LEONEL - FLOYD - CAPÍTULO 12

CAPÍTULO XII – FLOYD

Leonel não sabia mais o que pensar. Não estava conseguindo nem ficar mais em casa. Tinha que sair dali rapidamente, apesar de ter acabado de chegar. Saiu do quarto, desceu e estava indo para a garagem quando viu Helena no portão. Ela abriu o portão e aproximou-se dele.

- Oi, Leonel.

- Oi, Helena...

- O... Leandro está?

- Está, eu acho... Não o vi sair. Deve estar na cozinha, lá atrás no quintal...

Leandro apareceu na porta da casa e sorriu ao vê-la.

- Oi, gata! Que bom que você chegou!

Ele se aproximou dela, enlaçou sua cintura e lhe deu um beijo cinematográfico, justamente para provocar Leonel, que baixou os olhos, olhando para as chaves da moto.

- Vamos subir, lindinha? Meu quarto estava com saudades de você...

- Não vou poder ficar muito, Lê. Minha mãe pediu pra eu voltar logo.

Leonel ia afastando-se dos dois e Helena perguntou:

- Você vai sair, Leonel?

- Vou. Vou até a casa de um amigo no centro de Serra Negra.

- Me espera? Eu já vou voltar, queria uma carona.

- Como assim já vai, Helena? Você acabou de chegar!

- Vim só te trazer o CD que eu emprestei. Já ouvi. Gostei demais. Valeu, gato.

- Só pra isso? Mas...

Ela beijou o namorado e voltou-se para Leonel.

- Vamos?

Ele olhou para ela e para o irmão e foi para a garagem. Saiu com a moto de dentro dela e abriu o portão.

Helena beijou Leandro de novo.

- A gente se vê amanhã. Você vai pra escola?

- Acho que sim...

Ela subiu na garupa da moto e Leonel deu a partida saindo com ela. Leandro fechou as mãos, morrendo de ódio.

- Depois ele pergunta por que eu implico com ele... Sonso!

Ele entrou em casa.

Leonel foi até a casa de Helena num bairro próximo. Ela morava na mesma rua em que Gilda, a avó dele, morava, quando solteira. Ao lado estava a casa em que ela morou com Haroldo e seu pai, Bruno, por vários anos e depois com Cristina até ela vir morar no casarão. Ele parou a moto e ela desceu.

- Obrigada.

Ele olhou para a antiga casa da avó e sentiu um peso no peito.

- O que foi? Já percebi que você não gosta muito de vir aqui. É pela sua avó?

- Nada a ver... Pelo que eu sei, ela e meu avô Haroldo foram felizes aqui nessa casa... depois que a tia Cris nasceu.

- E antes?

Leonel respirou fundo.

- Não sei... Eu só sei o que a minha tia me conta. A parte mais recente da estória deles, até meu avô morrer.

- Minha mãe diz que era criança quando ele morreu, mas que gostava muito dele.

- Eu acredito que sim. Eu não o conheci, mas a Cris fala muito bem dele.

- Aonde você falou que vai agora?

- À casa de um amigo músico. Ele mora mais perto do centro.

- Obrigada pela carona, ela disse, beijando seu rosto. – Tchau, Leonel.

- Tchau.

Ela entrou em casa e ele foi embora. Só tinha na cabeça a sensação dos braços dela em volta dele durante todo o percurso até a casa dela. Respirou fundo e direcionou seu pensamento no que tinha ido fazer na casa de Floyd.

Floyd era seu amigo há alguns anos. Fazia parte de uma banda de rock alternativo da qual ele também fazia parte e morava com um amigo num apartamento no centro de Serra Negra. Em alguns minutos estava diante da porta dele.

Tocou a campainha. Floyd abriu a porta. Estava vestido apenas num short e camiseta que denunciavam toda sua magreza quase raquítica. Os cabelos desgrenhados diziam que ele tinha acabado de sair da cama. Floyd estranhou ver o amigo em sua porta.

- Eu, hein! Você caiu da cama? Não são nem uma da tarde, meu!

- Não, são duas e meia... disse Leonel, sério. - Posso entrar?

- Uai! Entra! Que aconteceu? O ensaio não era só na sexta-feira?

Leonel entrou e foi sentar-se no sofá de vime, junto à bateria do amigo. Floyd percebeu que ele estava estranho. Fechou a porta e perguntou:

- Qual é, meu? Você não está legal. Estou sentindo uma... energia estranha em volta de você... Bronca do velho?

- Não, eu só queria... sair lá de casa... respirar um pouco... Me deixa ficar aqui essa noite?

Desconfiado, Floyd sentou-se ao lado dele.

- Passar a noite aqui, Leo? Ih, cara, tu não está bem, não! Você esqueceu o que seu velho pensa de mim, bicho?

- Eu tenho vinte anos, não me trate como se eu tivesse dez você também, Floyd. Deixa eu ficar ou não? Se não, eu vou pra outro lugar.

- Deixo, claro! Se você se responsabilizar pela bronca do Bruno Marques depois...

- Eu ligo avisando em casa depois.

Leonel escondeu o rosto nas mãos e ficou em silêncio. Floyd ficou boquiaberto, olhando para ele sem saber o que fazer. Levantou-se e foi até o bar, colocando num copo de vidro uma bebida forte que estendeu ao amigo. Leonel tomou sem retrucar e se deitou no braço do sofá, ainda de olhos fechados.

- Você não está legal mesmo. Nem me xingou por te oferecer bebida alcoólica... Não quer se deitar na minha cama, lá dentro? Esse sofá de vime é muito duro.

Leonel não respondeu e nem abriu os olhos. Dormiu ali mesmo por quase quatro horas.

LEONEL (REENCARNAÇÃO) – CAPÍTULO 12

“FLOYD”

O AMOR DE DEUS É IMENSO! USUFRUA DELE COM AMOR,

AMANDO SEU IRMÃO.

OBRIGADA, SENHOR, POR TUDO!

PELA PIEDADE, PELO AMOR E PELAS BÊNÇÃOS!

BOM DOMINGO E OBRIGADA!

Velucy
Enviado por Velucy em 19/07/2020
Código do texto: T7010148
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