LEO IV - INTUIÇÃO PATERNA - CAPÍTULO 1
CAPÍTULO I – INTUIÇÃO PATERNA
Os meses se passaram lentos e rotineiros.
Depois do incidente na via férrea e do casamento apenas no civil de Haroldo e Gilda, Leo nunca mais a procurou e aparentemente parecia ter-se esquecido dela. Tinha ficado fora da cidade com Tiago por dois meses e quando voltou, não parecia mais preocupado com o assunto.
Haroldo cruzava com ele no centro da cidade algumas vezes, mas o rapaz fazia que não o conhecia; ou ignorava, ou saía dos lugares quando ele entrava. Haroldo aceitava esse comportamento, pois não queria entrar em atrito com ele, que ainda considerava amigo, apesar de tudo que os separava.
Certo dia, os dois se chocaram na porta do banco. Leo ia saindo e Haroldo entrando. Foi tão imprevisto que ambos pediram desculpas, mas, ao reconhecer Haroldo, fechou o rosto e ia afastar-se, mas Haroldo o chamou:
- Leo!
Ele parou e esperou.
- Até quando isso?
Leo mediu-o de alto abaixo e respondeu em voz baixa, mas firme:
- Até sempre...
Haroldo foi para casa, impressionado com a frase de Leo. Jogou o casaco sobre sofá e foi para a cozinha procurar por Gilda. Ela não estava. Chamou, nenhuma resposta.
Foi até o quintal e a viu sentada numa cadeira de balanço, pensativa. Fez algum barulho para não assustá-la quando se aproximasse e foi ajoelhar-se a seu lado.
- Oi, falou, beijando seu rosto.
- Oi, ela respondeu, sorrindo.
- Quietinha aqui, por quê? O que foi que aconteceu?
- Nada. Minha mãe acabou de sair daqui. Ficamos conversando a tarde toda, enquanto eu fazia o jantar.
Haroldo ficou olhando para ela com ternura e encostou a cabeça em seu ombro.
- Eu te amo, sabia?
Ela sorriu, tocando seu rosto.
- Está tão romântico, hoje... Que aconteceu? Viu passarinho azul?
- Não, estou com fome mesmo, ele disse rindo.
Gilda riu também. Haroldo tocou sua barriga. Gilda estava já no oitavo mês de gestação.
- Como é que ele está?
- Bem...
- O que é que você quer que seja? Nós nunca falamos sobre isso...
Ela suspirou.
- Vai ser um menino...
- Intuição materna?
- Paterna... O Leo disse que seria.
Haroldo não ficou zangado. Era a primeira vez em muito tempo que ela tocava no nome de Leo e ele entendia que aquele assunto dizia mais respeito a Leo do que a ele.
- Desculpe... ela disse, arrependida por tocar no nome do pai de seu filho.
- Não precisa se desculpar. Se ele disse que vai ser, então será.
- Não quero pensar mais nele. Nem sei por que eu falei isso.
Haroldo beijou seu rosto.
- Vamos jantar?
Ela concordou. Ele a ajudou a levantar-se e foram para a cozinha.
LEO IV – CAPÍTULO 1
“INTUIÇÃO PATERNA”
OBRIGADA, SENHOR, POR TUDO!
PELA PIEDADE, PELO AMOR E PELAS BÊNÇÃOS!
CONTINUE NOS PROTEGENDO
COM SEU ESCUDO DE MISERICÓRDIA!
BOA TARDE E OBRIGADA!