QUEBRANDO BARREIRAS - A RAPOSA - PARTE 2

VI - A RAPOSA

...And for mile after mile you’ll never see me tire

(…E por milha após milha você nunca vai me ver cansar)

You’ll never see me slow down for a while

(Você nunca me verá diminuir a velocidade por um instante)

‘Cause I am the FOX, like it or not

(porque eu sou a RAPOSA, goste ou não)

“The Fox” – Álbum THE FOX - 1981

John Reid fez um sinal para ele ficar em silêncio e Davey estacou, não entendendo nada.

- O que foi? – o guitarrista perguntou baixinho.

- Príncipe Andrew no telefone! - sussurrou John

O guitarrista colocou as mãos na boca e aproximou-se de mansinho de Elton, tentando ouvir o que o personagem real falava. Elton não sabia se falava ou se ria de Davey, começando a empurrá-lo.

- Tudo bem, Andrew, estarei lá. Agradeço o convite mais uma vez.

- Bem, eu ligo depois pra confirmar a data. Desde já, obrigado.

- Não tem o que agradecer. Até logo então.

Elton colocou o telefone no gancho e, ao olhar para todo mundo, viu que estavam todos em silêncio como se ele tivesse acabado de falar com algum santo do céu.

- Que foi, gente?

- Era ele mesmo? - perguntou Davey.

- Ele quem, Davey?

- O príncipe!

- Era, por quê? Você já tocou pra rainha, qual a diferença?

- O que ele queria, Elton? - John perguntou.

- Está me convidando para tocar e cantar no dia da festa do aniversário dele, no palácio real...

- Que bárbaro! - falou James.

- Só você? - Davey perguntou, com segundas e terceiras intenções.

Elton riu e sentou-se no banco do piano.

- Gostaria de levar vocês também, mas não vai ser um concerto de rock como em 74. Lá era um concerto beneficente, no Royal Festival Hall, lembra?

- Se lembro...

- Agora vai ser só uma festa de aniversário, no vizinho.

- Vinte e um anos, não é? - perguntou Nigel.

- É...

- Eles andam com você no bolso, ultimamente, falou James.

- Se o Parlamento não metesse tanto a mão no meu bolso, eu agradeceria, Elton disse, olhando novamente para a revista que John havia trazido. - John, essa já é a edição popular da Keyboard?

- Não, eu recebi a prova do exemplar. Ela vai sair só em fevereiro mesmo.

- Bem, pelo menos dá tempo de eu ler e ver se pode realmente sair. Quero que você faça isso também, Jim. Qualquer vírgula no lugar errado me avise, e eu mando cancelar tudo.

- Você não acha que está sendo rigoroso demais com uma simples entrevista sobre teclados? - John perguntou. - Não há nada sobre a sua vida particular aí, apenas você como pianista...

- Um pianista que não quer que ninguém comece errado porque sabe o quanto sua palavra é importante. Você sabe muito bem quem lê isso, John. Uma palavra trocada pode agir de formas bem diversas na cabeça desse pessoal que está começando. Eu não quero ser responsável pelo nascimento de nenhum desastre artístico. Me apoia, Jim?

- Em todas as notas, falou James.

- Muito bem, disse John. - Então vocês lêem e me passam as impressões a respeito. Vou andando.

- Pra quando ficou marcado o lançamento do compacto “28 de novembro de 74”?

- Março, respondeu o empresário.

Elton coçou a nuca e balançou a cabeça assentindo.

- Mais alguma coisa? - John perguntou.

- Não. Me liga, se houver novidades.

- Eu quero! - falou Clive, levantando o dedo indicador.

- O quê? - John quis saber.

- Um uísque com gelo.

Todos riram. John olhou para ele sério e respirou fundo para não dizer algo feio. Clive deu uma risadinha sem graça.

- Boa tarde! - cumprimentou a todos, pegando a valise e saindo em seguida. A gargalhada foi geral.

A RAPOSA - PARTE 2

CONTINUA...

OBRIGADA. SEJAMOS SEMPRE REFLEXO DA GRAÇA DIVINA

BOM DIA E QUE DEUS ABENÇOE A TODOS