LEONEL - MEU PAI... ELE É MEU PAI! - CAPÍTULO 11

CAPÍTULO XI – MEU PAI! ELE É MEU PAI!

Leandro acordou no meio do dia e não desceu do quarto. Ligou o aparelho de som a toda altura, colocou os fones de ouvido e deitou-se no tapete, escondendo o rosto numa almofada.

Leonel já tinha voltado da rua e ia passando direto pela porta do quarto do irmão, mas resolveu entrar e falar com ele. Chegou-se à porta aberta e ficou olhando para ele que não o viu. Os fones de ouvido e os olhos fechados não deixavam.

Aquele comportamento era sinal de que Leandro estava não só zangado, como de costume, mas aborrecido de verdade e triste.

Ele nem percebeu que Leonel entrou no quarto e sentou-se aos pés da cama, perto dele.

- Lê!

Leandro não ouviu. Leonel baixou o volume do aparelho e ele abriu os olhos, erguendo a cabeça.

- Quem mandou? Aumenta de novo e dá o fora! – falou ele.

- Eu quero falar com você...

Leandro ergueu-se e aumentou o volume, sem lhe dar ouvidos. Voltou a deitar na mesma posição.

Leonel insistiu e tirou o plug da tomada, desligando o aparelho de som totalmente. Leandro levantou-se e sentou no chão olhando para ele com raiva.

- Depois fala que sou eu que provoco!

- A gente pode conversar?

O rapaz ficou olhando para ele num silêncio irônico. Deitou-se de novo, escorou a corpo no braço e esperou. Leonel tentou pensar na conversa tida com a tia e o que tinha prometido a ela que faria em relação ao irmão.

- Queria muito que você me dissesse o que te magoa tanto em mim, Leandro.

- Nossa! Que preocupação! O bom samaritano veio consolar uma alma desgarrada com seu próprio sacrifício! Qual é, maninho?

- Deve haver um motivo muito forte pra você me odiar tanto.

- Eu não odeio você.

- Mas não me suporta.

- Nunca percebi que você se importasse com isso.

- Você nunca se deu ao trabalho de perceber nada em mim, droga! A vida inteira, desde que eu me entendo por gente e você também, você só fez sentir inveja de tudo que eu fazia.

- Isso! Coloca as garrinhas de fora, mostra quem você realmente é, santinho.

Leonel parou, olhando para ele. Tentava descobrir, olhando nos olhos do irmão, de onde vinha tanto cinismo.

- Me diz o que eu te fiz que te magoou tanto. Eu devo ter feito alguma coisa que não me lembro na infância da gente que não tive noção da gravidade... e que ficou no seu inconsciente.

- Está dando uma de psicólogo comigo agora? Está fazendo a faculdade errada, maninho.

- Me diga então... só uma coisa que eu pudesse fazer pra deixá-lo satisfeito comigo, Leandro.

Leandro sentou-se, respirou fundo e respondeu com ódio na voz:

- Morra! Pode ser?

Leonel ficou chocado. Lembrou-se do sonho e sentiu o corpo inteiro doer.

- Você não gostaria nem ao menos de saber... de onde vem esse ódio... não é?

- Ódio não vem de lugar nenhum. E eu não odeio você, já falei. A única coisa que me aborrece em você é essa auréola de bondade que existe ao seu redor. Essa coisa que te faz queridinho de todo mundo, a começar do meu pai. É saber que você tem o mesmo sangue que eu e é muito mais amado.

- Isso não é verdade, Leandro!

- É verdade sim! – gritou o rapaz, levantando-se. – Minha mãe paparicava você, mesmo depois que eu nasci. Minha vó saía da casa dela pra vir te ver quando contavam que você tinha caído da bicicleta e se machucado. Tia Cristina não se casou porque já via em você de antemão um filho que ela nunca teve!

- Não diz asneiras, cara.

- Não são asneiras! São verdades... Meu pai entregaria a vida nas suas mãos de tanto que confia em você. Quando você não está por perto, ele é o homem da casa, o pai; ele é forte, decidido, ele é quem manda; quando você está perto, ele deixa que você decida tudo, como se ele fosse o filho e você o pai dele! Nessas horas eu me sinto um nada nessa casa... Você é feito um... um... holofote aceso que ofusca tudo que eu faço. Eu queria te ver morto, Leonel! Morto! Um de nós dois tinha que ter morrido quando nasceu! Devia ter sido eu, já que minha mãe contraiu esse... câncer que a matou tão jovem! Deve ter sido depois que um de nós dois nasceu!

Leandro saiu do quarto, muito nervoso. Leonel sentiu o coração pequenininho. O peito doía pela emoção.

- Meu pai... Ele é meu pai!

LEONEL (REENCARNAÇÃO) – CAPÍTULO 11

“MEU PAI... ELE É MEU PAI!”

O AMOR DE DEUS É IMENSO! USUFRUA DELE COM AMOR,

AMANDO SEU IRMÃO.

OBRIGADA, SENHOR, POR TUDO!

PELA PIEDADE, PELO AMOR E PELAS BÊNÇÃOS!

BOM DIA E OBRIGADA!

Velucy
Enviado por Velucy em 19/07/2020
Código do texto: T7010036
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