Q.B. - MUITO... ABAIXO... DE... ZERO - PARTE 7

X - MUITO... ABAIXO... DE... ZERO

Ei, Toni, esta é de mim pra você!

Amor, Bernie!

“Too low for zero” - 1983

No dia 28, dia seguinte ao do show dado por Elton e a banda em Los Angeles, ele, John e Bernie deram uma entrevista ao programa Rockline Interview, numa FM da cidade.

Num papo descontraído, Elton falou sobre a turnê, sobre o novo álbum e sobre si mesmo, claro, pois nenhum repórter que se prezasse evitaria falar da vida particular do cantor. Bem humorado, mas bem discreto, ele respondeu a tudo que quis responder e sutilmente deixou evasivas àquelas perguntas que não lhe convinha responder.

Bernie e John seguiram o esquema e, quando viu que não conseguiria tirar a esportividade dos três nem quebrar a barreira de vidro que os protegia de qualquer intriga, o disc-jóquei desistiu e passou a falar só de música e futebol.

Depois da entrevista, foram os três para a casa de Bernie, em San Fernando, por insistência dele próprio.

- Preciso dormir cedo, hoje, Bernie. A gente está indo para Tempe, amanhã cedo! - reclamou Elton, entrando na casa e tentando tomar de Bernie o casaco que ele havia pegado de sua mão.

- Larga de ser fresco, são seis da tarde, cara! Senta aí e cala a boca. Bebe alguma coisa, John?

- Champanhe! - respondeu o empresário, enfático, acomodando-se num imenso sofá.

- Champanhe?! Ótima idéia! - concordou Bernie. - Mas por quê? O que vamos comemorar?

- O lançamento de “Blue Eyes” hoje, oras!

- O mais atrasado da história! - reclamou Elton, sentando numa poltrona de pele de onça. - E já é sucesso há dois meses!

- Antes tarde do que nunca, falou Bernie, desaparecendo pela porta da copa, ainda com o casaco de Elton nas mãos.

- Deixa o casaco aqui, eu não vou fugir! - Elton gritou, mas ele não ouviu ou fingiu não ouvir.

John olhou para Elton, agora preocupado com ele, e perguntou:

- Tudo bem, baby?

Elton abriu os braços apoiando-os na ampla poltrona e com um leve sorriso, respondeu:

- Por que não deveria? Você me faz essa pergunta depois de cada entrevista, religiosamente, já notou?

- Nunca pareceu incomodar.

- Não, mas alimenta um bichinho dentro de mim chamado insegurança. Se um dia você não perguntar, eu vou me sentir perdido... e talvez realmente fique mal.

- Por isso não deixo de perguntar.

Elton riu, balançando a cabeça. John sorriu discretamente.

- Mas eu quero que pare com isso. Eu estou bem, finalizou Elton.

Bernie voltou com três taças e um balde de gelo com uma garrafa de champanhe dentro. Colocou tudo sobre o balcão do bar e perguntou:

- Quem se habilita?

- Você, ué!! É o dono da casa!

- Muito bem... disse ele, apanhando a garrafa.

Tirou o lacre e começou a empurrar a rolha com jeito de quem estava acostumado a fazer aquilo com frequência.

- Quantas dessa você abre por semana? - Elton perguntou.

- Quantas for preciso pra comemorar as datas que a Toni inventa. Ela sempre tem alguma novidade.

- Por falar nisso, e ela? - perguntou John.

- Não faço a mínima idéia. Quando eu saí, ela estava na cama.

A tampa da garrafa estourou e foi cair longe. Elton já estava por perto para aparar o líquido com uma das taças que entregou a John. Bernie encheu outra para Elton e depois uma para si mesmo, que levantou para o brinde.

- A...?

- À maior turnê do ano, falou John.

- Espero... falou Elton. - Pelo menos até agora...

- E vai continuar, falou John, bebendo um gole do líquido, mas eu preciso ir andando.

Ele colocou sua taça sobre a mesa.

- Você vem, Elton?

- Que pressa é essa? – Bernie perguntou.

- Trabalho! Hoje é segunda feira, véspera de show. A Connie deve estar roendo as unhas. Temos um coquetel hoje.

- E isso é trabalho? – Bernie perguntou, rindo.

- Quando você tem que enfrentar o papo furado de meia dúzia de jornalistas xeretas, é.

- Graças a Deus, ele não me colocou no rolo.

- Você vem, Elton? – John tornou a perguntar.

- Vou sim, falou ele, começando a se levantar.

- Vai nada, retrucou Bernie, segurando o amigo pelo braço. – Preciso... ter uma conversinha com você.

Elton olhou para ele sem entender. Ergueu as sobrancelhas e perguntou:

- Precisa?

- Preciso... muito.

Ele olhou para John e falou:

- Te encontro no aeroporto, amanhã.

- Ok. Até amanhã. Até mais, Taupin.

- Tchau, Reid, devolveu Bernie.

O empresário saiu. Elton juntou os joelhos, cruzou as mãos sobre eles e apertou os lábios, com ar de quem esperava um pito. Bernie sorriu.

- Que cara é essa?

- Não é uma conversinha? Suas conversinhas me arrepiam. Estou pronto. Que foi que eu fiz?

X - MUITO ABAIXO DE ZERO - PARTE 7

SE SEU CORAÇÃO ESTÁ FRIO...

PENSE EM DEUS... OU NO MÍNIMO EM QUEM TE AMA

ISSO VAI TE ESQUENTAR RAPINHO!

BOM DIA E QUE DEUS ILUMINE NOSSAS VIDAS

OBRIGADA!

Velucy
Enviado por Velucy em 29/11/2019
Código do texto: T6806389
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