QUEBRANDO BARREIRAS - INQUIETO - PARTE 13

XIV - INQUIETO

Everybody is restless, everybody is scared

Everybody is looking for something that just ain’t there

Everyboby is restless!

“Restless” – do Álbum Breaking Hearts – 1984

No mês de setembro, Elton voltou à África, mas não para fazer shows. Ele ia se submeter a outra operação para reimplante de cabelos. Segundo os médicos, o processo era bem lento e foi doloroso e complicado, mas se tinha esperança de obter resultados nele.

Elton ficou cinco dias lá e voltou logo para a Inglaterra para começar a trabalhar firme nos ensaios de gravação do próximo álbum com a banda.

Nos estúdios da AIR em Londres, Davey, Dee e Nigel juntaram-se a ele mais uma vez no final de outubro para aprimorar as canções que ainda eram apenas letra e música cruas.

Como sempre, muito trabalho, mas muita descontração entre os quatro que já tinham tanto em comum que muito pouco precisava para encaixar sons de baixo, bateria, guitarra e piano/teclados, que seriam todos feitos por Elton desta vez, graças aos valorosos ensinamentos do maestro James Newton-Howard.

As sessões transformavam-se em verdadeiros shows de música entre quatro paredes para nenhuma platéia.

Elton divertia-se imitando outros cantores e seus estilos e abusava de tudo que havia aprendido em termos de impostação de voz, cantando canções de Nigel e com ele disputando os sons mais agudos.

O baterista tinha naturalmente a voz bem aguda e se divertia com as caretas de Elton que com algum esforço chegava lá cantando canções como “Only one woman” gravada por Nigel em 74 e lançada pela Rocket Records naquele ano, da qual a banda toda fazia parte com Elton tocando ao piano.

Outras vezes eram músicas do grupo inglês “The Police”, cujo vocalista Sting era também grande amigo de Elton.

Havia momentos em que ele mesmo morria de rir do que fazia e só dava uma olhadinha matreira para Tim Young e Chris Thomas que, da sala de controle, olhavam para eles. Chris, balançando a cabeça, feito pai observando as travessuras de um filho.

- Isso é só um teste, crianças, falou Elton, rindo. – Eu estou só desenferrujando as juntas e os alto-falantes.

- Você acaba com a voz até as gravações começarem, já pensou nisso? – perguntou Tim.

- Aí eu mesmo me encarrego de te colocar óleo nas suas... “juntas”, juntou Chris.

- Não estou forçando, juro. É assim mesmo que eu canto, Chris. Juro pelo meu implante, ele falou tirando o boné preto.

Todos riram, até Chris.

- Lembra de “Goodbye yellow brick road”?

- Não, brincou Chris, eu não era nascido naquela época...

Eles riram, de novo.

- Quer alguma coisa mais leve? Ouve essa...

Elton começou a tocar “You and I” do cantor americano Kenny Rogers.

Enquanto ele interpretava como ninguém, Renate Blauel entrou na sala de controle onde Tim e Chris estavam e ficou ouvindo também. O produtor sorriu para ela.

Elton estava já quase no meio da canção quando notou que ela estava ali e apesar de ficar um pouco nervoso, continuou tocando e cantando, desviando muito de vez em quando o olhar para ela e sorrindo. Os rapazes faziam com muita sonoridade o backing vocal que combinava muito com suas vozes agudas e afinadas.

Quando a canção terminou, ela aplaudiu e Tim, depois de mexer em alguns botões, colocou o tape para rolar e todos ouviram de novo o que eles haviam cantado.

- Você gravou, Tim? – Elton perguntou surpreso.

- Eu gravei, disse Chris. – Eu vou produzir o seu novo álbum, mas se ele não sair por motivos técnicos, a gente lança um coletânea sua cantando hits de outros caras. Kenny Rogers vai agradecer.

- Muito engraçadinho. Oi, Renate!

- Oi, ela respondeu, acenando com a mão e sorrindo com seu jeito tímido.

- Já te apresentei à minha banda?

- Três vezes, Davey respondeu por ela. – Oi, Renate!

Ela riu.

- Oi, Davey.

Elton olhou para o guitarrista e lhe fez uma careta.

- Três vezes?... Quando?

- Na gravação do “Jump Up!”...

- Nem você nem o Nigel estavam lá!

- Mas estávamos durante as mixagens, no Pathé em Paris, lembra?

- Ah, é...

- Depois na gravação do “Too Low” e... agora.

- Mas nunca é demais uma apresentação, falou Nigel. – Oi, Renate! Sou Nigel Olsson.

- Dee Murray, falou Dee, erguendo levemente o baixo, entrando na jogada do baterista.

- Bem, já que é assim... falou Davey. - Sou Davey Johnstone e aquele ali no piano é Elton John, se você não conhece.

Elton havia apoiado o cotovelo no piano e limitou-se a olhar para os três.

- Já acabaram com a festinha? Já se divertiram bastante às minhas custas?

Nenhum dos três respondeu, apenas riram a valer. Renate se divertia.

- Calma, meninos. Eu não quis atrapalhar. Só entrei porque ia passando aí fora e ouvi você cantando “You and I”. Eu amo essa canção. Mas as suas já estão prontas pra gente trabalhar?

- Algumas sim.

- Eu posso ouvir?

- Agora?

- Se possível... Se eu vou gravar seu álbum, não quero saber como ele é só quando as gravações se iniciarem. Quero estudá-lo antes.

Ela sentou-se ao lado de Tim e cruzou os braços sobre a mesa de som.

XIV – INQUIETO - PARTE 13

OBRIGADA, SENHOR, PELAS MINHAS INQUIETAÇÕES...

E PELAS MINHAS CERTEZAS!

HOJE É 20/02/2020

BOM DIA!

DEUS NOS ABENÇOE A TODOS

Velucy
Enviado por Velucy em 20/02/2020
Código do texto: T6870194
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