LEONEL - BRONCA DE IRMÃO - CAPÍTULO 10

CAPÍTULO X – BRONCA DE IRMÃO

Quando Cristina voltou da rua, Bruno estava esperando por ela ao pé da escada.

- Bom dia, mano!

- Bom dia, eu preciso falar com você, ele disse sério.

- Claro, ela disse, colocando a bolsa sobre o sofá. – O que foi?

- Não quero conversar aqui dentro. Vamos até o jardim. É muito sério.

Eles saíram. Pelo tom de voz do irmão, Cristina previu bronca. Raramente via o irmão tão sério. Já no jardim, ela perguntou:

- O que foi que eu fiz?

Ele voltou-se para ela e perguntou:

- O que foi que você conversou com o Leonel, ontem à noite, no seu quarto, ou seja, no quarto de Leo Torres, que você faz questão de manter como seu?

Ela respirou fundo e quase entendeu a zanga do irmão.

- O que aconteceu? Cadê ele?

- Ele está no quarto dele. O Leandro está na cama ainda, acho, mas o que aconteceu pergunto eu, Cris! Ontem eu acordei com Leonel gritando, depois de ter tido um sonho, um pesadelo, sei lá, no quarto dele. Fazia muito tempo que o meu filho não tinha um pesadelo.

- E ele contou o que sonhou?

- Não, não quis dizer, mas eu devo imaginar o que foi. O que você andou colocando da cabeça do meu filho?!

- Calma, Bruno, você está gritando comigo...

- Não estou gritando, ainda. E nem gostaria, mas se você anda colocando minhocas na cabeça do Leonel, eu vou me zangar muito com você, minha irmã! Você contou pra ele que supostamente já viu Leo Torres naquele quarto, não foi?

- Supostamente não, eu vi mesmo! E o que isso tem demais? É verdade! Não tenho culpa se você nunca acredita em mim.

- Cris, eu não criei meus filhos para acreditarem em fantasmas! Eu aceitei a sua estória na época porque você era uma adolescente cheia de ilusões, de fantasias na cabeça, saindo de uma desilusão amorosa com o namorado, que vivia apaixonada por tudo e todos, mas não quero e não vou admitir que você passe pro meu garoto essa lorota de que ele é a reencarnação de um cara que você nem ao menos conheceu ou viu vivo!

- Não fale assim! – ela gritou.

- Falo, falo sim! Eu não lhe dou o direito de confundir a cabeça do Leonel com coisas que te confundem ainda hoje!

- Eu não estou confusa com nada! Você está me chamando de louca?

- Não, mas ele vai acabar ficando, se colocar na cabeça que é a reencarnação de um cara que, pelo que eu sei, não teve uma vida muito ortodoxa!

Cristina calou-se muito nervosa. Bruno se afastou dela e sentou-se num banco no meio do jardim, não menos nervoso.

- Leo Torres não existe mais há quase quarenta e cinco anos e eu sei que você nunca se interessou por outro homem por causa dele. Você passou a vida toda sonhando com uma visão, esperando uma ilusão. Tudo bem. O que você faz da sua vida só a você compete decidir, mas não coloque o Leonel nisso, Cris. Ele é um garoto de cabeça limpa, sensível, carinhoso com todo mundo, inteligente, cheio de esperanças no futuro dele... mas está muito fragilizado porque acabou de perder a mãe e a avó que amava num prazo muito pequeno de tempo. Está sofrendo tanto ou mais do que eu... Não confunda a cabeça do meu filho, Cris, por favor. Ele voltou a ter pesadelos e foi por sua causa!

Cristina sentiu os olhos encherem-se de água e afastou-se dele, entrando na casa.

Da janela de seu quarto, Leonel havia ouvido toda a discussão. Procurou controlar-se e desceu, tentando parecer normal. Bruno vinha entrando quando ele descia as escadas.

- Bom dia, filho.

- Oi, pai. Bom dia.

- Está melhor?

- Claro... Eu estou ótimo. Aquilo foi só um pesadelo. Devo ter ficado impressionado com a estória do galã ex-dono daquele quarto.

- Sua tia contou alguma coisa que te preocupou?

- Não, pai. Não contou nada que você já não tivesse contado. Não quero que você brigue com ela por isso. Eu não sou mais criança, sabia?

Bruno sorriu e tocou o rosto do filho.

- Seu irmão já acordou?

- Não. Vai estar com uma ressaca enorme quando acordar. É melhor deixar ele dormir até quando ele quiser.

- É... Você vai sair?

- Vou até a casa da Leila.

- Namorar um pouquinho? – Bruno perguntou, sorrindo.

- Ela não é minha namorada, pai. É só uma amiga.

- Não me venha com essa. O Jorge é amigo da Cristina por que eu sei que ela não tem mesmo nada com ele e sei o motivo, mas a Leila...

- Não vem você com isso também. Eu não estou a fim de discutir isso com você. Vou nessa. Tchau.

- Leonel!

- Que é, pai?

- A bronca do Leandro com você... é gratuita dessa vez?

Leonel pensou por alguns segundos e respondeu:

- Não...

- E o que é?

- Também não sei se quero falar sobre isso com você.

- Você está apaixonado pela Helena?

O rapaz olhou para o topo da escada e respondeu:

- Estou, mas ele não sabe disso e eu não quero que saiba. Já é muito que ele desconfie, por isso me hostiliza tanto.

- Não sei como ele desconfia. Você nunca deixou transparecer nada. Pelo menos eu nunca percebi.

Leonel riu.

- Às vezes, você parece ter muito menos experiência no assunto do que eu, seo Bruno. Eu adoro isso em você, sabia?

Bruno franziu a sobrancelha e balançou a cabeça.

- Me respeite, moleque!

Leonel sorriu e saiu.

LEONEL (REENCARNAÇÃO) – CAPÍTULO 10

“BRONCA DE IRMÃO”

O AMOR DE DEUS É IMENSO! USUFRUA DELE COM AMOR,

AMANDO SEU IRMÃO.

OBRIGADA, SENHOR, POR TUDO!

PELA PIEDADE, PELO AMOR E PELAS BÊNÇÃOS!

BOA TARDE E OBRIGADA!

Velucy
Enviado por Velucy em 18/07/2020
Código do texto: T7009502
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