Q.B. - CONTE-ME O QUE OS JORNAIS DIZEM - PARTE 5

XVII - CONTE-ME O QUE OS JORNAIS DIZEM!

(Tell me what the papers say - Ice On Fire – 1985)

…de Your Song a Sad Songs…

...o tempo que leva pra contar os passos de um Superstar.

Bernie não disse nada. Ficou olhando para o empresário, sério. O rosto fino e moreno do sol da Califórnia mostrava uma firmeza de aço, bem diferente de anos atrás quando ele era apenas um garoto sonhador. E era a isso que John se referia com sua frase feita.

- Você mudou tanto! Às vezes você me dá medo.

- Vai começar a me analisar agora, é? – Bernie falou, retirando a folha das mãos dele e colocando-a numa pasta sobre a escrivaninha.

- Às vezes eu paro pra pensar no dia em que decidi empresariar Elton John e esbarrei com você fumando feito um doido no corredor da DJM, antes de entrar na sala do Dick pra brigar com ele.

- Você está ficando velho, John.

- Todos estamos. Eu estou também, mas não sou muito mais velho que você e, naquela época, você e ele tinham muito mais amor ao que faziam do que agora... Você, apesar de toda aquela arrogância, era muito mais humilde.

- Arrogância? – Bernie perguntou, rindo. – Aquilo não era arrogância, John. Era medo... Eu era um moleque caipira, bobo, ainda virgem, pretensioso e imaturo. Era isso que eu era...

- Você sabe do que eu estou falando. A gente demorou pra perceber isso, mas no início não era isso que algumas atitudes suas diziam.

Bernie ficou sério novamente e sentou-se numa cadeira, atrás da mesa.

- É, eu sei... Tudo que se faz quando se é jovem é muito mais puro, muito mais romântico e... muito mais autêntico, mesmo que seja infantil. “Your Song” é uma grande prova disso.

Bernie coçou a nuca e sentiu a garganta arder, mas tentou livrar-se daquela sensação, respirando fundo.

- Apesar de... gostar de mim muito mais do que antes, agora, eu... às vezes, daria tudo pra ser... pra ter novamente dezessete, dezoito anos... Ridículo, não?

John apenas balançou a cabeça, negando. Bernie continuou:

- É só pegar... nos álbuns de fotografias antigos e ficar observando... Quanta coisa mudou, meu Deus!... Quanta coisa! As centenas de viagens que eu fiz da casa da minha tia em Putney a Pinner toda semana, antes de mudar pra casa dos Dwight, depois daquele dezembro de 67. O apartamento em Islington, a gente mudando pra casa da Linda e o Reg noivando com ela e descobrindo que era gay antes de tentar se matar por causa dela... A biscate nunca tinha dormido com ele e dizia que estava grávida dele! Poxa, que confusão aquela mulher fez na cabeça do Reg...

Ele parou e por um momento, o nome Reg lhe soou estranho. Repetiu:

- Reg... Eu nunca consegui relacionar a Linda com o Elton.

- São a mesma pessoa...

- Não, não são. Você sabe que não são, John. Ele só virou mesmo Elton John quando veio pra cá e explodiu no Troubadour naquele agosto de 70... Nós e a banda, Nigel, Dee, Caleb... Os cinco andando por Los Angeles como verdadeiros gringos numa terra dez mil vezes maior que a nossa terra... Essa cidade que eu amo tanto agora, me assustava mais do que qualquer fantasma, naquele momento, mas eu, particularmente, queria... cutucar aquele fantasma por baixo do lençol dele. Elton estourou e eu me apaixonei pela cidade; me apaixonei e perdi a virgindade da qual queria me livrar a tempos com Maxine; ele fez o nome e eu me casei. Mas nunca deixamos de ser unidos, nunca deixamos de curtir e respeitar um ao outro pra valer...

Os olhos de Bernie brilhavam ao lembrar aquele passado.

XVII – “CONTE-ME O QUE OS JORNAIS DIZEM” – PARTE 5

VAMOS ESPERAR QUE SEJAM NOTÍCIAS BOAS!

OBRIGADA, SENHOR, POR TUDO!

VAMOS SAIR DESSA MELHORES!

SAÚDE, RESPEITO E PAZ AO MUNDO!

DEUS ABENÇOE A TODOS NÓS!

BOM DIA!

Velucy
Enviado por Velucy em 18/04/2020
Código do texto: T6920662
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