Q.B. - MUITO... ABAIXO... DE... ZERO - PARTE 2

X - MUITO... ABAIXO... DE... ZERO

Ei, Toni, esta é de mim pra você!

Amor, Bernie!

“Too low for zero” - 1983

O primeiro show feito por Elton em Los Angeles, naquela turnê americana se deu no dia 25 de junho. No dia 26, ele deu uma entrevista a uma FM, em um programa chamado The Elton John Story. No dia 27, fez outro show em LA e, antes de viajar novamente com a banda para Tempe no Arizona, foi dada uma festa em sua casa californiana para o pessoal da turnê, amigos e convidados.

Mas o interesse dele estava nos jogos da Copa do Mundo na Espanha, que haviam começado praticamente junto com sua turnê. Enquanto a festa rolava no andar debaixo, ele trancou-se, por assim dizer, com os mais chegados em uma sala ampla e confortável e assistiu ao jogo. A Inglaterra já havia sido praticamente desclassificada do torneio, mas Elton assistia aos jogos finais só pelo prazer de acompanhar o desempenho dos times estrangeiros.

- Se o Brasil não ganhar essa copa, não sei não. Eles jogam demais! - falou ele, tomando um gole de vodca.

- Dá Itália, falou Bernie, sentado no braço da poltrona onde Toni estava sentada, segurando a mão dela.

- Sério? - Elton perguntou, tirando os olhos da TV e olhando para ele.

- Palpite só. Não entendo de futebol tanto quanto você, mas acho que os brasileiros são muito afoitos e acreditam demais em si antes de ver o resultado. Na hora H...

- É, pode ser. Nem sempre experiência é tudo. É preciso ter tato e não menosprezar o inimigo, disse Elton, voltando a olhar para o vídeo. - A vida me ensinou isso...

Depois de alguns minutos de silêncio, Elton lamentou:

- Eu queria tanto ter acompanhado desde o início.

- Não se pode andar a cavalo e ordenhar as vacas ao mesmo tempo, disse Davey, sentado no encosto do sofá, logo atrás de Elton. – Certo, cowboy?

- Com certeza! – disse Bernie, batendo na mão dele.

- Já pensou você como técnico da seleção inglesa, Elton? - sugeriu Richie Zito, sentado no chão, junto da poltrona de John, que, silencioso, apenas ouvia.

- Tá brincando? - falou Elton, rindo. - Está certo que o nosso time não fez muita coisa, apesar de ter tentado, mas eu daria um tiro na cabeça só por ter que enfrentar a pressão.

- Eu que o diga! - falou Bernie.

Elton jogou uma almofada nele que se defendeu com o braço antes que ela o atingisse.

- Não estou falando disso. Estou só concordando com você, cara! Futebol americano é mais emocionante.

- Agressivo demais... comentou Nigel.

- Por isso mesmo, continuou Bernie. – Mas todo futebol é agressivo.

- Quem nasceu pra Nigel Mansel nunca vai querer ser Pelé, falou Davey, brincando com Nigel.

- Ele seria um ótimo piloto, mas eu gosto mais dele como baterista, meu baterista! - disse Elton, sorrindo.

Nigel sorriu timidamente e agradeceu:

- Muito obrigado, mas hoje em dia não tenho mais certeza se foi pra isso que eu nasci. É como ter duas estrelas de brilhos diferentes. Há sempre um brilho a mais e a minha estrela maior sempre vai ser a bateria. Automobilismo agora é só passatempo.

- Mansel agradece a Deus por isso todas as noites! - acrescentou Dee.

Todos riram. John lançou uma pergunta inesperada:

- E você, Bernie, o que você seria se não fosse letrista de Elton John?

Bernie estava distraído, com o rosto encostado no ombro de Toni, olhando para a televisão e olhou para ele como se o visse naquele momento e perguntou:

- Eu?

- É, o que você queria ser quando crescer? - brincou o empresário.

- Já sou: maior que você, disse Bernie, com um sorriso cínico nos lábios, sustentando o olhar de John, com seus olhos verdes que intimidavam bastante, tentando devolver a ironia.

John ficou sem graça e voltou o olhar para a TV, dizendo baixinho:

- Você não é maior que eu... Tenho 1,70...

Bernie ouviu e disse no mesmo tom.

- Se você pensar bem, sou sim...

O letrista deu um sorriso debochado e voltou a encostar a cabeça no ombro da mulher. Toni tocou seu rosto levemente como a pedir que ele se contivesse. Ele beijou sua mão e respondeu à pergunta de John:

- Eu não diria que seria no passado, Reid, vou ser fazendeiro, como meu pai...

Toni olhou para ele e sorriu. Elton também.

- Faz sentido... disse John. – Fazendeiro de galinhas como ele?

Sorrisos contidos surgiram. John quis ofender, mas Bernie não se abalou.

- Tenho orgulho do meu pai por ser fazendeiro de galinhas, saiba disso, mas... eu vou criar cavalos, vacas e bois... Bois que serão premiados como eu... Mas você não alcançaria esse meu sonho.

Elton tentou contornar a situação, levantou-se e puxou Toni pela mão.

- Já te mostrei meu jardim, Toni?

- Ei! - protestou Bernie, que havia ficado sem o apoio.

- Calma, garanhão, vou pegar sua mulher emprestado, só um pouquinho... quero pedir uns conselhos.

Toni o acompanhou, sorrindo, mas ainda sem entender nada.

- Eu não entendo nada de música! - disse ela, divertindo-se.

- Do que eu quero saber você entende sim. Você tem um casamento estável e harmonioso e eu quero saber o segredo para ter um também. Licença, Cowboy.

X - MUITO ABAIXO DE ZERO - PARTE 2

SE SEU CORAÇÃO ESTÁ FRIO...

PENSE EM DEUS... OU NO MÍNIMO EM QUEM TE AMA

ISSO VAI TE ESQUENTAR RAPIDINHO!

BOM DIA E QUE DEUS ILUMINE NOSSAS VIDAS

OBRIGADA!

Velucy
Enviado por Velucy em 24/11/2019
Código do texto: T6802315
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2019. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.