QUEBRANDO BARREIRAS - QUINZE ANOS - PARTE 12

XI - QUINZE ANOS...

We don’t regret a single day, you see?

Some of it was fun…

Elton e Bernie

Dias depois, ele foi entrevistado por Dan Formento, da Revista Hit Parader em seu apartamento, ali mesmo em Nova Yorque.

- No “Jump Up”, como nos seus últimos álbuns, você sempre tem trabalhado em parceria com algum letrista. Por que você não escrever suas próprias letras? Você tem um domínio de linguagem maravilhoso...

- É, eu sei, mas geralmente... as coisas que eu escrevo são uma droga. Falando sério, eu não sou muito bom nisso, nunca fui. Seria como eu tocando guitarra, sou definitivamente inadequado por fazer isso. O que é realmente frustrante, mas eu já coloco meus sentimentos nos instrumentais. Adoraria ser capaz de escrever letras, mas ou você tem o dom de fazer uma coisa ou não tem. Eu sou bom para escrever melodias e adoro compor instrumentais. Acho que já basta.

- Bernie Taupin geralmente escreve as letras, primeiro, então você compõe em cima de suas letras. Quais são as canções em que Bernie é realmente o criador original?

- São sempre as palavras dele e eu escrevo as melodias para seus pensamentos. Bernie e eu somos muito íntimos. Somos irmãos. Eu o conheço de trás pra frente e ele me conhece assim também. Ele tem um conhecimento melódico bárbaro. Por isso eu sempre sei o que ele pretende, quando leio suas letras. A gente se completa. Se eu cantei sobre mim mesmo alguma vez, deve ter sido tão insignificante... Acho que só o “Captain Fantastic” de 75... Nunca me importei e não me importo de compor sobre as letras dele. As pessoas dizem: “Aquela sua canção é linda!”, mas na verdade eu escrevi a música pra semente original que são as palavras do Bernie. Foi sempre assim.

Dan resolveu mudar o foco da conversa bruscamente:

- Você é um pessimista por natureza?

Elton sorriu.

- Nossa! Que guinada! Claro que não. De jeito nenhum! Eu sou o maior otimista do mundo, Dan.

- Há várias canções suas que mostram um lado bem sóbrio e triste...

- Eu gosto de canções tristes que fazem a gente chorar, mas não tem nada a ver com pessimismo. É próprio da minha natureza, só isso.

- Por algum tempo você esteve numa posição em que você não tinha que fazer nada que não quisesse fazer.

- Ainda estou, graças a Deus! – Elton completou, rindo.

- Já se imaginou não estando mais nessa posição?

Elton pensou um pouco, brincou com o anel de rubi na mão esquerda e respondeu:

- Eu sou rico o bastante pra fazer ou ser capaz de fazer o que quiser, de maneira que eu não jogaria fora esse privilégio. Tenho trinta e cinco anos; quero tocar e me sentir feliz fazendo isso. Eu poderia sair por aí pela estrada e divertir as pessoas o quanto quisesse. Não dá pra me sentar no meu sofá e dizer: “Chega, já excursionei por dez anos e estou cansado, vou parar.” Eu sempre vou olhar pra trás e pensar que era isso mesmo que eu devia ter feito. Não me arrependo de nada. Se você nasceu com o dom, se alguém te deu esse dom de divertir as pessoas, então você deve pegá-lo e transformar em dinheiro. Sem esquecer o prazer de fazer as coisas, claro. Tem que ser divertido. Se você se diverte, se as pessoas de divertem e se isso dá dinheiro, por que não ir até o fundo nisso?

- Concordo com você... Mas... mudando totalmente de assunto, há uma faixa nesse novo álbum a respeito de John Lennon, “Empty Garden”. No ano passado, você disse que não podia ainda crer que John Lennon tivesse morrido e que ainda meio que espera que ele apareça de repente de trás de alguma árvore do Central Park. Esse sentimento ainda existe?

- Eu ainda sinto isso. Ele é a única pessoa que eu conheci que morreu e que me faz sentir desse jeito. Já perdi vários amigos caríssimos... Mark Bolan, por exemplo, mas a morte de John tem um efeito duradouro em mim e eu ainda não superei isso. A morte de John fica comigo todo o tempo. É uma coisa muito pessoal minha. Eu... ainda quero escrever alguma coisa pra ele, mas... sinceramente não acho que “Empty Garden” refira-se a ele muito obviamente. Não ficou muito claro pras pessoas que tenha sido uma canção feita pra ele. Eu toquei-a pra uma pessoa que pensou que fosse sobre a Califórnia Med Fly, porque há um verso que diz que é espantoso como um inseto pode danificar tanta relva. “It’s funny how one insect can damage so much grain”, Elton cantou. - Ela realmente dá significados diversos do que realmente quer significar. A menos que você leia a letra com muito cuidado, não consegue identificar a canção imediatamente com o John. Ela foi mais o jeito que Bernie achou pra homenageá-lo, não eu.

- Você está preocupado com a possibilidade de algo parecido vir a acontecer com você?

- Não há nem como pensar em coisas como essa. Se você vai ser levado desse mundo, você vai realmente ser levado. Isso é destino. A coisa maior... a coisa mais importante a respeito da vida é que você não sabe o que está planejado pra você metade do tempo. Dia a dia, coisas boas e más acontecem e você tem que superá-las. Os baixos às vezes ajudam os altos a tornarem-se ainda melhores. De repente você ouve alguém dizer que John Belushi morreu e pensa: “Poxa, que perda!”. Mas se a gente for andar por aí se prevenindo pra não morrer, simplesmente não se vive.

Dan acenou com a cabeça, concordando. Elton continuou.

- Eu não vou realmente andar por aí armado até os dentes com guarda costas, porque se alguém vai fazer algo contra mim, vai fazer de qualquer jeito. Eu não vou poder impedir e nem ninguém, se tiver que acontecer.

- Você disse que muitas coisas na sua vida têm sido controladas pelo destino. O que é destino no seu ponto de vista?

- Sorte... É sorte. Estar no lugar certo, no tempo certo. É eu, originalmente, nunca querendo ser um cantor ou um homem de shows, apenas querendo ser um compositor e de repente as coisas mudam e eu adorando o sucesso por seis anos. Isso foi excitante demais! Levei dois anos pra me recuperar disso e olha que não foi fácil desintoxicar.

- É uma visualização de alguma coisa que acontece?

- Não, não é nada preconcebido, de modo algum. Não é preconcebido. As maiores coisas que acontecem na sua vida não são preconcebidas de jeito nenhum. Nada é planejado antes.

- Temos tão pouco tempo e tanta coisa pra falar. Eu queria saber se você pode me fazer uma coisa...

Elton ajeitou-se no sofá e preparou-se meio que brincando com a missão que estava para executar. Dan riu.

XI – QUINZE ANOS - PARTE 12

COMO VOCÊ ERA AOS QUINZE ANOS?

JÁ COMEMOROU QUINZE ANOS DE ALGUMA COISA?

E O QUE ESTARÁ FAZENDO DAQUI QUINZE?

BOM DIA E QUE DEUS ILUMINE NOSSAS VIDAS

OBRIGADA!

Velucy
Enviado por Velucy em 18/12/2019
Reeditado em 18/12/2019
Código do texto: T6821477
Classificação de conteúdo: seguro
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