Q.B. - CHOC ICE GOES MENTAL - PARTE 14

XIII - CHOC ICE GOES MENTAL

(Lord Choc Ice... fica maluco!)

Elton esfregou o rosto com as mãos e ajeitou o chapéu na cabeça impaciente.

- Agora... casar assim... sem planejar nada. Isso seria um desrespeito com a pessoa e uma loucura! Insanidade! Eu quero me casar com alguém que eu ame! E eu posso ser meio doidivanas às vezes, mas não sou idiota a ponto de pensar que isso pode melhorar as coisas. Quero me casar um dia sim, mas por mim e não pelos outros. Não para agradar ninguém.

- Poderia não resolver, mas que ajudaria, ajudaria.

- Eu tive que desligar meu telefone em Woodside, sabia?

- Eu soube. Tentei ligar essa semana pra você e não consegui. Apelei pro Reid e ele me contou, só não disse por que.

- Eu andei recebendo telefonemas simplesmente horrendos. Gente me envolvendo com gente que eu sequer conheço; me acusando de atos que eu mesmo fico vermelho só de imaginar comentar. Eu nunca pensei que pudesse chegar a ter uma imagem tão suja na cabeça de certas pessoas.

- Mas não tem, Elton. Vai existir sempre gente que queira te derrubar.

- Mas eu não aguento mais! Dá impressão que isso não vai acabar mais! Toda vez que eu chego a Londres, ou saio, eu rezo pra que ninguém saiba que eu estou em Heathrow. Ainda mais que eu ainda estou com John. Ele age às vezes como se eu fosse marido dele ou mulher! Tenho medo que ele espanque alguém de novo como fez no início de 76 e toda vez que tem um chilique de ciúme de mim. E olha que ele nem era tão fiel, o viadinho...

Chris achou melhor não se pronunciar sobre o fato. O carro parou diante de um edifício que Elton reconheceu logo.

- Estamos no AIR? O que viemos fazer aqui? Não tenho gravação hoje.

- É, Chris respondeu. – Eu estou trabalhando aqui.

- Então é você a pessoa que está tão preocupada comigo? Podia ter tido isso em casa mesmo. Não precisava me tirar de casa pra dizer isso. Eu já sei, amiguinho, e te amo por isso.

Elton colocou a mão na nuca dele, acariciando seus cabelos, gozador.

- Ih! Quer parar? – Chris disse, batendo na mão dele. – Eu não sou o que você precisa agora, amigão. Meu nome é Christopher Thomas, e sou hétero, se você não sabe. Vamos entrar.

Elton riu, divertindo-se com o amigo. Entraram no prédio.

Depois de conversarem pelos corredores do prédio com vários amigos comuns, foram ao estúdio de gravação. Lá encontraram Peggy McGreary, Tim Young e Renate Blauel conversando animadamente junto à mesa de som.

- É só eu sair e ninguém faz mais nada aqui dentro, falou Chris, fingindo zanga.

Os três olharam na direção deles. Ninguém deu a mínima.

- Pois fique o senhor sabendo que a gente trabalhou muito melhor sem você aqui, senhor Chris Thomas, brincou Tim. – Oi, Elton!

- Oi, ele disse, com um sorriso simpático, cumprimentando os três.

- Consegui desenfurnar a fera novamente, falou Chris, passando o braço em volta dos ombros de Elton.

O cantor ficou sem jeito.

- Ele conseguiu te tirar do seu sossego, Elton? Aposto que o coitado estava em casa descansando e esse chato foi perturbá-lo, não foi?

- Mais ou menos... ele falou. – Mas eu precisava mesmo dar uma saída de casa. Desenferrujar. Tudo vazio aqui hoje, por quê?

- Vazio? Isso aqui esteve ocupado a manhã inteira! Fizemos uma pausazinha agora pro café.

- O “Human League” saiu daqui agora pouquinho, falou Tim. Daqui a pouco vai chegar um grupo novo de heavy metal e sai de baixo!

Tim fez o sinal característico do heavy metal com a mão e colocou a língua para fora, fazendo uma careta.

- Quando você grava novamente com a gente, Elton? – Peggy perguntou.

- Bom, o último gravado aqui só sai em maio. Eu vou começar a trabalhar em outro só no final do ano. Ano que vem provavelmente.

- Ficamos sabendo do roubo da sua casa... Lamentável! – disse Peggy.

- Passou já. Não prejudicou minhas dívidas, ele brincou. – Me levaram um relógio que eu amava, mas ano que vem eu ganho outro.

- E você, Blauel, não abre a boca? – Chris perguntou para Renate, calada até então, envolvendo-a num abraço.

- Gosto de ouvir, ela disse, sorrindo.

- Sempre quis aprender essa qualidade, falou Elton.

- Não sei se é uma qualidade, ela disse.

- Em algumas mulheres é quase uma obrigação, disse Chris.

Peggy começou a beliscá-lo.

- Ah, seu machista sem vergonha!

- Eu disse “algumas” mulheres, Pepe! Não me referi a todas as mulheres.

Elton, Renate apenas riram. Tim defendia Chris que se escondia atrás dele.

- Meu Deus! Isso vai longe, disse Renate, apoiando-se na mesa e esfregando o rosto com as mãos.

- Você parece cansada, Elton observou.

- Estamos... todos! – falou Peggy. - Tivemos cinco horas de gravação ontem seguidas até dez e meia da noite.

- Então eu vou levar você pra tomar um lanche, falou Chris, pegando-a pela mão.

- Você está brincando, Chris.

- Não! Vamos todos!

- Eu não vou, disse Renate. – Só saio daqui hoje pra ir pra minha casa, dormir na minha cama. Obrigada, Chris.

- Quanto tempo a gente tem até os malucos chegarem? – perguntou Peggy.

- Uma hora, uma hora e meia, ela respondeu.

- Ah, eu vou! Tim, vem.

- Bem. Eu estou aqui a passeio mesmo... Amanhã sou eu passando a mesma coisa em Montserrat.

- Elton...?

- Não, eu vou ficar com ela. Não estou querendo sair na rua pras pessoas ficarem me olhando como seu eu fosse um canguru fora da Austrália. Divirtam-se.

Era isso mesmo que Chris queria: que Elton ficasse sozinho com a engenheira de som.

- Tchauzinho, hein! – ele disse. – Juízo, crianças.

Os três saíram. Chris piscou para Elton ainda na porta. Ele franziu as sobrancelhas e sorriu discretamente, erguendo os ombros, como não entendendo nada.

XIII – CHOC ICE GOES MENTAL - PARTE 14

VOCÊ JÁ PERDEU A CABEÇA ALGUMA VEZ...

QUANDO AS COISAS NÃO CORREM COMO VOCÊ ESPERA?

QUEM NÃO, NÃO É?

DEUS NOS ABENÇOE A TODOS

OBRIGADA, SENHOR, POR TUDO QUE CORRE BEM EM MINHA VIDA!

E PELO QUE NÃO CORRE TAMBÉM!

Velucy
Enviado por Velucy em 29/01/2020
Código do texto: T6853105
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2020. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.