QUEBRANDO BARREIRAS - A RAPOSA - PARTE 5

VI - A RAPOSA

...And for mile after mile you’ll never see me tire

(…E por milha após milha você nunca vai me ver cansar)

You’ll never see me slow down for a while

(Você nunca me verá diminuir a velocidade por um instante)

‘Cause I am the FOX, like it or not

(porque eu sou a RAPOSA, goste ou não)

“The Fox” – Álbum THE FOX - 1981

James olhou para ele, depois de novo para o teclado, sem saber o que dizer, já que a pergunta de Gary era um tanto perigosa e o havia pego de surpresa.

- Seja sincero, Jim, continuou Gary. - Você conhece o Elton bem melhor do que eu. Pegou ainda alguma coisa do relacionamento dos dois e acompanhou a... “queda” do Elton de perto, se é que se pode chamar assim, a pausa deles em 77. Se o Bernie voltasse, voltaria aquele Elton John ídolo da década de setenta?

James respirou fundo e parou de tocar, coçando a testa.

- Não sei, Gary. Não acredito que seja só ter o Bernie como letrista que deixa Elton John menos ou mais popular, menos ou mais animado...

- Sempre que eu vejo a banda antiga reunida... Nigel, Dee, Davey... você... eu me sinto um peixe fora d’água.

James riu.

- Bobagem! Neurose tua.

- Eu acompanhei a carreira do Elton desde o início. Assisti a vários shows dele com essa turma e acredite: nunca vi nada tão completo quanto o trabalho deles. Na turnê passada estavam só Nigel, Dee e Ray, sem o Davey. Mas isso não tirou o brilho do Elton, de forma alguma, mas... sempre que falta um de vocês... Eu não sei se você entende o que eu quero dizer, mas... não é a mesma coisa.

- Eu sei o que você quer dizer. Talvez a banda que tocou no “Rock of the westies” e no “Blue Moves” de 76 não tenha durado muito porque já não eram os mesmos músicos do início... digo, sem Nigel e Dee...

- E depois ele ficou sem o letrista também...

James pensou por um momento, olhando para o teclado.

- Concorda? – Gary insistiu.

- Olha, Gary, eu... não sei o que te dizer...O que a gente pode fazer pra ajudar, se esse for o problema?

- Eu me afastaria.

- Ei, cara, a coisa não precisa ser tão drástica assim! Você não sabe se o Bernie está mesmo disposto a voltar de vez a ser letrista de Elton John.

- Se não estivesse, não teria nem começado.

James intimamente concordava com ele, mas não quis colocar mais fogo na fogueira. Nunca foi do seu feitio.

- Bem, eu só acho que você não deve tomar decisões por eles. Não dirija sua vida profissional pela vida profissional de duas pessoas que não estão trabalhando juntas há quatro anos. O fato de Elton ter gravado nove das dez canções com letra do Bernie, não quer dizer que ele queira se descartar de você. Eu tenho certeza de que ele respeita muito o seu trabalho. Você, além de tudo, também é cantor da banda... coisa que o Bernie não fazia. Nunca fez. O jeito que vocês trabalham também é bem diferente.

- Eu não disse que ele quer se descartar do meu trabalho, mas justamente por respeitar meu trabalho e a mim, ele nunca vá tocar no assunto, então talvez quem tenha que fazer isso seja eu.

- Vejo que você não conhece o Elton profissional mesmo... Quando ele não quer uma pessoa trabalhando com ele, se está insatisfeito, ele diz pra ela. Ele fez isso, quando quis mudar de estilo em 75, com Nigel e Dee mesmo!

- E quebrou a cara, desculpa a expressão.

James calou-se. Levantou-se do banquinho e apoiou-se no sintetizador, concluindo:

- Toma cuidado com o que você vai fazer ou dizer. Não tome decisões precipitadas. Ninguém é eterno ou insubstituível em cima dessa terra. Não há coisa que mude mais nesse mundo do que o ser humano e a moda que ele cria. Nada é pra sempre.

Gary balançou a cabeça, concordando.

- Obrigado pelo conselho, James. Eu vou indo, então. Você vai ficar?

- Mais um pouquinho, até meu aluno me dispensar da aula... falou James, sorrindo.

- Ok, bom trabalho. Até mais.

- Até...

No dia 19 de fevereiro, Elton fez um de seus shows para a família real, na festa de aniversário do príncipe Andrew, que completava 21 anos.

O cantor já era considerado amigo da Família Real desde 1976. Sua mansão em Old Windsor, a dois quilômetros do castelo real, dava condições a ele de ser um querido vizinho da realeza britânica.

O príncipe Andrew, muito jovem e amável, considerava o cantor um de seus maiores ídolos e não só ele como também Lady Diana, futura esposa do príncipe Charles, irmão de Andrew, divertiram-se muito, durante a apresentação de Elton que, tanto em estádios como em castelos, era um astro irrepreensível. E apesar de toda a seriedade da cerimônia, Diana ainda marcou o ritmo de algumas canções mais alegres, batendo sutilmente com o pé no chão.

Elton confessou mais tarde que ficou realmente muito nervoso durante a festa, mas sua classe superou todo o nervosismo e o carinho real por ele cresceu ainda mais, assim como a amizade de Andrew.

A RAPOSA - PARTE 5

CONTINUA...

OBRIGADA. SEJAMOS SEMPRE REFLEXO DA GRAÇA DIVINA

BOM DIA E QUE DEUS ABENÇOE A TODOS

Velucy
Enviado por Velucy em 26/09/2019
Código do texto: T6754108
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