LEONEL - DÉJÀ-VU - CAPÍTULO 8

CAPÍTULO VIII – DÉJÀ-VU

Chocado, Leonel levantou-se e se afastou dela. Olhou novamente para a foto de Leo Torres.

- Em mim... Você quer dizer que... esse cara cheio de defeitos que fez tanto mal a minha avó, ao meu avô Haroldo e ao meu pai... sou eu? Está dentro de mim?

- Ele não fez mal a ninguém propositalmente, Leonel. Ele foi levado a isso. E você não é o lado ruim dele. Você é você, com novas experiências, nova criação, novas ideias, novo conceito de vida... Você é o que ficou da alma dele, depois da morte dele como Leo Torres. Depois de tudo que ele passou dentro desse quarto. Leo não era ruim. Foi só mal compreendido pelo pai e mal orientado...

Cristina aproximou-se de Leonel e colocou a mão em seu ombro.

- Você me disse que toda vez que entrava nesse quarto tinha a impressão de que já ter estado e vivido muito aqui, inclusive quando tocava este piano, não foi?

- Déjà-vu... Eu tinha uma sensação de déjà-vu algumas vezes...

- E sempre teve um carinho muito especial por sua avó, não é?

- Isso é normal. Ela sempre... foi muito carinhosa comigo. Era minha avó amada. Minha Gildinha... Isso é normal.

- Não, não do jeito que você sentia. Sua avó era carinhosa sim, mas nunca foi de muito paparico com nenhum de vocês e os dois grudavam nela, sempre que ela aparecia aqui, não era?

- Era... ele concordou.

- Sem contar... no nosso carinho mútuo...

Ele olhou para ela e sorriu.

- Já viu tia e sobrinho tão unidos como nós? – ela perguntou.

- Cristina, você está me colocando minhocas na cabeça. Isso quer dizer, lá no fundo, nós dois amamos um ao outro como...

- Não! Eu amei o Leo como homem, mas ele me amou como ser humano, como irmã, como gente, como alguém que podia ajudá-lo a reparar seus erros do passado. Esse é o carinho que você tem por mim, disfarçado de amor de sobrinho para tia.

- E você não se casou até hoje... por isso? Por mim?

- Isso... Eu sinto que ainda tenho uma missão a cumprir com você...

Ele balançou a cabeça, achando ainda tudo aquilo uma loucura.

- Você acredita em mim, Leonel?

Ele a abraçou forte.

- Não sei... Eu posso até acreditar na sua palavra porque você está dizendo, mas... não consigo conceber a ideia de que um dia já fui... ele... meu avô! Eu ainda acho tudo isso muito absurdo!

- Eu sabia que você ia duvidar de mim. Esperei você ficar adulto e confiei que você teria a cabeça aberta pra... Eu não devia ter falado isso com você...

- Devia sim. Você falou por achar que isso me ajudaria a ajudar o Leandro e acho isso muito louvável. Você diz que ele foi... meu pai... Como você sabe disso?

- Eu não quero bagunçar mais sua cabeça. Só peço a você que tenha paciência com seu irmão e procure não esquecer que você deve amá-lo por ser quem é.

- Mas eu o amo... Ele é meu irmão!

- A gente não ama as pessoas só por serem parente ou por terem o mesmo sangue, Leonel. Às vezes você pode dar a vida por um estranho... e matar um parente... uma pessoa da própria família...

Leonel sentiu um arrepio estranho.

- Esse Leo Torres fez isso?

- Quase...

- Ele tentou matar alguém? Ou... Como ele morreu, tia?

Cristina hesitou em contar e afastou-se dele, pensativa, indo para perto do quadro de Leo.

- Você já bagunçou minha cabeça. Acho que eu tenho o direito de saber, não?

Ela olhou para ele, respirou fundo e respondeu:

- Seu bisavô o matou... aqui dentro desse quarto.

Leonel olhou para ela mais chocado e ainda mais confuso. Sentiu uma tontura súbita, as pernas fraquejarem e ele se sentou na cama. Cristina aproximou-se dele rapidamente, preocupada.

- Você está bem, querido?

- Você... está brincando, não está? Primeiro você diz que o Leandro foi meu pai em outra encarnação... agora me diz que... que ele me matou numa outra vida? Você quer me enlouquecer, Cristina?!

- Eu estou te contando o que eu sei, o que vi e ouvi dele, amor. Se não quiser, não precisa acreditar em mim.

- E como você acha que eu vou me esquecer de tudo que você me contou? Acha que só dizer que não acredito vai apagar tudo? Onde você estava com a cabeça, Cris?

- Desculpe, querido.

Ele se levantou da cama e saiu do quarto, zangado, batendo a porta. Foi para seu quarto.

LEONEL (REENCARNAÇÃO) – CAPÍTULO 8

“DÉJÀ-VU”

O AMOR DE DEUS É IMENSO! USUFRUA DELE COM AMOR,

AMANDO SEU IRMÃO.

OBRIGADA, SENHOR, POR TUDO!

PELA PIEDADE, PELO AMOR E PELAS BÊNÇÃOS!

BOA TARDE E OBRIGADA!

Velucy
Enviado por Velucy em 17/07/2020
Código do texto: T7008548
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