LEONEL - PAI E FILHO - CAP. 7
CAPÍTULO VII – PAI E FILHO
Leonel apontou para o retrato do pai verdadeiro de Bruno, cujo quadro Cristina nunca quis tirar da parede, desde que foi morar no casarão com o irmão depois de seu casamento com Laís, há mais de vinte anos. O retrato de Leo Torres.
- Você queria saber quem foi o primeiro homem que eu amei de verdade... Foi ele.
- Quê?! Mas ele morreu antes de você nascer!
- Eu cheguei a conversar várias vezes com ele, aqui nesse quarto, quando tinha dezesseis anos, Leonel.
Ele franziu a sobrancelha, incrédulo.
- Você está me dizendo que falou... com um fantasma?
- Eu falei com um espírito. Prefiro essa palavra.
- Ah, Cris, tenha dó! – ele diz, levantando-se.
- Alguma vez eu menti pra você?
- Não, claro que não, mas isso... isso é loucura! É demais pra minha cabeça.
- Você acredita na sua alma?
Ele ficou pensativo, olhando para ela, e não respondeu. Ela continuou.
- Por causa dele estamos morando hoje nesse casarão há mais de vinte anos. Por causa dele, seu pai herdou essa casa do seu bisavô, Samuel Torres. E por causa dele... eu nunca me casei.
Leonel aproximou-se do quadro de Leo Torres e disse:
- Incrível! Surreal e incrível... E como era isso? Você... tocava ele? Como era isso? Como era conversar com um fan... espírito?
- No início era como estar aqui conversando com você. A intenção dele não era me assustar. Ele só precisava da minha ajuda.
- Você tocava nele?
- Cheguei a tocar sim, uma ou duas vezes, mas não era isso que importava.
- Como?! Como se toca num espírito, tia?
- Você não acredita em mim, não é?
Ele voltou a olhar para o retrato, balançou a cabeça, tentando manter a mente aberta praquelas revelações que a tia jogava sobre ele e perguntou:
- Mas o que tem isso a ver comigo e com o Leandro? O que a gente tem a ver com essa sua... aventura fantástica de adolescente? Ele te fez ficar solteira a vida inteira a troco de quê? Ele vai voltar um dia e se casar com você? Vai ressuscitar? Você há de convir que isso é um treco meio... mórbido demais pra eu aceitar, por mais que eu acredite em você, tia.
- Me responde primeiro: você acredita na sua alma?
- Sim... acho que sim, mas nunca pensei nela... fora de mim. Andando por aí... sem meu corpo.
Cristina respirou fundo e sentou-se na cama. Ele olhou para ela e tornou a perguntar:
- O que isso tem a ver comigo e com o Leandro, Cris? O que Leo Torres tem a ver com isso? No que eu vou poder ajudar meu irmão, sabendo disso?
- Você e o Leandro já foram... pai e filho, há muito tempo atrás.
Leonel olhou para ela por um segundo e começou a rir gostoso.
- Ah, você está gozando da minha cara! Você ficou maluca, tia! Sabe o que mais? Eu vou dormir que eu ganho mais!
Ele foi para a porta e ia sair.
- Não estou! Acredite em mim, Leonel. Eu sei o que eu estou dizendo!
- Eu não sou obrigado a acreditar numa coisa dessas.
- Não, eu admito que não, mas me ouça primeiro, meu amor. Senta aqui do meu lado e eu te explico tudo, por favor.
Ele sentou-se ao lado da tia e ela contou todo o episódio que havia se passado entre ela e Leo Torres há mais de vinte anos. Leonel ouviu tudo em silêncio e com atenção, como sempre fazia quando ela falava.
- Apesar de todos os defeitos que tinha e que de certa forma não eram só culpa dele... Leo amou muito o seu pai e quis reparar o fato de não ter podido se casar com a sua avó e ter criado ele ao lado dela. Qualquer dia eu te conto a história deles inteira, mas o relevante agora é que ele, antes do seu bisavô Samuel Torres, deixou essa casa como herança pra minha mãe e pro Bruno... seu pai, filho dele.
- E daí?
- E daí que... ele precisava reparar o mal que fez a tanta gente, ao pai dele principalmente, por isso tinha que voltar.
- Voltar?... Voltar como, tia?
- Voltar... em você... No neto dele!
LEONEL (REENCARNAÇÃO) – CAPÍTULO 7
“PAI E FILHO”
O AMOR DE DEUS É IMENSO! USUFRUA DELE COM AMOR,
AMANDO SEU IRMÃO.
OBRIGADA, SENHOR, POR TUDO!
PELA PIEDADE, PELO AMOR E PELAS BÊNÇÃOS!
BOM DIA E OBRIGADA!