QUEBRANDO BARREIRAS - QUINZE ANOS - PARTE 4
XI - QUINZE ANOS...
We don’t regret a single day, you see?
(Não nos arrependemos de um único dia, sabe?)
Some of it was fun…
(Parte disso foi divertido…)
Elton e Bernie
(Frase extraída da letra de Bernie em Approaching Armaggedon)
Silêncio... Elton respirou bem fundo e resolveu que era melhor fazer alguma coisa para acalmar os ânimos. Tanto John Reid quanto Davey Johnstone eram escoceses e tinham o sangue bem quente. Alguém tinha que fazer alguma coisa para acalmar aquela situação e só podia ser ele que era a causa de tudo.
- Me desculpem... ok? Eu não quero ver ninguém brigando por minha causa, principalmente vocês. Lamento ter provocado isso, mas... hão de convir comigo que é um tanto... ridículo, não é, não? Eu só resolvi ir andar sozinho pela cidade. Não pensei que com trinta e cinco anos, eu ainda tivesse que dar satisfações a ninguém. Eu não faço isso nem com a minha mãe! E vocês conhecem minha Sheila muito bem... Nem pensei em telefonar por isso.
O silêncio permaneceu constrangedor.
- John, Davey, quero isso resolvido já! Ninguém de bico nessa banda.
John cruzou os braços; Davey fez o mesmo sobre a mesa e ficou impassível. Elton impacientou-se e falou zangado:
- Pelas minhas lentes, merda! Será que eu vou ter que despedir os dois pra isso acabar?
- Acho que não seria má ideia, falou Davey. – Na opinião do seu empresário, eu não sou mais do que um guitarrista aqui... na sua banda. Um a mais, um a menos... O Richie pode muito bem dar conta do recado sozinho.
Elton olhou para John.
- Você disse isso?
- Eu estava nervoso...
- Retire ou eu parto seu nariz em dois. Você não tinha esse direito.
- Já havia pensado em fazer isso. Você não precisa mandar nem partir pra ignorância. Eu peguei pesado com ele sim. Me desculpe, Davey.
Davey olhou para John e balançou a cabeça aceitando as desculpas.
- E eu? Estou desculpado por sair da linha mais uma vez... papais? – Elton perguntou.
John e Davey olharam-se, depois para ele e disseram juntos:
- Não!
- Ótimo! Pelo menos estão concordando em alguma coisa. Senta aí, John. O café e principalmente esse bolo estão ótimos!
- Não vou tomar café não. Espero por você no salão nobre do hotel e a gente vai embora. O vôo sai às nove e meia. Não se atrasem.
Ele saiu. Elton ficou olhando para ele, sério.
- Um dia ele ainda tem um ataque cardíaco durante uma turnê sua, falou James. – Ele fica mais nervoso que você, caramba!
- É...
- Temos mais um mês de shows, falou Dee. – Que tal tentar não sair da linha por algum tempo, hein?
- Eu não consigo fazer exatamente o que ele espera de mim, Dee, disse Elton, sentando-se de novo. – Inevitavelmente, às vezes, me dá vontade de ser eu mesmo, me libertar de certos compromissos, fazer coisas que não devo fazer, soltar a franga mesmo, fazer coisas que não estão no papel. É instintivo, pombas! Eu não chamaria de... irresponsabilidade, não é isso. Vocês me conhecem. Eu sou até responsável demais, mas é que... Eu amo o John, mas ele às vezes me lembra Stanley Dwight. Cheio de métodos, de regras, de leis inquebráveis... Isso tudo fez meu nome e o meu dinheiro e foi graças a ele, mas me deixa confuso e ao invés de me prender, me faz seguir na direção oposta, não errada, mas contrária ao que ele quer. Ele às vezes faz dessa coisa que eu adoro fazer que é excursionar, um pesadelo! Pra mim é uma brincadeira, uma diversão, um prazer; pra ele é obrigação, trabalho, compromisso. John leva tudo a sério demais e eu não posso dizer que não gosto disso, mas ele exagera. Às vezes tenho vontade de... socar a cara dele. Isso faz mal pra ele, mas eu nunca consegui mudar isso nele.
- Talvez porque não seja pra ser mudado, disse Nigel.
- Tem razão. Certas coisas não se muda, concordou Tim.
Elton olhou para Davey, ainda muito sério e falou:
- Ele é um gênio. É meu gênio da lâmpada. Um dos meus gênios escoceses. Ele é o gênio baixinho de terno... e esse é meu gênio grandão loiro lindo de cabelos compridos... meu guitarrista de voz macia.
Elton segurou uma mecha dos cabelos de Davey e perguntou:
- Tudo calmo no front ocidental, honey?
Davey sorriu. A frase foi tirada de uma canção com letra de Bernie para o álbum “Jump up!”.
- Não vou pedir perdão por isso. Não consigo... Não acho que fiz nada errado, Elton disse, agora a sério.
Davey esticou o braço e baixou a aba do boné dele sobre os olhos. Isso significava que tudo estava calmo no front ocidental.
XI – QUINZE ANOS - PARTE 4
COMO VOCÊ ERA AOS QUINZE ANOS?
JÁ COMEMOROU QUINZE ANOS DE ALGUMA COISA?
E O QUE ESTARÁ FAZENDO DAQUI QUINZE?
BOM DIA E QUE DEUS ILUMINE NOSSAS VIDAS
OBRIGADA!