LEO II - INTENÇÕES - CAPÍTULO 7

CAPÍTULO VII – INTENÇÕES

Leo dormiu a noite inteira e Haroldo ficou sentando numa poltrona no canto do quarto, imaginando o que teria feito Leo ficar tão ligado em Gilda. Mas o cansaço o venceu também e ele acabou adormecendo, já de madrugada. Acordou às oito horas, atrasado para o trabalho.

Levantou-se correndo e foi até o banheiro tomar um banho rápido. Quando voltou ao quarto, Leo estava acordado.

- Obrigado pelo presente... amigo! – disse a ele.

Leo olhou para ele sentindo a cabeça explodir e perguntou:

- Que é que eu estou fazendo aqui?

- Me vendo sair atrasado pro trabalho!

- Trabalho? Hoje é sábado, cara. Aonde você pensa que vai? – Leo perguntou, escondendo o rosto no travesseiro, pois não conseguia ficar de olhos abertos.

Haroldo parou e lembrou-se de que era realmente sábado e não teria que ir trabalhar. Sentou-se pesadamente na poltrona e começou a rir.

- Hoje é sábado!

Leo sentou-se na cama e encostou a cabeça nos joelhos, sentindo o estômago embrulhar e a cabeça doer muito.

- Parece que eu levei uma surra!

- E levou mesmo. Tive que bater em você pra te fazer ficar deitado aí.

- Você me bateu?

- Só um soquinho de direita. Nada extraordinário. Está doendo?

Leo segurou o queixo.

- Está... seu bastardo!

Haroldo riu. Leo deitou-se de novo. A cabeça doía muito mais que o queixo.

- Como foi que eu vim parar aqui?

- Encontrei você no bar do Roque.

- E por que não me levou pra casa?

- Pra você brigar com seu pai?

Leo ficou em silêncio e pensou em Gilda. Olhou pela janela e levantou-se, sentando na cama.

- Gilda... Ela me viu? Ela me viu entrar aqui com você?

- Não sei. Deve ter visto e ouvido. Você fez um escândalo danado. Gritou o nome dela e tudo!

- Eu gritei?

- A vizinhança toda ouviu, isso eu garanto.

- Meu Deus! – gemeu ele, colocando a cabeça entre as mãos.

- Você nunca ligou pra isso.

Leo não respondeu. Saiu da cama e perguntou:

- Cadê minha roupa?

- Ali em cima da cadeira. Aonde você vai?

Leo não respondeu novamente. Começou a vestir-se.

- Que aconteceu entre você e a Gilda, Leo? O que está te deixando tão esquisito?

- Não é da sua conta.

- Se você não me contar, ela me conta. Nós somos amigos, esqueceu?

Leo olhou para ele.

- Tão íntimos assim?

- Conheço a Gilda desde criança, como conheço você. Gosto muito dela e somos amigos. Tenho certeza de que, se eu perguntar pra ela, ela vai me dizer.

Com uma ponta de ciúme, Leo falou:

- Pra quem é amigo há tanto tempo, você já devia estar namorando com ela. Por que não fez isso até agora?

- Não deixa de ser uma boa ideia... Mas namoro é coisa séria e não é a primeira coisa que me vem à cabeça quando conheço uma garota. Quando eu começar a namorar com alguém, vou querer me casar logo e não dá pra fazer isso agora. Senão já tinha pensado na Gilda, pode ter certeza. Mas ela não é uma garota qualquer, já te disse isso.

Leo riu alto, segurando a cabeça que ainda doía.

- Casar! Você? Que romântico!

Aproximou-se de Haroldo e o ameaçou, colocando o indicador bem perto do rosto do amigo.

- Eu não quero você perto dela, está me entendendo?

- Você bebeu ontem por causa dela? – Haroldo perguntou, sem demonstrar nenhum medo da ameaça de Leo.

O rapaz não respondeu. Haroldo sorriu e balançou a cabeça.

- Belo começo, amigo. Não é assim que você vai conquistar uma garota como a Gilda. Você está confundindo ela com essas... fulaninhas com quem você dorme toda semana.

Leo ia dizer alguma coisa, mas a campainha tocou. Haroldo desceu e foi atender. Era Gilda que entrou na casa muito assustada e o fez fechar a porta rapidamente.

- Haroldo, onde está o Leo? Ele está aqui?

- Lá em cima... O que foi? Você está assustada...

Leo apareceu no topo da escada, com a camisa na mão, e parou ao vê-la.

- Vá embora logo daqui! Meu pai ligou pro seu pai e ele está vindo pra cá te buscar! Vá embora!

Leo pareceu não ter ouvido nada. Desceu calmamente as escadas e aproximou-se dela. Seus olhos fixos no rosto dela.

- Você não ouviu! Foge daqui! Seu pai não vai vir com jeito de quem quer conversar, Leo! Vá embora! Meu pai contou pro seu pai que você entrou aqui gritando meu nome... O Samuel vai...

Leo colocou a mão sobre seus lábios e a fez parar de falar; depois segurou seu queixo e a beijou longa e ternamente.

- Vai pra casa você... Obrigado por avisar.

Com o coração prestes a sair do peito, Gilda deu as costas e saiu. Leo ficou na mesma posição, fechou os olhos e suspirou longamente, sorrindo em seguida.

- Ela me ama... Ela me ama, Haroldo.

Decepcionado com tudo que tinha visto, Haroldo balançou a cabeça.

- Dá o fora aqui, vai! Não quero confusão com seu pai aqui na minha casa. A gente se vê depois. Some daqui.

O rapaz vestiu a camisa e colocou a mão sobre o ombro do amigo.

- Te devo mais essa. Obrigado.

Ele ia sair, mas Haroldo segurou seu braço antes.

- Leo, se você quer merecer esse amor que diz que a Gilda tem por você... crie juízo. Não faça ela sofrer não.

O rapaz sorriu e concordou, saindo em seguida.

LEO II – CAPÍTULO 7

“INTENÇÕES”

OBRIGADA, SENHOR, POR TUDO!

PELA PIEDADE, PELO AMOR E PELAS BÊNÇÃOS!

CONTINUE NOS PROTEGENDO

COM SEU ESCUDO DE MISERICÓRDIA!

BOM DIA E OBRIGADA!

Velucy
Enviado por Velucy em 23/06/2020
Código do texto: T6985342
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