LEO III - PEDIDO - CAPÍTULO 8

CAPÍTULO VIII – PEDIDO

Quando dona Júlia abriu a porta, assustou-se ao ver Leo parado ali.

- Posso entrar, dona Júlia?

- Claro que não! Por favor, Leo, deixe minha filha em paz!

- Eu não quero ver a Gilda, preciso falar com seu marido.

- Ele...

- Deixa, Júlia, falou o médico, aparecendo na sala. – Deixa ele entrar.

Leo entrou e, educado, Alcântara lhe indicou o sofá. O rapaz sentou-se, olhando para o alto da escada, a procura de Gilda.

- O que você quer falar comigo?

- Eu quero me casar com a sua filha, Leo disse, direto e firme.

Alcântara sorriu, sereno como sempre.

- A troco de quê?

- A troco de nada. Eu amo a Gilda e ela me ama também.

- E você acha que só por isso eu deixaria minha filha nas mãos de um homem como você, com a sua reputação?

- Eu não nasci com essa reputação e não pretendo morrer com ela.

- Concordo, mas pela maneira como você se comportou, indo procurar por ela em Valinhos, como um ladrão, escondido, tirando-a dos cuidados da minha irmã e ludibriando meus sobrinhos não depõe muito a seu favor, Leo.

- Não tinha outro jeito, tinha?

- Não, mas esse não foi o jeito certo. Não com a minha filha. Eu não quero ter você como genro, mesmo depois de morto.

Leo percebeu que a resistência do médico ia ser difícil de quebrar, mas não se rendeu.

- Nós nos amamos, doutor Alcântara. Eu sou capaz de qualquer coisa por ela.

- Então deve ser capaz de esquecê-la, como ela vai fazer com você.

- Ela não vai me esquecer. Não pode... Não agora...

Alcântara ergueu-se e deu alguns passos pela sala, voltando-se para ele.

- Se você está se referindo à gravidez, não se preocupe. Isso não é o bastante para ligá-la a um sujeito imprestável como você.

Leo empalideceu. O coração batia rápido e forte no peito.

- O senhor... já sabe?

- Eu sou médico, rapazinho. Minha filha não conseguiria esconder isso de mim por muito tempo.

- Mas isso é só mais um motivo pro senhor deixar a gente se casar; eu sou o pai do filho dela!

- Ela vai conseguir esquecer isso também.

- Isso é ridículo!

- Ridículo seria ela se casar com você, depois de tudo que você fez. Prefiro vê-la solteira ou... morta.

Leo engoliu em seco e perguntou:

- O senhor já disse isso a ela?

- Já, e a Gilda vai fazer o que eu quiser... ou não vê o filho depois que ele nascer.

- Isso é... muito cruel!

- Cruel foi o que você fez com ela, seu irresponsável! Não venha me ensinar a ser pai! Você não faria a metade do que eu fiz por ela nesses dezesseis anos. Agora, saia daqui!

- Doutor Alcântara...

- Saia!

- Mas o que vai ser dela?

- Você deveria ter pensado nisso antes de fazer o que fez. Eu decido agora o que vai ser dela.

LEO III – CAPÍTULO 8

“PEDIDO”

OBRIGADA, SENHOR, POR TUDO!

PELA PIEDADE, PELO AMOR E PELAS BÊNÇÃOS!

CONTINUE NOS PROTEGENDO

COM SEU ESCUDO DE MISERICÓRDIA!

BOM DIA E OBRIGADA!

Velucy
Enviado por Velucy em 01/07/2020
Código do texto: T6992818
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