CAPÍTULO 7
CAPÍTULO VII – PEDIR DESCULPAS RESOLVE?
No dia seguinte, logo de manhã, durante o café, aproveitando que Cristina e o pai tomavam café juntos na cozinha, Leonel desceu junto com o irmão e sentou-se à mesa com ele.
Cristina e Bruno estranharam, mas, inicialmente, ficaram felizes com o fato de verem os irmãos unidos como há muito tempo não ficavam.
- Eu estou sonhando ou... vocês estão os dois com febre?
- Calma, pai, o... Leandro tem uma coisa pra dizer pra vocês.
- Coisa? Que coisa? Não temos muito tempo pra conversar. Eu queria ir pra delegacia logo pra acabar de uma vez com...
- Eu não vou pra delegacia com você, pai, disse Leandro.
- Como não? Que brincadeira é essa?
Leandro olhou para o irmão e respirou fundo. Leonel sorriu para ele em apoio. O rapaz contou tudo para o pai e para a tia o que havia falado ao irmão. Confessou que havia sido ele que tinha pagado para que atacassem Leonel.
Bruno ouviu tudo chocado e magoado.
- É isso que você faz com o dinheiro que eu te dou?
Leandro baixou os olhos e ficou em silêncio. Bruno apoiou o braço na mesa e encostou a cabeça na mão.
- Eu não sei onde foi que eu errei com você, Leandro... A impressão que eu tenho é que eu não te dei nenhum senso de moral, respeito e decência. Você parece só amar a si mesmo...
- Desculpa, pai...
- Você acha que só pedir desculpas pra mim já resolve?! – Bruno gritou, batendo na mesa. – Você podia ter matado seu irmão, seu... delinquentezinho de classe média! Eu devia te dar uma surra, seu moleque!
Bruno ergueu o braço, mas Leonel o segurou e pediu:
- Calma, pai!
- Bruno, não adianta nada fazer isso agora! – Cristina interveio, tentado evitar que o irmão partisse para a violência de fato, nervoso como estava.
Leandro se levantou da mesa e afastou-se do pai, temeroso.
- Você vai comigo até a delegacia confessar isso pro delegado!
- Não, pai...
- Vai, vai sim! Ele é quem vai decidir o que fazer com você, porque eu já não sei mais que rumo tomar. Você é a vergonha dessa família! Sobe pro seu quarto e só saia de lá quando eu chamar. Sai daqui! Sai daqui, agora, ou eu não respondo por mim!
O rapaz saiu da cozinha e subiu.
- Que falta me faz minha Laís agora, meu Deus! – Bruno disse, abraçando-se a Cristina. – Ela saberia o que dizer pra ele de um jeito que ele ouvisse... Eu não consigo! Não consigo, Cristina.
- Calma, mano... não adianta ficar assim...
- É isso aí, pai, disse Leonel. – Se estressar com ele agora, vai ser pior. Tenha paciência.
Bruno afastou-se da irmã e olhou para o filho.
- Como você pode defendê-lo depois disso tudo?
- Não estou defendendo ele, pai. Só acho que... acusá-lo agora, depois que tudo já aconteceu não vai adiantar nada. Eu estou bem, o Gil está morto, os caras estão foragidos... e o Floyd não é mais meu amigo. Alguma coisa deu certo depois de tudo isso, não deu?
Leonel deu as costas e saiu da cozinha. Bruno olhou para a irmã e Cristina sentou-se à mesa desanimada.
- Nem tudo está tão certo... Foi isso que eu entendi do que ele disse?
- Mais ou menos... Mas não pense nisso agora. Vá com o Leandro até a delegacia e vamos passar por uma etapa de casa vez, Bruno.
Bruno foi com Leandro até a delegacia e Leonel fez questão de ir com eles, para dar apoio ao irmão que ainda estava muito assustado.
Leandro contou tudo outra vez em depoimento, confessando toda a culpa e reafirmando os nomes dos homens que tinham barbarizado com o irmão.
Bruno teve que pagar uma fiança bem salgada para livrar o filho da cadeia, mas ele teria ainda que pagar, fazendo trabalhos extras, dando palestras na escola e na comunidade a respeito de preconceito racial e de opção sexual.
LEONEL (REENCARNAÇÃO) IV – CAPÍTULO 7
“PEDIR DESCULPAS RESOLVE?”
OBRIGADA, SENHOR, POR TUDO!
POR SUA PIEDADE, ENSINA-ME A SER PIEDOSO...
POR SEU AMOR, ENSINA-ME A AMAR SEM RESERVAS...
E PELAS BÊNÇÃOS!
NÃO PERMITA QUE EU ME APARTE DE VÓS
BOM DIA E OBRIGADA!