QUEBRANDO BARREIRAS - GELO NO FOGO - PARTE 10
XVIII - GELO NO FOGO (ICE ON FIRE)
“You can’t shoot down the moon, some things never change…
...You can build a bridge between us, but the empty space remains.”
“Shoot down the moon” – do Álbum “Ice on Fire” de 1985
- Queria que você lançasse “The man who never dies”, nem que fosse lado B de qualquer uma delas... – Bernie disse. - Esse instrumental seu vai acabar caindo no esquecimento e isso seria imperdoável. Eu não perdoaria. Você jogou “Funeral for a friend” na minha cara em 76 no prefácio do meu livro. Lembra? Eu tive vontade de matar você. Não me culpe por ter lançado “Empty Garden” e não esse agora.
Elton sorriu.
- Eu vou.
- Sério?
- Estava conversando com o Steve e o Gus sobre isso outro dia. Eles também acha que vale a pena. Também gosta muito desse instrumental.
- Ótimo... e nada mais de turnês?
- Não... Pra mim exclusivamente em grandes estádios, não. Só uma ou outra apresentação, mas sempre com outras pessoas. Vou a Montreux em maio... Minha ocupação com o Watford quando for possível, mas sempre aqui na Inglaterra. Programas de televisão, palcos menores onde eu possa levar a Renate e só.
- Você sabe que o Geldof quer fazer um show beneficente em julho em favor da África ainda esse ano, não sabe?
- E pretendo estar nele. Foi a isso que eu me referi quando disse com outras pessoas. Não deu pra estar no Band Aid, mas quero estar no Live Aid! Ponto de honra pra mim.
- Eles gravaram a versão americana do “Do they know it’s Christmas” nessa segunda-feira.
- Isso eu sei. A canção é de arrepiar. “We are the world”, o John me ligou contando.
- A letra é do Lionel Ritchie com Michael Jackson e o Quince Jones e o Steve deram uma mãozinha para a elaboração do arranjo, fincou bárbara! De arrepiar.
- Mãozinha rechonchuda, hein?
- Nem diga! Foi gravada no estúdio do Kenny Rogers e uma porção de gente da pesada esteve lá, como no Band Aid. Diana Ross, Bob Dylan, Paul Simon, Ray Charles, a Tina, Dionne, os Jacksons, Huey Lewis... Uma constelação inteira. O show vai ser em julho em dois palcos. Um da América e o outro aqui. Você vai?
- Óbvio, vai ser no Wembley, no quintal de casa! Claro que eu vou estar lá! 13 de julho.
- Perguntei por perguntar. Eu imaginei. Vai ser ótimo!
- Vai...
- De todas as ideias malucas de que eu já ouvi falar essa é a mais bonita de todas e a mais humana. E eu fico feliz que tenha sido ideia de um cara ligado à música... O Bob acertou em cheio nessa, disse Bernie.
- Fico muito feliz por ter sido um de nós que tenha sentido isso, antes de qualquer político ou religioso no mundo inteiro. Assim o mundo fica sabendo que não é só sexo, drogas e álcool que povoa nossas cabeças...
- Eles sabem, só não querem admitir. A crítica destrutiva dá mais dinheiro, maninho. Você sabe disso melhor do que ninguém.
- É, eu sei... E por falar em crítica destrutiva, Bernie... acho que vamos ter mesmo que mexer com a ferida de Dick James...
- Ainda isso?
- Já tentei mil vezes entrar em contato com ele e o homem está irredutível. Já andei evitando falar com os advogados dele, mas não dá mais pra ficar adiando. O Frank acha que a gente deve entrar com a ação porque cada minuto de hesitação é um milhão de libras perdidas. Eu quero reaver minhas matrizes ou os direitos autorais não pagos o mais breve possível.
- Processo no duro?
Elton afirmou, balançando a cabeça. Bernie apoiou a cabeça na mão.
- Estou com você no que você fizer, mesmo que seja pra contar numa letra de novo: “Era uma vez, dois inocentes compositores que entraram numa fria quando assinaram com o poderoso chefão da DJM um contrato de dez libras por semana...”. Arriscava musicar isso... de novo?
Elton riu.
XVIII – “GELO NO FOGO” – PARTE 10
É OUTONO AINDA, MAS ELE VAI SER AMENO...
SAÚDE, RESPEITO E PAZ AO MUNDO!
OBRIGADA, SENHOR, POR TUDO!
DEUS ABENÇOE A TODOS NÓS!
BOM DIA!