QUEBRANDO BARREIRAS - A RAPOSA - PARTE 3

VI - A RAPOSA

...And for mile after mile you’ll never see me tire

(…E por milha após milha você nunca vai me ver cansar)

You’ll never see me slow down for a while

(Você nunca me verá diminuir a velocidade por um instante)

‘Cause I am the FOX, like it or not

(porque eu sou a RAPOSA, goste ou não)

“The Fox” – Álbum THE FOX - 1981

Elton começou a tocar sem cantar os dois primeiros versos melódicos da canção ”Should we carry on”, que foi gravada por Nigel no ano anterior, depois olhou para ele e perguntou:

- Quando você volta pra casa?

- Semana que vem, respondeu o baterista.

- Conto com vocês na turnê do ano que vem?

Nigel olhou para Dee e sorriu. Dee fez o mesmo.

- Claro! - Nigel respondeu.

- Com os três? - perguntou Elton, olhando feio para Davey, que não havia estado na turnê passada.

- Com os três! - Davey respondeu debochado.

- E a gravação do novo álbum? - arriscou Elton, sem olhar para eles, esperando respostas adversas.

Davey coçou o alto da cabeça e balançou-a, negando.

- Davey! - Elton exclamou.

- Eu estou fazendo outro álbum, já te falei!

- Mas vai demorar mais de seis meses para fazê-lo? Quantas músicas você vai colocar nele? Vinte? Já fiz dois álbuns sem você. Vou ter que fazer mais esse? Já não bastou a turnê?

- Prometo que, no ano que vem, eu sou todo seu. Dá só mais este ano pra mim. Você tem o Richie!

- Não quero me desfazer de nenhum músico que toca comigo, Davey, mas minha banda vai ser sempre aquela que começou comigo. Davey Johnstone, Nigel Olsson e Dee Murray. Eu não vou desfazer desse prazer também!

Davey olhou para Nigel e depois novamente para Elton.

- Você não imagina o quanto é bom ouvir isso... e nenhum de nós está nenhum pouco interessado em desfazer esse elo, Capitão. Só acho que tem alguma coisa faltando por aqui pra que sua “banda” fique completa. Sem essa coisa, nunca vai ser igual.

- E o que é, Davey?

- Um Elton John menos adulto, mais moleque e menos amargo... O Elton John que a gente deixou em 1975, era o que fazia a gente dar certo.

Elton ficou olhando para ele e seus olhos brilharam. Esfregou o rosto com as mãos e impediu que a emoção tomasse conta dele. Pigarreou e disse:

- Vocês não dependem de mim para serem uma banda entrosada, não dependem de mim rindo, nem bêbado para serem bons músicos. Vocês são bons músicos e isso não depende do meu estado de espírito nem da coca que eu cheiro. Nunca dependeu. Está aí o “Don’t shoot me” de prova. Você não sabe do que está falando, Davey.

- Sei sim... e você sabe que eu sei.

Ninguém falou mais nada por alguns segundos. Davey deu as costas e foi para a porta, saindo. Elton olhou para a porta e depois para Nigel e Dee.

- Concordam com ele?

Nigel respondeu:

- Nenhum de nós seria nada, sem você, Elton. Você empurrou a nós todos para fazermos nossos discos: nos incentivou a termos independência profissional, dando o máximo apoio, toda chance, abrindo todas as portas...Tudo que impede a gente de voltar definitivamente pra você foi você mesmo quem provocou. Você tem um pé quente fantástico. Não pode reclamar disso agora. O que o Davey quis dizer é que você tem que voltar a crer em você como em 75. Foi o começo de um declínio, sim, mas a gente foi feliz naquela época, apesar de tudo. Aquela energia tem que voltar. Você está mais maduro, nós também, sofremos muitos baques... mas você já provou que continua sendo, pelo menos pra mim, o melhor pianista que eu já conheci.

Elton ficou calado, olhando para o teclado.

A RAPOSA - PARTE 3

CONTINUA...

OBRIGADA. SEJAMOS SEMPRE REFLEXO DA GRAÇA DIVINA

BOM DIA E QUE DEUS ABENÇOE A TODOS

Velucy
Enviado por Velucy em 24/09/2019
Código do texto: T6752476
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