Q.B. - CHOC ICE GOES MENTAL - PARTE 7
XIII - CHOC ICE GOES MENTAL
(Lord Choc Ice... fica maluco!)
Elton fechou a mão em punho e ergueu o dedo médio lentamente, mostrando para Bernie, mas não disse nada.
- Eu não sei, continuou Bernie, rindo dele, mas depois falou a sério. – Acho que não acredito que Elton deixe a música por nada por muito tempo. Ele fez “Tommy” no nosso auge e não atrapalhou nada, muito pelo contrário, ajudou na popularidade dele e fizemos amigos novos em Hollywood.
- Mas eu não falei que deixaria a música pra sempre, ainda não fiquei maluco, Elton esclareceu. – Eu não viveria sem minha música nem se me aposentasse. Deixaria pelo tempo necessário até terminar as filmagens. E você pergunta pra ele se não se importaria de perder o parceiro pro cinema; eu é que vou perder o parceiro pro cinema qualquer dia desses! Ele está mais dentro desse mundo do que eu! Não sei por que ainda não perdi. Esses olhos verdes de gato selvagem e essa cara de cafajeste atrai qualquer público!
Todos riram. Bernie olhou para Elton, ficando vermelho, com vontade de esganá-lo.
- Mas eu não entraria como ator, Bernie falou, disfarçando. – Prefiro dirigir.
- Nem nisso vocês são iguais! – falou Robert.
Os dois riram. Elton falou:
- Você costumava comparar a gente com... queijo e... Como é que era?
- Giz e queijo, Bernie lembrou.
- Quem é o giz? – David perguntou.
Bernie olhou para Elton sorrindo e ele fez o mesmo.
- Adivinha, chuta, Elton falou.
Dennis se intrometeu e chutou:
- O giz é o Bernie...
- Grande garoto! – exclamou Bernie, batendo na perna dele. – Eu sou o giz por ser seco como tal e escrever as coisas que ele canta; ele é o queijo por ser justamente a parte consumível da dupla.
- Consumível? – Elton perguntou com uma careta.
- E não é?
- Obrigado pela minha parte, amigo. Você não é?
- Sou também, mas...
- Você se considera um letrista consumível? – Robert perguntou.
- Não era, no início da década de setenta, falou David.
- Nem como letrista, nem como gente, brincou Terry.
- E não era mesmo, concordou Bernie. – Quer explicar por que, Terry?
- Você não era muito acessível naquela época. Era tímido, enjoado e prepotente. Só se soltava um pouco quando tinha que promover alguma coisa pra dupla. Estou errado?
- É, quase... Tem muita coisa por trás de tudo isso, mas isso mudou muito. Nunca fui muito... comercial. Agora eu sou consumível. Acho que agora as pessoas me entendem melhor, ou melhor, entendem melhor o Elton quando ele canta minhas letras. Ainda não sou necessariamente comercial, sou mais... acessível ao entendimento das pessoas; me encaixar melhor no mundo delas quando falo de qualquer assunto é ser consumível no meu caso. Em termos musicais é diferente.
- Anda meio difícil manter o mesmo pique da década passada, Elton?
- Anda, justamente por eu não querer mais manter aquele pique.
- A procura de paz? – Dennis perguntou.
- Também. Eu não tenho medo de ficar de fora da mídia um dia, se precisar...
- Ele fala isso porque sabe que nunca vai ficar, disse Terry, cruzando a perna.
Todos riram.
- Ninguém prevê o futuro, disse Elton.
- Não seria uma fase apenas? – voltou Robert.
- O quê? Essa minha indiferença pelo sucesso?
- É.
Ele pensou um pouco.
- Fase?... Não, não acho que seja uma fase. Eu gosto de fazer shows, gosto de cantar, me divirto quando faço isso, mas isso era essencial pra mim antes. Antes vinha primeiro a carreira depois a minha vida; agora a coisa é totalmente diferente. Primeiro a minha vida, depois o resto. Acreditem se quiserem. Ando meio sem paciência pra provar o que eu sou ou o que gosto de fazer pra ser feliz.
- E o Watford?
- Está ótimo! Meu ano vai ser quase todo dele. Vamos à China em junho, não sei se eu te falei...
- Não.
- Mas e o filme? – David perguntou.
- O filme, se vier a dar certo, vai ser iniciado no outono, lá por setembro, outubro. Tem tempo ainda.
- Do Watford você não desistiria.
XIII – CHOC ICE GOES MENTAL - PARTE 7
VOCÊ JÁ PERDEU A CABEÇA ALGUMA VEZ...
QUANDO AS COISAS NÃO CORREM COMO VOCÊ ESPERA?
QUEM NÃO, NÃO É?
DEUS NOS ABENÇOE A TODOS
OBRIGADA, SENHOR, POR TUDO QUE CORRE BEM EM MINHA VIDA!
E PELO QUE NÃO CORRE TAMBÉM!