LEONEL IV - SONHO OU REALIDADE? - CAPÍTULO 3

CAPÍTULO III – SONHO OU REALIDADE?

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A porta se abriu e Cristina apareceu por ela.

- Oi, crianças!

Cristina percebeu que algo estava acontecendo ali e procurou disfarçar.

- Eu... cheguei agora da cidade. Estranhei a casa vazia. Está tudo bem, Leo?

- Está, tia. Está tudo bem.

Helena ajeitou os cabelos e foi para perto da porta.

- Eu... vou ver se o Leandro precisa de mim ainda. Se não precisar, eu vou embora. Tchau, Leonel. Tchau, dona Cristina.

A moça passou por Cristina na porta e ela olhou para o sobrinho, desconfiada.

- Por que... ela está com você aqui? Cadê o Leandro?

Leonel sentou-se na mesa e colocou as mãos no rosto.

- Ele... está lá em cima, no quarto dele.

- E ela está aqui com você por quê?

- A gente estava só... conversando.

Ela passou a mão pelos lábios dele e tirou vestígios do batom da moça que haviam ficado em sua boca, depois do beijo.

- A conversa foi bem de perto, não?

Ele passou a mão pelos lábios também e procurou disfarçar:

- Eu fui chamado na delegacia com o Floyd hoje, tia.

- O quê? Pra quê?

- Senta aí que eu te explico.

Leonel contou à tia tudo que aconteceu naquele dia e Cristina não soube o que dizer, apesar de basicamente saber de tudo.

- O que me deixou mais surpreso e decepcionado, tia, é que o Floyd sabia de tudo. Sabia e não me contou!

- Talvez ele tenha feito isso pra proteger você...

- De quê!?

- Sei lá! Te poupar de mais sofrimento, Leonel. Todos nós, e inclusive ele, sofremos muito com você, amor.

- Adiantou muito...

- Você acredita que tenha sido o Leandro que tenha maquinado tudo isso contra você? Consegue imaginar seu irmão nisso?

- Ainda não sei, mas seria baixo demais se fosse. Pagar dois marginais pra... Só Deus sabe o que eu passei naquele apartamento, Cris... O que eu não consigo entender é porque o Gil só resolveu contar a verdade minutos antes de se matar, numa carta. Ele podia muito bem ter fugido com os dois e ter deixado o bilhete.

- Você sabia que ele estava doente?

- Sabia.

- Ele não tinha nada a perder... nem a ganhar, vivendo.

Leonel pensou e concordou.

- Nunca vou perdoar a traição do Floyd...

- O Floyd não te traiu, Leonel. Coloque-se no lugar dele. Ele tinha uma ligação afetiva com o Gil também. E ele provou ser seu amigo, várias vezes.

- Eu tinha o direito de saber, Cris. Sei lá o que o Gil pensou, envolvendo o Leandro nessa. O Floyd conhecia ele melhor do que eu. Podia ter previsto isso e evitado. Preso o meu irmão não vai ser, mas sabe-se lá como vai ficar a cabeça dele, depois disso? Envolvido num caso policial...

- E se for verdade? Você o perdoaria?

- Eu já me perguntei isso várias vezes, desde que soube dessa... loucura... Não sei dizer, Cris. É cruel demais. Eu nunca fiz nada pra ele... e ele passou a vida inteira querendo... competir comigo, alguma coisa que eu nunca entendi... Sempre tive tanta paciência com os ataques de ciúme dele com minha mãe, com o papai... com as agressões gratuitas dele. Mas pagar pra alguém... pra fazer uma coisa dessas comigo... É demais pra mim. É ódio demais... De onde vem isso?

Cristina pensou por um momento no que ia dizer e resolveu partir para o motivo que estava mais perto da realidade deles.

- Ciúmes da Helena?

- Mas eu não tenho nada com a Helena!

Cristina sorriu.

- Vocês dois estavam aqui dentro trancados e... sozinhos...

- A gente não estava trancado...

- A porta estava fechada, amor. E você a beijou...

Ela passou novamente a mão pelos lábios dele. Leonel afastou-se dela.

- Para, tia... Você mesma disse uma vez pra mim pra eu dar uma chance a ela.

- Disse e reafirmo. Se você a ama, dê uma chance a vocês dois.

Leonel passou as mãos pelos cabelos.

- Não posso... E eu não sei se sonhei... se aconteceu de verdade... Tenho uma lembrança maluca na minha cabeça de vê-lo dizendo pra mim que o que aconteceu comigo foi... um aviso... pra eu me afastar dela.

- Sonho?

- Não sei, tia, mas... é nítido na minha mente ouvi-lo falar isso pra mim com certeza na voz, como se soubesse o que dizia. Ele dizia que o atentado tinha sido um recado pra mim pra não chegar perto da Helena, agora que ela sabia do que eu gostava...

- Isso é um absurdo! Você não é gay.

- Não, mas é como se ele quisesse que eu fosse pra não tocar nela.

- Mas depois do que eu acho que aconteceu aqui, você ainda gosta dela e ela gosta de você, estou errada?

- Não... ele disse, voltando a sentar-se junto dela. – Ela me ama também... mas isso não justifica. Ela ainda é namorada do meu irmão.

Leonel fechou os olhos e suspirou, baixando a cabeça nas mãos cruzadas sobre os joelhos.

- É horrível isso! Horrível! Preferia estar apaixonado por um fantasma, como você é pelo meu avô. Pelo menos eu saberia que não posso mesmo tocá-la!

Cristina sorriu de leve e acariciou seu cabelo.

LEONEL (REENCARNAÇÃO) IV – CAPÍTULO 3

“SONHO OU REALIDADE?”

OBRIGADA, SENHOR, POR TUDO!

POR SUA PIEDADE, ENSINA-ME A SER PIEDOSO...

POR SEU AMOR, ENSINA-ME A AMAR SEM RESERVAS...

E PELAS BÊNÇÃOS!

NÃO PERMITA QUE EU ME APARTE DE VÓS

BOM DIA E OBRIGADA!

Velucy
Enviado por Velucy em 04/08/2020
Código do texto: T7025678
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