Q.B. - CHOC ICE GOES MENTAL - PARTE 18

XIII - CHOC ICE GOES MENTAL

(Lord Choc Ice... fica maluco!)

Chris, Peggy e Tim voltaram minutos depois, trocaram mais alguma conversa e Elton voltou para casa com Chris.

Elton permaneceu calado no carro por um bom tempo, apenas ouvindo as tagarelices do amigo. Se tinha que responder alguma coisa, o fazia com monossílabos ou simplesmente com o essencial.

Chris acabou percebendo isso e começou a olhar para ele com mais atenção, tomando cuidado para não se desviar da estrada enquanto dirigia. Elton, notório pela sua tagarelice, estava calado. Pareceu que ele estava tão longe olhando pela janela que nem implicava com ele por correr demais, como sempre fazia.

- Elton! – chamou, finalmente.

O cantor olhou para ele tão natural como antes.

- Hum?

- Você está bem?

- Não é pra estar?

- Está calado, estranho...

- Eu? Não, estou só... prestando atenção no caminho.

- Ah, sei...

Chris ainda não ficou satisfeito com aquela explicação, mas resolveu não discutir a respeito. Entraram em Chrimphill e eles saíram do carro.

- Vamos entrar um pouco? – Elton convidou.

- Não, tenho que ir. Espero que tenha valido o passeio.

- Valeu, muito... Obrigado mesmo.

- Posso te fazer uma pergunta?

- Faça.

- O que você acha da Renate?

- O que eu acho?... O que eu acho como?

- Em tudo!

Elton sorriu e começou a mexer com os anéis nos dedos as mãos.

- Você saiu daqui dizendo que ia me levar a um lugar onde havia uma pessoa que estava preocupada comigo tanto quanto qualquer amigo meu... Era ela?

- Era, falou Chris, com um sorriso malicioso.

Elton sorriu sem jeito, mas não disse nada.

- E então? Te agrada saber disso ou... ela é só mais uma?

- Que jeito de falar de uma moça, CT! Ela não é qualquer uma. É uma colega de trabalho nossa, se liga.

- Ah, desculpa, lord inglês. Você está apaixonado ou não?

- Ei, calma! Eu conversei com ela umas três vezes, cara.

- E desta vez veio todo aéreo no carro. Por quê?

- Eu a convidei pra ser a engenheira de som nas gravações do próximo álbum...

Chris fez uma cara de desânimo.

- Só?! Não foi isso que eu perguntei.

- O que você quer que eu diga mais, Chris?

- Elton, você vai começar a gravar no final do ano...

- Em Montserrat!

- Ok, mas estamos em abril de 83! Até o final do ano muita água pode rolar por debaixo dessa ponte, cara! Você não veio todo pensativo no carro só porque convidou a garota pra gravar seu álbum.

- Não...

- Ah, estamos indo bem então. Por que mais?

- Promete não dizer a ninguém?

- Eu devo prometer não dizer o que, a ela, exatamente? Está com medo de se decepcionar?

- Não, não é isso. Eu imagino que ela deva ser uma excelente profissional, nós conversamos muito e... ela me passa segurança. Adorei o jeito dela. O que eu posso te dizer é que... ela é uma mulher pra se pensar a respeito.

- Só pensar?

- Não me empurra, Chris, ele falou sério. – Me deixa medir meus sentimentos. Não funciono assim. Não exige muito de mim. Eu não gosto e não quero fazer nada imposto, impensado. Já fiz isso algumas vezes e sofri muito e fiz gente sofrer... Eu estou procurando alguém pra mim sim, mas eu... não posso me agarrar assim à primeira pessoa que aparece e que... me mostra um pequeno vislumbre de... chance. E não esquece que eu ainda sou gay, amor... esse campo é bem inusitado pra mim ainda.

Chris sorriu.

- Não esqueci, amiguinho, sossega... mas a Renate é uma grande garota, Elton. Não quero te empurrar, você tem razão. Ela não merece isso, pra começar, nem você. Gosto um bocado de você e quero que você faça as coisas como achar melhor. Só te garanto que tem muita coisa boa atrás daqueles olhos azuis.

Elton apenas sorriu. Chris entrou no carro e ligou o motor.

- A gente se vê. Torço por você. Tchau.

- Tchau, Chris. Obrigado.

Ele se foi.

Elton entrou na casa e foi direto para o quarto. Tomou um banho, trocou de roupa a foi para o estúdio. Resolveu ouvir os tapes do novo álbum e ligou a aparelhagem de som. Colocou a fita para rolar e sentou-se num sofá, com as provas da capa na mão. No encarte interno, a dedicatória: “Ei, Toni, esse é de mim pra você! Amor, Bernie.”

Ele sorriu e sentiu a força da paixão que Bernie sentia pela esposa. O letrista dedicava seu último trabalho à modelo com quem agora dividia sua vida. Não podia haver prova de amor maior que aquela. Uma pitadinha de ciúme surgiu e desapareceu com a mesma rapidez em sua mente. Não tinha o direito de pensar assim no parceiro de tantos anos. Aquilo já tinha sido colocado na mesa e muito! Bernie era seu irmão e ponto.

XIII – CHOC ICE GOES MENTAL - PARTE 18

VOCÊ JÁ PERDEU A CABEÇA ALGUMA VEZ...

QUANDO AS COISAS NÃO CORREM COMO VOCÊ ESPERA?

QUEM NÃO, NÃO É?

NOSSA SENHORA APARECIDA NOS ABENÇOE A TODOS

ACABEI DE VIR DA CASA "DELA"

OBRIGADA, SENHOR, POR TUDO QUE CORRE BEM EM MINHA VIDA!

E PELO QUE NÃO CORRE TAMBÉM!

Velucy
Enviado por Velucy em 02/02/2020
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