Q.B. - QUERO BEIJAR A NOIVA! - PARTE 11

XVI - QUERO BEIJAR A NOIVA!

And when the preacher said: “Is there anyone here

Gotta reason why they shouldn’t wed?”

“Kiss the bride” – (Álbum Too Low For Zero – 1983)

Renate balançou a cabeça negando gostar de futebol, cruzando os dedos dela nos de Elton.

- Mas não tem outro jeito. Maioria dos diretores leva suas esposas a jogos importantes e eu não posso e não vou deixar a minha em casa.

- Ah, eu posso… inventar uma enxaqueca, uma torção no tornozelo depois de um passeio a cavalo, uma queda da escada...

- Nada disso! – ele falou, ainda rindo sua risada gostosa.

- Não há escapatória?

- De jeito nenhum. Imagine se a imprensa descobre que minha mulher está mentindo pra não me acompanhar a um dos eventos que eu mais amo comparecer?

- E seu eu tiver trabalho no estúdio?

- O estúdio espera por mim, vai ter que dispensar você por quantos dias for preciso. Eu preciso de você do meu lado. Quero você comigo sempre que for possível.

- Eu entendo e até concordo, mas... futebol?

- Futebol, sim! E dê graças a Deus por minha paixão no esporte não serem touradas. Dá pra fazer uma diminuta ideia do que seria?

Ela pensou e acabou concordando.

- Está bem, eu vou, só não me peça pra torcer. Não entendo nada do que acontece num campo de futebol.

Elton a abraçou com almofada e tudo, beijando várias vezes sua testa e sua boca.

- Mas você falou que ficou só três dias em Crimphill. Por quê? Pra onde foi todo tempo que ficou em Londres?

- Pro meu antigo apartamento!

- Desprezando minha casa, sua casa, nossa casa?!

- Não desprezando, eu só me senti muito sozinha lá. E já te adianto uma coisa: eu não vou ficar lá mais um mês inteiro sem você, sozinha novamente.

- Eu vivo lá sozinho há anos...

- Você tem o Bob, os seguranças, sua mãe que te faz companhia de vez em quando... sem contar que você fica mais fora de casa do que lá. Agora o Bob está mais com sua mãe, na casa dela, os seguranças nem se vê e sua mãe... nem aparece sem você lá. Não temos tanta intimidade assim. Eu não estou acostumada a ficar numa casa tão grande sozinha. Quando nós dois formos juntos pra lá, ficarmos lá por algum tempo e eu sentir que aquela casa é realmente minha, aí sim, você pode viajar o quanto quiser que eu fico. Enquanto não entrarmos lá juntos, aquela casa pra mim é só sua.

- Hum… Acho que entendi. É aquela coisa de ter que chegar à soleira da porta e carregar a noiva no colo pra dentro da casa como se vê nos filmes, não é?

- Mais ou menos. Você acha antiquado?

- Não, acho bem romântico até. Eu sou romântico. Tudo bem, senhora John, por enquanto ainda se sentindo senhorita Blauel, apesar de tudo. Fique no seu cantinho até que seu ocupado marido possa realmente honrar aquela solitária mansão com sua presença como seu marido.

- Quando?

Ele pensou, ajeitou os óculos e respondeu:

- Junho?

Ela sentou-se rapidamente. Elton encolheu-se todo.

- Junho, Elton?!

- Eu ainda estou em turnê, Renate! Você sabe disso. Veja só: Polônia, Hungria, Tchecoslováquia, Suécia, França, antes Alemanha... quer ir comigo?

- Não, eu não moro mais lá há anos! Só vou pra lá em férias ver meus pais e... estou casada agora! Meu marido estará trabalhando lá!

- Tudo bem... Continuando... a turnê termina esse primeiro semestre na Inglaterra... em Junho!

Ela deu um suspiro aborrecido e abraçou as pernas dobradas.

- Eu não posso mudar isso, Renate. Uma turnê agendada é um compromisso que eu tenho que honrar. São pessoas que compraram ingressos e esperam pra me ver por meses...

- O pior é que eu sei disso, ela disse, já não tão aborrecida, mas triste. Me desculpe.

Ele olhou para ela por cima dos óculos e ergueu a mão esquerda, fazendo o que ela tinha feito com ele há tempos atrás, imitando-a num falsete, inclusive.

- Você não colocou essa aliança no meu dedo pra ficar pedindo desculpas depois, colocou?

A maneira como ele falou era hilariante. Renate começou a rir e o abraçou. Ele a envolveu nos braços e ficou olhando para a mão onde a aliança brilhava.

- Já imaginou se todas as nossas discussões, que por enquanto são pequenininhas, forem resolvidas com essa argolinha?

Ela ficou olhando para o anel e sorriu:

- Sabe que às vezes eu olho pra ela e não acredito que estou usando? – ele falou.

- Arrependido? – ela perguntou, brincando, escondendo o rosto no peito dele, quase com medo da resposta.

- Hum... Quem sabe? – ele provocou.

Como vingança, ela começou a fazer-lhe cócegas.

- Ai, não faz isso! Estou brincando, juro!

Ela parou e ficou séria, olhando em seus olhos.

- Não fala mais isso, por favor... Nunca mais...

Elton a beijou e a abraçou apertado.

XVI - QUERO BEIJAR A NOIVA – PARTE 11

OBRIGADA, SENHOR, POR TUDO!

VAMOS SAIR DESSA MAIS FORTES!

SAÚDE E PAZ AO MUNDO!

DEUS ABENÇOE A TODOS NÓS!

BOM DIA!

Velucy
Enviado por Velucy em 01/04/2020
Reeditado em 06/04/2020
Código do texto: T6903150
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