LEONEL II - CONFISSÃO - CAPÍTULO 12
CAPÍTULO XII – CONFISSÃO
Floyd foi para seu apartamento, que a essa altura já tinha sido revirado pela polícia que estava a procura de evidências a respeito do atacante que o invadira para praticar aquele ato monstruoso contra Leonel.
Ele entrou e fechou a porta, encostando-se nela, olhando para toda aquela confusão, desanimado.
Respirou fundo e começou a recolher coisas que estavam jogadas no chão. Seu violão, revistas, vasos quebrados, roupas sujas... Tudo estava uma desordem. Foi até a cozinha e havia louça na pia de pelo menos cinco dias. Passou a mão pelo rosto e deu as costas, pensando que mexeria naquilo depois. Foi para o quarto e, surpreso, encontrou Gil lá, deitado na cama.
- Oi, demorou, hein? – falou Gil, como se esperasse por ele.
- Como você tem coragem de aparecer aqui? – Floyd perguntou.
- Por quê? Eu não fiz nada! E eu moro aqui, lembra?
- Sai da minha cama...
Gil sentou na cama, sorriu, debochado, e perguntou:
- Como é que está o seu... protegido? Espero que tenha curtido a experiência. Eu não tive coragem de tocar nele, mas os meninos gostaram. Eu quase me arrependi quando soube que ele ainda era virgem, mais por ele que por outra coisa; por você eu faria de novo.
Floyd mordeu os lábios e avançou sobre ele, deitando-o na cama e segurando-o pelo pescoço, furioso.
- Seu bastardo! Você quase o matou e ainda tem coragem de dizer que faria de novo?! Eu mato você, Gil!
- Mata! - gritou Gil. – Você me mata e aí quem vai pra cadeia é você. Eu vou morrer logo de qualquer jeito, esqueceu?
Floyd o largou e ficou olhando para ele, impotente.
- Eu vou te colocar na cadeia por isso, seu calhorda! Imoral!
- Quero ver em quem a polícia vai acreditar. Ninguém tem provas contra mim. Eu não toquei no garoto. Nem bati nele. Só amordacei pra ele não gritar e o segurei; foram os caras que fizeram todo trabalho, nem você conhece eles.
Floyd sentiu uma revolta imensa se apossar dele e desferiu três socos bem dados no rosto de Gil, depois saiu da cama e foi para perto da janela, tentando conter o choro. Gil levantou-se devagar, com o rosto sangrando e mesmo assim ainda sorriu.
- Nunca te vi tão zangado. Você é sempre tão zen... Seu soco é bem potente... mais um motivo pra eu continuar apaixonado. Eu te perdoo.
Floyd fechou os olhos.
- Cala essa boca imunda!
Gil passou a mão pela boca como se fechasse um zíper e tentou limpar o sangue que saía por ela. Floyd voltou-se para ele e perguntou:
- Quem te pagou pra fazer aquilo?
- Ninguém...
- Você não faria isso por ciúme de mim só.
- Você nunca tinha dado motivo antes...
- Eu não tenho nada com o Leonel, nunca tive e você sabe disso!
- Mas gosta dele.
- Não tem nada a ver! Ele não tem culpa disso! Ele não é gay!
- Eu sei, mas ele seria seu único amigo... depois que eu morresse, não é? Você nem ia se lembrar que eu existi.
- Que pensamento mais idiota!
- Tão idiota quanto o que seu queridinho está passando lá naquele hospital. Ele vai acabar acostumando e vai fazer companhia pra você de forma mais efetiva quando eu não estiver mais aqui. Se você pensar bem, eu até te ajudei. Iniciei o garoto pra você.
- Você é doente... de muitas maneiras. Não sei por que eu me envolvi com você. Eu tenho nojo de você!
- Meio tarde pra dizer isso, depois de tudo que a gente já passou junto.
Floyd ficou olhando para ele com repulsa, sentindo nojo de si mesmo.
- Quem é que vai embora daqui? Você ou eu? – perguntou.
Gil estranhou a pergunta. Esperava que Floyd o fosse expulsar do apartamento.
- Não sei... Eu não pensei que você fosse me deixar ficar.
- Você não tem onde cair morto. Está doente e vai precisar de um lugar pra ficar. Acho que eu vou embora. Não vou conseguir mesmo dormir na mesma cama em que você... barbarizou meu melhor amigo. Eu tenho nojo de você, Gil. Mal consigo acreditar em mim tendo qualquer tipo de contato físico com você. Lamento que não haja banho que possa limpar essa sujeira. Eu teria que morrer e nascer de novo no Nepal!
Floyd saiu do quarto. Gil fechou os olhos e não se moveu, apenas massageando o queixo. Floyd voltou com uma mala e começou a colocar suas roupas nela, sentado na cama de costas para Gil.
- Isso não tem razão de ser... falou Gil, minutos depois de ter ficado observando-o arrumar suas coisas.
Não houve resposta.
- Esse apartamento é mais seu do que meu, cara. Você já estava aqui quando eu apareci.
- Não se preocupe. Eu não vou dormir na rua.
- Vai morar com ele?
Floyd levantou-se da cama e avançou sobre ele segurando Gil pelos colarinhos. Disse entre dentes:
- Nunca mais se refira ao Leo assim, Gil, ou eu esqueço que matar é crime e acabo arrancando a sua língua por um lugar que você nem imagina, entendeu?
- Você está mesmo louco por ele, não é?
- Você é um verme escroto! – murmurou Floyd, largando-o com força.
Terminou de fechar a mala e saiu do quarto, mas Gil ainda o chamou:
- Floyd!
O rapaz parou sem olhar para ele.
- Não fui eu que fiz aquilo com o Leonel... mas sei quem mandou.
LEONEL (REENCARNAÇÃO) II – CAPÍTULO 12
“CONFISSÃO”
O AMOR DE DEUS É IMENSO! USUFRUA DELE COM AMOR,
AMANDO SEU IRMÃO.
OBRIGADA, SENHOR, POR TUDO!
PELA PIEDADE, PELO AMOR E PELAS BÊNÇÃOS!
BOA TARDE E OBRIGADA!