QUEBRANDO BARREIRAS - QUINZE ANOS - PARTE 14

XI - QUINZE ANOS...

We don’t regret a single day, you see?

Some of it was fun…

Elton e Bernie

Elton e Dan riram mais ainda.

- Você foi o maior astro da música pop/rock durante os anos setenta, mas esse não tem sido o caso nos anos oitenta. Por que isso acontece e o que você sente a respeito?

- Em 76, eu não queria mais ver nenhum instrumento ou fazer outro disco porque naquele tempo não havia mais nada na minha vida a não ser Elton John, o cantor, e excursionar. Isso não é coisa mais importante pra mim agora, mas era naquele tempo. Por seis daqueles anos eu fui pego num movimento que era grande e eu estava com tudo. Então eu subitamente compreendi que eu não tinha nenhuma vida pessoal. A coisa mais importante pra mim agora é só me divertir compondo e tocando minha música. Eu não quero mais aquela atenção maciça, aquela loucura outra vez, porque eu não seria capaz de lidar com aquilo, de manipular aquilo tudo outra vez. Não hoje em dia. Estou muito feliz com minha vida do jeito que ela está.

- Então, quais são as coisas mais importantes da sua vida agora?

Um suspiro longo, ele ajeitou os óculos de haste vermelha sobre o nariz e respondeu:

- Só eu mesmo, minha família, meu time de futebol.

Olhou para Dan e sorriu.

- Tão simples, disse Dan. – Para quem já teve tanto que pensar...

- Doze anos de loucura e eu atravessei esses doze anos de loucura! E os altos e baixos... ele disse, coçando a testa pensativo. – Eu não estou mais interessado em falar só de música. Estou interessado em felicidade pessoal, sabe? Aquela coisa gostosa que é estar... estar com as pessoas e se divertir e gostar simplesmente de estar com elas e elas curtirem estar com você. E maioria das pessoas ao meu redor hoje tem estado comigo por um longo tempo. Só isso já me deixa feliz. Eu ainda tenho meu empresário de estrada que tinha em 70 e Bernie e eu estamos juntos há quinze anos, desde 67! Vamos dar uma festa pra comemorar. Está convidado. Se você consegue atravessar os acessos neuróticos que eu atravessei e que outras pessoas atravessaram e continuar ainda tendo amigos, então eu acho que é uma façanha. A vida é uma façanha se você a conquistar.

- Você tem conquistado tudo o que quis?

- Tenho tentado pelo menos.

- Posso tocar num assunto... delicado que particularmente acho que você tem enfrentado com muita coragem, apesar de e levando-se em conta todos os problemas que lhe tem causado?

Elton riu gostoso e brincou, adivinhando sobre o que Dan estava falando:

- Se você não tocasse no assunto, eu ficaria frustrado.

Ele colocou as mãos em concha diante da boca e falou como se falasse em um alto-falante:

- No ar: “As calcinhas de renda cor de rosa de Elton John!”, por Dan Formento, senhoras e senhores.

Dan riu a valer.

- Você me deixa, pelo menos, menos nervoso, disse Dan.

- Pelo menos eu sei que você não vai falar do assunto com medo que eu te agarre.

Dan riu novamente, pigarreou e começou:

- Você fez há alguns anos atrás uma revelação a respeito de sua homossexualidade. Essa revelação te causou alguma mágoa?

- Não, não acho que tenha causado mágoa, mas acho que feriu minhas vendagens de discos, especialmente no meio-oeste dos Estados Unidos, porque não é aquilo que todo mundo gosta de ouvir. Eu simplesmente tive que desabafar, tinha que... tirar aquilo que estava engasgado aqui na minha garganta há muito tempo. Eu esperava realmente ofender a uma porção de pessoas, mas preferi ser honesto a viver a minha vida numa mentira. Eu sou presidente de um time de futebol na Inglaterra que é a trincheira da masculinidade e realmente não importa. Eu não faço ostentação disso, mas pensei que pudesse ajudar outras pessoas na mesma condição assim.

- Então, você não é necessariamente um proponente ativo dos direitos gays?

- Eu apoio qualquer movimento suprimido, mas não acho necessariamente que os gays sejam suprimidos hoje em dia.

- Mas você foi.

- Quem está envolvido com arte e fala para multidões seja lá por que meio for, sempre terá que ser exemplo de perfeição. Eu não fui o primeiro e com certeza não serei o último. Há outros na mesma situação que vão enfrentar a mesma barra porque tem gente vivendo disso. Mas aqueles que amam a música pelo que ela é e não por quem a faz, não vai se deixar levar. Eu ir pra cama com um homem não desafina meu piano, muito pelo contrário, às vezes até ajuda, ele fica mais doce que nunca, Elton terminou cínico propositalmente, ajeitando-se no sofá.

Dan sorriu, gostando do fecho de ouro.

XI – QUINZE ANOS - PARTE 14

COMO VOCÊ ERA AOS QUINZE ANOS?

JÁ COMEMOROU QUINZE ANOS DE ALGUMA COISA?

E O QUE ESTARÁ FAZENDO DAQUI QUINZE?

BOM DIA E QUE DEUS ILUMINE NOSSAS VIDAS

OBRIGADA