LEONEL - REBELDIA GRATUITA - CAPÍTULO 2

CAPÍTULO II – REBELDIA GRATUITA

Leandro deu as costas e ia saindo do quarto. Cristina ficou chocada. Na porta, o rapaz cruzou com o irmão que vinha entrando. Jogou-lhe um olhar frio e saiu. Ao ver a tia ainda sob o impacto daquilo que o sobrinho tinha dito, Leonel perguntou:

- Que foi que ele disse agora?

- Nada... Pediu o carro emprestado, só.

- E você emprestou?

- Emprestei, disse ela, continuando a arrumar as roupas.

- Você é um anjo mesmo, sabia? Já esqueceu de que ele bateu com seu carro e quase acabou com ele no ano passado? Eu não emprestaria mais.

- Foi um descuido. Não acredito que se repita. Ele toma mais cuidado agora.

Leonel sentou-se na cama e ficou observando-a trabalhar.

- E você? Como está essa cabecinha? – Cristina pergungou, olhando para o rosto calmo, mas triste do sobrinho.

Ele deu de ombros e não respondeu.

- Se abre comigo, Leo.

- Você gosta de vasculhar minha cabeça, não é? Por quê?

- Por que eu te amo. Você é meu sobrinho favorito, ela disse sorrindo.

Ele sorriu também.

- Você está precisando casar, tia. Essa sua paixão por mim não vai te levar a lugar nenhum.

Ela riu.

- Não sei, não... Vale a pena. Tem visto a Leila?

Ele balançou a cabeça, negando.

- Acabaram o namoro?

- Não é namoro. Ela é só uma amiga.

- Não foi comportamento de amigos que eu vi na varanda no outro dia...

- O quê? Aquele beijo? Ah, tia, o que é um beijo?

Cristina fez um ar malicioso de quem sabia que tinha sido mais que um beijo. Leonel riu.

- Cristina, você anda me espionando, é?

- Nem precisava. Vocês não fizeram muita questão de esconder, quando subiram juntos pro seu quarto.

- Sexo... Muito longe de ser amor.

Ela foi sentar-se junto dele.

- E a Helena?

Leonel ficou sério e desviou o olhar.

- A Helena é namorada do meu irmão, Cris.

- Que você ama.

- Para com isso! De onde você tirou essa estória?

- Dos seus olhos, cada vez que você olha para ela. Eu te conheço muito bem, Leo.

- De vez em quando me irrita essa... essa coisa de você me conhecer como seu fosse um espelho ou um livro aberto que você já tivesse lido mil vezes! Eu não amo ninguém, ouviu? Ninguém! É para de me chamar de Leo, caramba! Meu nome é Leonel. Minha mãe me batizou assim e é assim que eu quero ser chamado.

Cristina suspirou e resolveu não insistir mais para que ele não ficasse mais nervoso.

- Tudo bem, desculpe. Não queria magoar você.

- Não magoou. Eu adoro você, tia, mas não quero que você alimente dentro de mim uma coisa que eu... estou querendo matar...

Ele se levantou e saiu do quarto. Cristina não teve tempo de dizer mais nada.

Leandro voltou com Helena, horas depois, e os dois passaram a tarde namorando no quarto dele, o que Bruno abominava.

Sentado na sala com Cristina e Leonel, ele reclamava.

- Como pode uma moça ficar no quarto e um rapaz daquele jeito? Ela não tem mãe? Não tem respeito nenhum por nenhum de nós. O namorado acabou de perder a avó!

Leonel estava lendo uma revista, sentando numa poltrona diante dele e ao lado de Cristina. Apenas levantou os olhos, minimamente sem erguer o rosto, e depois olhou para a tia que retribuiu o olhar.

- Gente jovem é assim mesmo, Bruno, ela disse. – Eles se gostam.

- Gostam... Eu sei do que eles gostam... Ele não tem nem dezenove anos. Se me arrumam um neto antecipado, vai ter que se arrumar sozinho!

- Isso não vai acontecer, disse Leonel, sem tirar os olhos da revista.

- E de onde você tirou essa certeza? Tem bola de cristal? – Bruno perguntou.

- Vai por mim, pai. Não vai acontecer.

Ele esboçou um sorriso malicioso e continuou lendo. Cristina forçou o ar sério, mas estava morrendo de vontade de rir.

Rosa, a empregada, apareceu na sala e avisou:

- O jantar está pronto, seo Bruno. – Se quiserem vir pra cozinha...

- Ótimo! – falou ele, erguendo-se. – Leonel, vá chamar o seu irmão, lá em cima. E diga a ele que é pra descer. Nada disso de querer comer no quarto. Se ele não quiser descer, eu mesmo vou buscá-lo.

Bruno foi para a cozinha. Leonel apontou para o próprio peito, olhando para Cristina, não acreditando que tinha sido incumbido daquela missão. Ela riu baixinho.

- Você ri, não é, chata? – ele perguntou em voz baixa. - Você me paga!

Ele jogou a revista na mesinha de centro e subiu correndo. Chegando na frente da porta do quarto do irmão, ela estava fechada.

- Caramba! Eu ainda vou ter que bater na porta do reizinho que está transando com aquela...?

Tentou abrir a porta, mesmo correndo o risco de ver o que não queria, mas ela estava trancada.

- Trancada?! Ca... çamba! Isso já é demais!

Leonel suspirou, bufando de raiva. Bateu com força e chamou:

- Leandro, papai está chamando você pra jantar!

- Já vou! – falou Leandro lá de dentro.

- Ele quer que você desça agora!

- Já vou, caramba!

Leonel esperou alguns segundos e nada do irmão aparecer. Bateu de novo.

- Leandro, ele está falando sério, cara! É melhor você sair logo, hein?

- Não enche, Leonel! Já vou, droga!

O rapaz deu de ombros e desceu novamente. Entrou na cozinha e sentou-se à mesa.

- E ele? – Bruno perguntou:

- Disse que já desce. Você não queria que eu o trouxesse no colo, não é, pai? Já foi o tempo que eu carregava o Leandro no colo pelado. Dá licença!

- Pelado? – Bruno perguntou.

- Sei lá, pai, a porta estava trancada, ele estava com a namorada lá dentro. Vá saber fazendo o quê!

Bruno respirou fundo impaciente, tentando controlar-se e todos começaram a servir-se. Cristina olhou para Leonel sorrindo levemente. Ele apanhou uma batatinha e jogou nela.

LEONEL (REENCARNAÇÃO) – CAPÍTULO 2

“REBELDIA GRATUITA”

O AMOR DE DEUS É IMENSO! USUFRUA DELE COM AMOR,

AMANDO SEU IRMÃO.

OBRIGADA, SENHOR, POR TUDO!

PELA PIEDADE, PELO AMOR E PELAS BÊNÇÃOS!

BOA TARDE E OBRIGADA!

Velucy
Enviado por Velucy em 14/07/2020
Reeditado em 15/07/2020
Código do texto: T7005680
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