QUEBRANDO BARREIRAS - DIAMOND JIMS - PARTE 21

XII - DIAMOND JIMS

“While others climb reaching dizzy heights

The world’s in front of me in black in white

I’m on the bottom line”

(Gotta get a) MEAL TICKET – CFBDC* - 1975

*Captain Fantastic and Brown Dirt Cowboy

Dois dias antes da entrada do ano, Bernie e Toni estavam se preparando em seu apartamento londrino para voltar à casa dos pais dele para passarem o Réveillon com o casal Daphne e Robert Taupin, os pais dele, e toda família.

Ele estava sentado na cama arrumando algumas roupas numa mala pequena, quando a campainha tocou.

- Ah, droga, quem será? – ele perguntou.

- Eu vou ver quem é, ela disse, colocando os brincos, ainda descalça, indo atender a porta.

- Se for repórter, despacha.

- Sim, senhor, ela disse brincando, fazendo uma continência.

Ao abrir a porta, ela viu um homem muito simpático, bem vestido que não conheceu.

- Sim?

- Bom dia, senhora. Sou amigo do Bernie, ele está?

- Bom dia... Você é repórter?

- Não, disse ele, rindo. – Sou... ex-promotor dele e do parceiro dele, Elton John. Nós nos conhecemos há muito tempo. Soube que ele ainda estava em Londres e aproveitei pra fazer uma visita, antes que ele volte pra América.

- Seu nome?

- Stephen James.

Gentil e educada, Toni abriu espaço na porta para ele entrar.

- Stephen James...? Esse nome não me é estranho... ela disse, fechando a porta. – Você tem algo a ver com a...

- This Music... Dick James Organization. Era Dick James Music, no passado. Sou diretor, substituo meu pai agora.

Toni começou a ligar as coisas e intimamente arrependeu-se de ter aberto a porta, porque já havia ouvido Bernie falar dele e não havia sido nada gentil.

- Sente-se eu... vou chamar meu marido...

Ela foi até o quarto, onde Bernie já estava fechando uma última mala e disse:

- Quem era, amor?

- Meu bem, temos visitas.

- Visitas, a essa hora? – ele perguntou. - Quem é? A gente está quase saindo, Toni.

- Senhor... Stephen James.

Ele olhou para ela rapidamente, sem acreditar que havia ouvido aquele nome.

- Quem?!

- Stephen James, Bernie, da Dick James Music.

Ele largou o que estava fazendo e foi para a sala e só acreditou quando viu James com os próprios olhos, sentado tranquilamente em seu sofá. Stephen se levantou e com um sorriso que pretendia ser gentil, disse:

- Oi, Bernie!

Ele estendeu a mão. Bernie olhou para a mão dele e pensou por um segundo se valeria a pena ser hostil com ele tão cedo sem saber o que ele desejava. Apertou sua mão e cumprimentou, convidando:

- Oi... Senta.

Stephen sentou-se.

- Eu estive em Crimphill, mas o Elton não está lá... e não havia ninguém lá pra informar onde ele está...

- Ele está... na casa da avó e da tia dele em Pinner, foi visitar as duas, Bernie disse, sem querer esticar muito o assunto. Na verdade não sabia onde Elton estava.

- Ah, eu imaginei... ele ainda tem avó viva e nessa época do ano a gente gosta desse tipo de visita...

- O que você quer?

- Bom, eu... Tenho um assunto que eu preciso tratar com ele, mas pode muito bem ser com você mesmo, já que é um dos interessados...

- Se é sobre o processo...

- É e eu sei que você pode me ouvir. Já não tem mais dezessete anos, não é?

Bernie sentiu o sangue subir à cabeça e respondeu:

- Não, não tenho mais dezessete anos, mas tenho um avião pra pegar em Heathrow e, embora as más línguas digam o contrário, meu dinheiro não é ganho pra ser jogado fora com coisas inúteis. Seria um desrespeito ao trabalho mais do que sério meu e do meu parceiro nisso.

- Bernie, eu não vim aqui pra brigar com você. Não vim aqui pra isso. Meu dinheiro e meu tempo também são coisas sérias pra mim. Eu só quero conversar civilizadamente com você. Isso não precisa se tornar uma guerra.

- O Elton quis conversar com seu pai pra não ter que... guerrear com ele e ele não quis.

- O Elton estava sendo pressionado pelos advogados dele e meu pai sabia disso...

- Como sempre bem informado, Bernie disse com um sorriso.

- É... Como homem de empresa, você deve saber que isso é primordial na nossa vida: a informação. Frank Pressland foi falar comigo também e disse dos planos do Elton de reaver as matrizes de 130 canções...

- 136, corrigiu Bernie.

- Que seja... 136 canções e mais a alegação de que os contratos eram injustos e abusivos.

- E não eram?

- Não.

Bernie sorriu irônico. Aquela conversa não parecia estar indo por um bom caminho.

XI – DIAMOND JIMS - PARTE 21

DEUS NOS ABENÇOE A TODOS

OBRIGADA, SENHOR, POR TUDO!

Velucy
Enviado por Velucy em 14/01/2020
Código do texto: T6841316
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