Gian Diep ( cap 3 )
Gian não costumava assistir o noticiário noturno, mas a atual situação o deixava curioso com a investigação do assassinato que ocorrera no bairro recentemente. ele assistiu impaciente as reportagem que falavam da pandemia mundial, das estatísticas do vírus, o número de infectados que aumentava, o número de mortes que sempre crescia de um jornal para o outro. até que chega a hora da informação que Gian aguardava, o caso do assassinato próximo a emissora.
o repórter começou chamando a atenção dos telespectadores para que ficassem em casa para se prevenirem do vírus e para se protegerem de um "bandido" que continuava à solta pelas ruas. aquilo fez Gian balançar a cabeça negando qualquer aprovação à fala do repórter. a reportagem continuou e revelaram que vários objetos haviam sido levados pelo possível assassino e que a maioria dos objetos haviam sido tirados do quarto onde a briga poderia ter começado pois havia sinais de luta corporal e manchas de sangue na cama. o repórter passou a entrevistar mais uma vez o delegado para dar novas informações sobre o caso.
- como andam as investigações sr. delegado?
- estamos avançando gradativamente e com certeza estamos bem perto de pegar esse assassino e coloca-lo atrás das grades. recebemos denúncias de que havia uma pessoa no banco do canteiro em frente a casa da vítima naquela noite, e estamos procurando por imagens das câmeras de segurança das ruas para vê se encontramos o suspeito, mas é só uma questão de tempo.
Gian estava agora inconformado com a notícia de que alguém o tinha visto no banco na noite e na cena do crime. algumas vozes num volume baixinho começaram a questionar: será que viram seu rosto? seriam capaz de o reconhecer por aí? Gian sacudiu a cabeça para parar de ouvir aquelas vozes e tentou não dar atenção ao que diziam.
sorrateira e cuidadosamente Giam foi até a casa do gordo afim de saber quem poderia ter o visto na cena do crime e se poderia ser facilmente reconhecido e pego pela polícia. chegando na frente da casa viu que as casas que ficavam de frente para a cena do crime estavam fechadas e com placa de venda. a casa vizinha funcionava como uma oficina de bicicletas mas não estava funcionando por conta da pandemia. aflito Gian começou a olhar mais distante caçando quem poderia ter o visto. até que encontrou do outro lado da avenida de frente para a emissora uma casa cinza de primeiro andar que no andar de cima tinha duas janelas laterais e uma delas estava acesa, Gian lembrou de ter visto aquela mesma janela acesa na noite do crime. então poderia apostar que aquela pessoa daquela janela era quem Gian procurava.
era tarde e Gian não queria ser visto perto do local de um assassinato fora de hora, então foi pra casa dormir decidido a descobrir quem morava ali, e se realmente tinha o visto na noite em que havia surtado por causa das vozes na sua cabeça.
Gian demora a dormir e mesmo assim acorda cedo e sai de casa antes mesmo de Sandra chegar para preparar o café da manhã. ele volta para o local onde esteve na noite anterior e procura uma forma de observar a janela sem ser percebido. então acha o lugar perfeito, um ponto de ônibus que ficava no meio do canteiro na frente da emissora. Gian senta no banco do ponto de ônibus abre seu livro de geografia destampa sua garrafa de água coloca do seu lado esquerdo e começa a estudar a janela que estava um pouco distante mas seus binóculos permitiam que enxergasse como se estivesse a menos de um metro de distância.
Na segunda vez que Gian observou a janela, o vidro foi puxado por um homem de pele escura magro e careca que puxou também a cortina, ele parecia apressado e estava mastigando algo, certamente as ultimas mastigadas do café da manhã. Gian continuou de tocaia e viu o homem careca saindo pela porta da casa de baixo. seria ele que tinha visto Gian e denunciado?
O homem atravessou a pista e passou na porta do gordo, seguindo em frente com passos apressados. Gian foi logo atrás dele mantendo a distancia para não ser percebido. o homem estava caminhando rápido mas mesmo assim parou na praça para dar ouvidos a um pequeno grupo de senhoras que estavam distribuindo folhetos às poucas pessoas que encontravam pelas ruas. depois de falar com as senhorinhas ele atravessou a rua que Gian morava e entrou no orfanato que ficava logo na esquina.
Gian rapidamente deduziu que ele era um dos poucos funcionários do orfanato, Gian geralmente recebia cartões e convites das festas do orfanato que as crianças entregavam nas casas das pessoas que os ajudavam com doações, Gian não queria ser notado pelo moreno careca então foi pra casa, pois já sabia o horário que o homem largaria do trabalho.