QUEBRANDO BARREIRAS - QUINZE ANOS - PARTE 9
XI - QUINZE ANOS...
We don’t regret a single day, you see?
(Não nos arrependemos de um único dia, sabe?)
Some of it was fun…
(Parte disso foi divertido…)
Elton e Bernie
(Frase extraída da letra de Bernie em Approaching Armaggedon)
Elton foi apanhar uma cueca na mala aberta ali perto e apanhou uma branca, erguendo-a.
- Branca, disse, rindo.
- Sério? – Bernie perguntou, rindo também, tentando mudar o foco da conversa. – De quem é a direção de arte?
- Não sei, ele disse, vestindo a cueca. – Nem começaram a fazer nada ainda. Eu estou dizendo que vai ser branca porque eu quero que seja branca. Mas o álbum só vai sair no mês que vem. Tem tempo ainda até o Geffen decidir quem vai satisfazer esse meu sonho dourado.
- Sonho alvo, você quer dizer.
- Que seja...
Elton começou a vestir o pijama vermelho e pulou na cama, deitando-se abraçado a um travesseiro. Bernie levantou-se.
- Ei, não vai dormir, não! A Sheila não o perdoaria se tivesse que fazer alguma coisa pra você comer e você dormisse.
- Eu não vou dormir. Estou com fome de verdade.
- Por que você chegou tão aborrecido?
- Não estava aborrecido. Nova Yorque me deixa deprimido, triste... Toda ela me lembra o John. Sempre que passo na frente do Dakota, eu me arrepio inteiro. Tenho certeza de que ele ainda está lá.
- Eu também...
- Dá a impressão de que ele está em toda parte. É uma sensação tão forte que, às vezes, tenho a impressão de que eu vou poder falar com ele e ele vai me responder de alguma forma. Difícil ainda acreditar que... o jardim está vazio mesmo...
Eles ficaram em silêncio por alguns segundos, pensando em John Lennon. Depois de algum tempo, Elton disse:
- Não sei como vai ser cantar “Empty Garden” no Madison... Elton falou baixinho, quase que para si mesmo. – Aquele palco significa tanto pra mim agora...
Ele fechou os olhos e continuou falando:
- Será que eu vou deixar alguém do jeito que eu fiquei com o John quando eu morrer?
Bernie sorriu, mas não disse nada. Pensou no fato, sentindo como aquilo seria doloroso, pelo menos para ele.
- Será que tem alguém nesse mundo que me ama tanto quanto eu o amava? Ele era uma grandeza... Uma força da natureza... Uma pessoa muito especial... Só um louco... mataria uma pessoa assim...
Bernie percebeu que a pressão das mãos dele no travesseiro ficava menor e chamou baixinho:
- Elton...
Ele não respondeu. Tinha adormecido. Bernie balançou a cabeça e aproximou-se dele, colocando um lençol sobre Elton. Disse baixinho:
- Eu não quero nem pensar nisso ainda, amigo, mas vou sentir muita falta de você se... Falei sério quando disse que... “a vida é maravilhosa enquanto você está no mundo”... quando escrevi “Your Song”...
Ele parou de falar e exalou um suspiro dolorido, sentiu vontade de chorar, mas se conteve.
Apagou as luzes do quarto, deixando só as luzes do abajur acesas e saiu.
Foi até a cozinha e encostou-se à porta. Ficou observando Toni e Sheila tagarelando animadamente.
- Posso interromper? – ele perguntou.
As duas olharam para ele ao mesmo tempo e Sheila disse:
- Já está quase pronto. Não está tão bom quanto o que você fez, mas...
Toni riu valer. Ele fez um ar de deboche.
- Não se apressem mais. Ele dormiu.
- Dormiu?! – exclamaram as duas.
- Ele estava muito cansado.
- Mas dormiu sem comer nada? – Sheila perguntou.
- Deixa ele! Amanhã ele toma um bom café e se refaz. E já que isso foi feito com tanto carinho por duas das quatro mulheres que eu mais amo nesse mundo... – ele sentou-se à mesa - ...eu aceito comer por ele.
- Duas das quatro? – Toni perguntou. – Posso adivinhar quem são?
Bernie riu.
- Você sabe, amor.
- Uma é sua mãe, a Sheila, a outra ... eu espero que seja eu...
- Óbvio, anjo.
- E a outra?
- Adivinha, Sheila?
- Posso falar? – perguntou Sheila hesitante.
- Claro.
- Marilyn Monroe.
- Na mosca! Te amo!
Toni cerrou os dentes e tirou o avental, jogando-o com força sobre ele. Bernie riu.
- Da próxima vez, ela vai fazer a comida pra você!
Ela cruzou os braços, nervosa.
- ‘Tadinha, Bernie! – ralhou Sheila, penalizada por ela.
- Hum... Cenas de ciúme me deixam com mais apetite ainda, ele falou, puxando-a pelo braço e sentando-a em seu colo, abarcando sua cintura e lhe dando um beijo no rosto.
- Você vai dormir com ela, hoje, Bernard Taupin.
- Não promete o que você não pode cumprir, amor... – Serve, Sheila, por favor?
Toni, com raiva, tentou se desvencilhar dos braços dele, mas não conseguiu. Acabou rindo.
XI – QUINZE ANOS - PARTE 9
COMO VOCÊ ERA AOS QUINZE ANOS?
JÁ COMEMOROU QUINZE ANOS DE ALGUMA COISA?
E O QUE ESTARÁ FAZENDO DAQUI QUINZE?
BOM DIA E QUE DEUS ILUMINE NOSSAS VIDAS
OBRIGADA!