LEONEL - CIÚME - CAPÍTULO 6

CAPÍTULO VI – CIÚME

Bruno sentou-se na cama de Leonel e esfregou o rosto.

- Esse menino não é normal. Eu não sei no que foi que eu errei na educação dele, Leonel. Não sei.

- Não errou em nada, pai. Ele não tem nada contra você. Essa birra dele é comigo. O Leandro não me tolera.

- Mas por quê?! Você nunca fez nada pra ele! Vocês dois sempre tiveram tudo de forma igual! Do que ele pode reclamar? O que ele pode ter contra você, meu Deus?

- Não sei. Me faço essa pergunta todo dia, pai. Só sei que agora ficou pior porque... a mamãe morreu. Ele era muito ligado nela... Ele sempre disse que eu tomava mais o seu tempo, que roubava você dele. Nunca aceitou essa amizade que eu e a tia Cris temos. Nunca aceitou o carinho que a vovó tinha por mim também... E uma série de coisas. Ciúme... Ele se sente rejeitado por todo mundo e como eu sempre tive bom relacionamento com todos... ele me hostiliza. Coisa de irmão. Deve ser isso. Puro ciúme.

- Queria saber quando vocês dois vão parar de brigar e se entender como irmãos que são...

- Acontece nas melhores famílias.

- Mas como ele pode querer ser amado como você, se sempre tratou todo mundo tão friamente? O Leandro nunca foi carinhoso com ninguém! Não como você. Ninguém pode exigir uma coisa que não pode dar.

- Você já parou pra pensar que talvez ele tenha que receber... mesmo sem dar?

- Esse é o ponto, falou Cristina, entrando no quarto. – Você tem razão, Leonel.

Os dois olharam para ela.

- Ele não pode ser tão egoísta e ninguém é obrigado a ser tão altruísta, Cris!

- Se vocês querem ajudá-lo, têm que ceder em alguma coisa. Ele ficou sem a mãe não faz muito tempo.

- Como eu fiquei sem minha mulher e o Leonel também ficou sem a mãe! Está todo mundo tendo que passar pela mesma dor. Ele não pode ser mimado só por ser o caçula da família.

- Você chegou num outro ponto importante, meu irmão. Ele é o caçula. Não estou defendendo ele por isso, mas nós três vivemos mais que ele. Temos que dar um desconto e ter paciência. O Leandro não é mau; só está um pouco perdido.

- Perdido e meio... falou Leonel, sorrindo.

Bruno levantou-se.

- Não sei se eu tenho tanta paciência. Nunca tive problemas com o Leonel. Não posso aturar isso no Leandro. Não seria justo com ele. Ambos têm os mesmo direitos. Boa noite aos dois.

- Pai!

- Quê?

- Você brigou com ele hoje à tarde, quando eu fui levar a Helena em casa?

- Não acho que foi uma briga. Eu só pedi pra ele parar de levar a namorada pro quarto e ficar lá dentro com ela como se fosse marido dela. Ele tem que lembrar que antes de qualquer coisa, precisa respeitar a mim e à tia, que moramos na mesma casa, pra não falar da garota. Quando a mãe dele era viva, ele não fazia isso. Por que vai mudar agora?

- Não fazia aqui, mas fazia fora de casa, qual a diferença? – Leonel perguntou.

- Eu não quero! Sua mãe morreu, mas eu ainda sou o pai de vocês. Boa noite.

Ele beijou a irmã no rosto e saiu do quarto. Leonel colocou as mãos nos bolsos do jeans e olhou para Cristina, encolhendo os ombros.

- Se você soubesse que deve ter paciência total com seu irmão para poder ajudá-lo, você faria isso? – Cristina perguntou.

- Eu não sou perfeito, tia. Não sei de poderia ter essa paciência o tempo inteiro, mais do que já tenho tido. Não tenho sangue de barata. Já me segurei várias vezes pra não socar a cara dele, pra não deixar você e o papai nervosos com a gente, mas...

- Mas você tentaria?

Ele respirou fundo e respondeu:

- Claro...

- Vem comigo.

Ela lhe estendeu a mão que ele segurou. Cris o levou de volta ao quarto dela. Fez com que ele se sentasse em sua cama e perguntou:

- Você acredita em reencarnação, Leonel?

Ele pensou e sorriu.

- Não, não muito...

- Quanto?

- Não sei, tia, nunca pensei muito sobre isso.

- Você sabe de quem foi esse quarto, não sabe?

Ele olhou em volta e respondeu:

- Sei... do verdadeiro pai do papai, que não era o vô Haroldo. Leo Torres. Ele já virou lenda nessa casa. Aquele ali.

Ele apontou para o retrato do pai verdadeiro de Bruno, cujo quadro Cristina nunca quis tirar da parede, desde que foi morar no casarão com o irmão depois de seu casamento com Laís, há mais de vinte anos. O retrato de Leo Torres.

LEONEL (REENCARNAÇÃO) – CAPÍTULO 6

“CIÚME”

O AMOR DE DEUS É IMENSO! USUFRUA DELE COM AMOR,

AMANDO SEU IRMÃO.

OBRIGADA, SENHOR, POR TUDO!

PELA PIEDADE, PELO AMOR E PELAS BÊNÇÃOS!

BOA TARDE E OBRIGADA!

Velucy
Enviado por Velucy em 16/07/2020
Código do texto: T7007645
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