LEO V - TESTAMENTO - CAP. 3
CAPÍTULO III – TESTAMENTO
Enquanto isso, Haroldo pensava num jeito de acabar de uma vez com aquele drama. Gilda o viu pensativo na sala e foi levar um copo de leite para ele, sentando-se a seu lado no sofá.
- Como está o queixo?
- Bem... acho que já calejei de tanto apanhar daquele... Nunca mais vou deixar de reagir às agressões dele. Cansei de ser o banana de sempre... Ou ele me mata ou eu acabo com ele!
- Toma esse leite. Vai te ajudar a relaxar.
Ele apanhou o copo e tomou um pouco.
- Está zangado comigo ainda?
Ele balançou a cabeça, negando.
- Não, estou zangado comigo por subestimar o Leo. Sabe que eu cheguei a pensar que o tempo fosse amolecer ele? Ingenuidade minha.
Haroldo tomou mais um gole de leite e Gilda encostou a cabeça em seu ombro.
- Haroldo... eu estive pensando...
- No quê?
- Acho que... está na hora de nós termos... outro filho...
Haroldo olhou para ela com os olhos brilhantes de felicidade.
- Você está falando sério?
- Acho que sim...
- E por que foi que você decidiu isso?
- Por três motivos... Pode ser realmente um trunfo para afastar o Leo de nós de uma vez... Pra dar um irmãozinho ao Bruno... E...
- E...?
- E porque eu acho que... aprendi a amar você mais do que como amigo... Acho que já posso ter um filho seu, sem pensar no Leo, simplesmente... pelo prazer de saber que é seu. Você merece isso... Você merece tudo que eu puder fazer pra você como esposa.
Haroldo sorriu e a beijou, emocionado.
- Você sabe que eu te amo... há muito tempo... Isso me deixa muito... muito feliz.
Ele a beijou com mais paixão.
Ao voltar para casa naquela noite, Leo viu as luzes da casa todas apagadas, exceto a do escritório do pai. Como já era muito tarde, ele estranhou que Samuel estivesse trabalhando até aquela hora. Foi até lá.
A porta estava entreaberta e ele viu o pai debruçado sobre a mesa, adormecido. Chegou mais perto e percebeu que o pai tinha bebido, pois havia uma garrafa vazia no chão perto dele. Samuel roncava. Ele apanhou a garrafa e a colocou sobre a mesa.
- Bêbado... Acho que você me odeia tanto por eu ser tão parecido com você, Samuel Torres... Velho bobo...
Com pena do pai, Leo tratou de levá-lo para seu quarto, com algum esforço. O velho acordou, mas mesmo indo com seus próprios pés para o quarto, jogava todo o peso do corpo sobre ele.
- Não quero ir pra cama... Estou trabalhando...
- Eu percebi... disse Leo sem ligar para a reclamação do pai. – Trabalha no quarto que vai ser mais confortável.
- Você não me diz o que fazer, idiota. Desde quando você se preocupa com meu conforto?
- Não me preocupo... Nem você com o meu, mas na sua idade é bom ter cuidado. Você pode morrer e deixar tudo pra mim. Já pensou?
- Não vou deixar nada pra você... Você não merece...
- É... Você não pode deixar pra mim o que já é meu... ele disse em voz baixa.
Leo finalmente o colocou o pai em sua cama, tirou seus sapatos e o cobriu com um lençol. Só aí percebeu que Samuel tinha um papel dobrado e fechado na mão esquerda. Tirou o papel da mão do pai e o abriu.
Sua surpresa foi grande ao reconhecer aquele papel como o testamento de sua mãe. O documento que ele procurara a vida inteira sem conseguir encontrar, pois Samuel o escondia.
Sorriu e beijou o papel. Aquela era a prova de que a casa onde morava era dele por direito. Não sabia o que fazer de tanta alegria. Saiu do quarto do pai, fechou a porta e foi para o seu.
Leu com atenção o documento para ter certeza se era ele mesmo e viu a assinatura de Melinda Torres, sua mãe. Era o próprio! Escondeu-o então, feliz e aliviado, atrás do seu próprio quadro na parede.
Tirou a roupa e deitou-se. Dormiu satisfeito, depois de muito tempo. Estava excitado demais com o que tinha que fazer com o documento precioso que havia encontrado.
LEO V – CAPÍTULO 3
“TESTAMENTO”
OBRIGADA, SENHOR, POR TUDO!
PELA PIEDADE, PELO AMOR E PELAS BÊNÇÃOS!
CONTINUE NOS PROTEGENDO
COM SEU ESCUDO DE MISERICÓRDIA!
BOM DIA E OBRIGADA!