QUEBRANDO BARREIRAS - A RAPOSA - PARTE 4

VI - A RAPOSA

...And for mile after mile you’ll never see me tire

(…E por milha após milha você nunca vai me ver cansar)

You’ll never see me slow down for a while

(Você nunca me verá diminuir a velocidade por um instante)

‘Cause I am the FOX, like it or not

(porque eu sou a RAPOSA, goste ou não)

“The Fox” – Álbum THE FOX - 1981

Elton ficou calado, olhando para o teclado.

- Eu também não vou poder estar na gravação do novo álbum, continuou Nigel. - 81 está todinho ocupado, praticamente. Fiz pouco pelo “Changing Tides”, no ano passado, apesar de você ter me deixado cantar canções dele nos teus shows na turnê. Foi um apoio fantástico, mas eu prefiro não depender muito de você... pra ser eu mesmo. Não é questão de orgulho, mas... quero ser Nigel Olsson, com toda a força que esse nome tem agora e, se eu deixar isso se perder... tudo se perde.

Elton respirou fundo e concordou.

- Você está certo. Sempre teve a última palavra comigo e sempre foi o mais razoável dos três... já que o Dee é tão calado, embora eu tenha certeza de que ele pensa como você. Davey é meio cabeça quente, esse molecão escocês mesmo, mas é o melhor instrumentista e guitarrista do mundo pra mim e um ser humano como poucos, um pai maravilhoso.

Dee sorriu, balançando a cabeça, confirmando.

- É que... querendo ou não, estando certo ou não, eu sou cantor de uma banda só. Posso tocar em qualquer lugar do mundo, compor com qualquer letrista, mas minha banda é Nigel Olsson, Dee Murray, Davey Johnstone, Ray Cooper, James Newton-Howard e... desculpe Gary, Bernie Taupin também.

Gary não se manifestou, mas por dentro concordava, apesar de sentir uma gota incômoda de despeito.

- Eu sei que as coisas mudaram, o mundo girou meio que ao contrário por algum tempo e levou cada um pra um lado, mas ninguém pode mudar isso, nem eu. O que se pode fazer?

- Então o que você pode fazer agora é esperar, declarou Dee. - O que tiver que ser vai ser.

- Você tem Alvin Taylor e o Reggie McBride que fizeram um ótimo trabalho, nos dois últimos álbuns, disse Clive.

- Nenhum dos dois vai poder estar comigo também, falou Elton, passando a mão pelo rosto. - Vou ter só o Richie, na guitarra, se o Davey não puder vir comigo.

- Não temos certeza disso ainda, falou Clive. - Temos mais meio ano até lá.

- Vai ser gravado na França também? - James perguntou.

- Não sabemos ainda. Não tem nada programado.

Ele andou pelo estúdio e continuou:

- Eu não estou conseguindo planejar nada ainda.

- Nem tem como, falou James. - Esse final de ano foi muito pesado pra todo mundo. A morte do Lennon...

- E vocês vão fazer mesmo um álbum só com teclados? - Clive perguntou.

- Se depender de mim... falou Elton, olhando para James.

- Eu vou aonde você for nessa idéia, ratificou James.

- Maravilha! - exclamou Nigel.

- Maravilha mesmo, continuou o maestro. - Pra mim seria um salto maior que a Torre do Parlamento pra minha carreira.

- Eu só peço que vocês tenham paciência comigo, disse Elton. - Eu sei que não é fácil, mas...

- Eu que o diga! - falou Clive. - Desde 77, lidar com você tem sido um verdadeiro labirinto. Uma montanha russa!

Elton sorriu e abaixou a cabeça. Bob bateu na porta e entrou em seguida, informando:

- Com licença, Elton. Clive, telefone pra você de Los Angeles, lá embaixo.

- Eles não podem imaginar que eu esteja sossegado. Elton, vou atender ao telefone e vou me mandando. Eu os vejo por aí, meninos. Tchau!

- A gente vai com você, falou Nigel.

- Ótimo, assim me fazem companhia até o centro de Londres.

Os três se despediram e saíram. Elton foi levar os três até a porta.

Gary encostou-se no Yamaha em que James havia sentado e tocava alguma coisa aleatoriamente e ficou ouvindo-o tocar. Depois de um tempo, James perguntou:

- Vocês já têm alguma coisa pronta por novo álbum?

Gary balançou a cabeça, negando.

- Nem letras?

- Letras sim, tenho algumas.

- Então é um passo pra ele começar a elaborar as canções. Elton está numa fase boa pra criação. Durante nossos treinos aqui no estúdio, de vez em quando ele me aparece com melodias lindíssimas que surgem do nada, de repente. Temos gravado algumas coisas que têm bastante futuro. O cara é um gênio. Ele respira e, com licença da expressão, vomita música por todos os poros.

Gary não disse nada. James continuou tocando e, subitamente, Gary perguntou:

- Jim, você acha que... se o Taupin voltasse a compor definitivamente e exclusivamente com o Elton, ele voltaria a ter o mesmo pique de antes?

James olhou para ele, depois de novo para o teclado, sem saber o que dizer, já que a pergunta era um tanto perigosa e o havia pego de surpresa.

A RAPOSA - PARTE 4

CONTINUA...

OBRIGADA. SEJAMOS SEMPRE REFLEXO DA GRAÇA DIVINA

BOM DIA E QUE DEUS ABENÇOE A TODOS

Velucy
Enviado por Velucy em 25/09/2019
Código do texto: T6753303
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