Q.B. - TUDO CALMO NO FRONT OCIDENTAL-PARTE 11

VIII - TUDO CALMO NO FRONT OCIDENTAL

It’s all quiet on the western front, male angels sigh.

Ghosts float in a floated trench, as Germany dies…

“All quiet on the western front” – Álbum Jump up! - 1982

- Então me deixe pensar pela minha cabeça, disse Gary. - Vamos fazer diferente, então. Eu não quero mais ser letrista do Elton! Fica melhor assim? É mais fácil o funcionário se demitir do que ser demitido, não é? Pelo menos a culpa fica sendo só dele. Pois eu estou caindo fora!

- Gary, se fosse fácil para o Elton se descartar das pessoas, ele teria dito isso a você há muito tempo. Se ele vai voltar a trabalhar com Bernie, não é porque você não tenha valor nenhum pra ele. É simplesmente porque ele e o Bernie nasceram para trabalharem juntos. É como uma espécie de... predestinação. O Elton esteve passando por um período de aprendizado, de experimentação, de... reeducação. Todo mundo envolvido com ele foi cobaia dele, até eu! Até eu, quando produzi o “A Single Man”. Você acha que eu substituí Steve Brown e Gus Dudgeon na vida do Elton? Esses caras são lendas e ninguém sabe se ainda não vão voltar. Eles ainda estão por aí e tudo é possível. Mas se eles voltarem a trabalhar com o Elton, eu não consigo ver isso como um insulto à minha carreira, ao meu trabalho... Eu vejo isso como um grande motivo pra aprender mais. Eu tenho aprendido muito com ele, como tenho certeza de que ele aprendeu muito comigo. Gus Dudgeon ainda pode voltar a produzir Elton John como antes. Chris está trabalhando com ele agora e nem por isso eu estou roendo as unhas de medo disso. Como em 78, eu só quero ver Elton John de pé. Não importa como e nem com quem!

Gary olhou para o mar, passou as mãos nos cabelos que o vento desmanchava e ficou pensativo.

- Você já ouviu falar do mal de Parkinson? - Clive perguntou.

- Claro, por quê? Que é que tem isso a ver com o Elton?

- Porque você sofrendo do mal de Dwight.

- Mal de Dwight?

- Aquele cara é uma doença que entra na pele e deixa a gente meio... sem chão. Reg Dwight cativava e Elton John faz a mesma coisa. Aquele gordinho grotesco e desajeitado por fora tem um carisma imenso que nenhum cientista no mundo pode explicar. E a gente só pode se render a isso e ficar feliz por ter o prazer de tê-lo conhecido. A gente é sortudo por ter passado pela vida do gênio cheio de defeitos que é Elton John, Gary.

Gary sorriu e concordou.

- Pode deixar que você vai ter sempre esse produtor maluco aqui do teu lado, pra te encontrar minas de ouro como o Elton John.

- Você não presta, Clive! Mas eu te agradeço por isso... - disse Gary, balançando a cabeça.

- Vamos tomar alguma coisa?

- Não, eu vou pro hotel.

- Por quê?

- Vou me trocar e apanhar minhas coisas. Vou me mandar.

- Sem falar com o Elton?

- Falo com ele em Londres.

- Mas ele só vai para Londres depois que terminar o álbum e as gravações do vídeo em...

- Sabe, Clive... você é um grande cara. Até mais, disse, batendo de leve no rosto dele.

Afastou-se, deixando Clive falando sozinho.

TUDO CALMO NO FRONT OCIDENTAL - PARTE 11

SE NÃO VAI ENTRAR NA GUERRA PARA FAZER O BEM...

NÃO ENTRE!

OBRIGADA!

BOM DIA E QUE DEUS ABENÇOE A TODOS