QUEBRANDO BARREIRAS - GELO NO FOGO - PARTE 9

XVIII - GELO NO FOGO (ICE ON FIRE)

“You can’t shoot down the moon, some things never change…

“Você não pode atirar na lua, algumas coisas nunca mudam…

...You can build a bridge between us, but the empty space remains.”

...Você pode construir uma ponte entre nós, mas o espaço vazio

permanece.”

“Shoot down the moon” – do Álbum “Ice on Fire” de 1985

No dia 1º. de fevereiro, Elton e Renate deram uma grande recepção em comemoração aos trinta e oito anos dele e ao primeiro ano de casamento dos dois.

A sociedade londrina estava presente, assim como produtores, empresários, cantores e atores de um círculo de amigos bem seleto que costumavam frequentar a casa do casal, mesmo antes de se casarem.

Bernie não estava nessa recepção, mas estava em Crimphill no dia seguinte para entregar a Elton pessoalmente as letras encomendadas e ele notou algo estranho em Renate, que não quis falar muito. Apenas cumprimentou-o gentil e educadamente e saiu, logo depois que ele chegou.

- Eu não quero ser importuno ou intrometido, mas... ela não está muito bem, está? Eu fiz alguma coisa?

Sentado ao piano, não menos nervoso, mas disfarçando uma calma que não existia, Elton passava os olhos pelas folhas com as letras de Bernie.

- É o jeito dela...

- Não é não... Que é que está havendo?

- Já falei que é o jeito dela, Elton falou, desta vez, olhando para ele nos olhos.

Bernie não se convenceu e apoiou os braços no piano.

- Também estou vendo dinossauros em canteiros de flores?

Elton franziu a testa sem entender.

- Quê?

O letrista respirou fundo e foi encostar ao piano de frente para ele.

- Já vi vocês com sorrisos mais convincentes no rosto. A festa de aniversário de vocês foi ontem e ela mal beijou você quando...

- Bernie, vamos falar das letras, tá? Eu não quero falar sobre isso agora. Depois eu te conto tudo, ok?

Bernie fixou os olhos nele, sabendo de antemão que alguma coisa estava errada, mas concordou, discreto como sempre. Não quis discutir.

- A Toni não veio com você? – Elton perguntou.

- Não, eu estou aqui a trabalho e ela não... curte muito ficar de... vela. Te pediu desculpas e mandou um beijo grande pra vocês dois. Está na casa dos meus pais. Minha mãe e ela se adoram. Você há de convir que ela tem muito mais que fazer lá do que aqui.

- Ok... Concordo...

Elton voltou a olhar para as folhas e começou a ler as letras. Quando terminou, com Bernie ainda a seu lado em silêncio, mas ainda preocupado, respirou fundo e sorriu levemente.

- É como compor outro “BLUE MOVES”! Você está todo aqui dentro. Por quê?

Bernie encolheu os ombros e balançou a cabeça como a dizer: “Não faço a mínima ideia!”.

- Era isso que eu queria cantar esse ano, Elton continuou. – Era disso que eu queria falar. De certa forma, acho que consegui passar isso pra você, não é? Não é realmente como o “Blue Moves”, porque nele eu tive um Bernie Taupin sofrido, apaixonado, sofrendo por estar perdendo a mulher que amava. Aqui tem um Bernie Taupin maduro, pisando no mundo, politicamente centrado, apaixonado novamente pela sua mulher linda e se divertindo com isso. Feliz!

Os olhos de Bernie brilharam, mas ele não respondeu.

- Parceiro... se eu perder você mais uma vez... eu dou um tiro na cabeça.

Bernie sorriu, gozador.

- Com bala de festim? Não está no tempo ainda. Quem sabe em 88...

Elton riu.

- Você não acredita, não é?

- Claro que acredito. De você eu espero tudo. Te salvei do terrível forno cheio de gás da primeira, não fui útil na segunda porque tinha muita gente perto pra ajudar a te tirar da piscina, não estava perto na terceira, mas na próxima já disse que farei participação especial. Nós vamos vender muito jornal, juntos. Você como um morto ilustre e eu como o mais novo hóspede de San Quentin. Quando você tentar se matar de novo e conseguir, a culpa não vai ser só sua...

Elton divertia-se com o jeito de falar do parceiro.

- Consegui mudar seu humor pelo menos, Bernie disse.

- Você disse que queria falar sobre elas. Tem algum plano especial?

- Não acredito que você vá ser doido de fazer um álbum duplo de novo...

- Não, acho que não... A jogada do “The Fox” com “21 AT 33” até que valeu porque deu pra descansar a cabeça por dois anos. Um álbum pro ano que vem gravado já este ano seria perfeito.

- Queria que você lançasse “The man who never dies”, nem que fosse lado B de qualquer uma delas... – Bernie disse. - Esse instrumental seu vai acabar caindo no esquecimento e isso seria imperdoável. Eu não perdoaria. Você jogou “Funeral for a friend” na minha cara em 76 no prefácio do meu livro. Lembra? Eu tive vontade de matar você. Não me culpe por ter lançado “Empty Garden” e não esse agora.

Elton sorriu.

XVIII – “GELO NO FOGO” – PARTE 9

É OUTONO AINDA, MAS ELE VAI SER AMENO...

SAÚDE, RESPEITO E PAZ AO MUNDO!

OBRIGADA, SENHOR, POR TUDO!

DEUS ABENÇOE A TODOS NÓS!

BOM DIA!

Velucy
Enviado por Velucy em 11/05/2020
Reeditado em 12/05/2020
Código do texto: T6943788
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