QUEBRANDO BARREIRAS - A RAPOSA - PARTE 1

VI - A RAPOSA

...And for mile after mile you’ll never see me tire

(…E por milha após milha você nunca vai me ver cansar)

You’ll never see me slow down for a while

(Você nunca me verá diminuir a velocidade por um instante)

‘Cause I am the FOX, like it or not

(porque eu sou a RAPOSA, goste ou não)

“The Fox” – Álbum THE FOX - 1981

Pouco depois da virada do ano, Elton continuou descansando em casa, procurando não ser importunado por nada e por ninguém. Só recebia visitas de amigos muito íntimos e continuava seu trabalho de aprendizado dos teclados com James Newton-Howard.

James esteve com Elton na elaboração dos álbuns “Rock of the Westies” de 1975 e “Blue Moves” de 1976. Ele era maestro e um expert em regência de orquestras. Praticamente um mestre, apesar de tão jovem. Fazia também trilhas sonoras de cinema e conhecia tudo sobre teclados. E era isso que Elton vinha estudando com ele. Queria não só estar no piano, do qual entendia tudo, pela sua formação da Academia Real de Música Britânica que fez quando criança, mas queria ter domínio de teclados, que tinham um som mais eletrônico, menos acústico que o piano.

Eles passavam tardes inteiras estudando e o jovem maestro divertia-se ao ver a confusão que nosso herói fazia quando se via diante dos diferentes teclados que havia adquirido só pra esse fim.

Após uma série de explicações metódicas e aparentemente claras do professor, James olhou para Elton e notou em seu rosto um patente ar de total confusão.

- Entendeu? - perguntou, com seu ar sério, mas que por dentro estava rindo.

Elton mordeu o lábio inferior, coçou a cabeça, olhando para o teclado, respirou fundo e balançou a cabeça, negando.

- Mas é tão simples, Elton!

- Simples pra você, que tem transistores no crânio, no lugar do cérebro. Eu fui construído com válvulas! - defendeu-se Elton, rindo e afastando-se dele, indo sentar-se ao piano. - Isso é simples pra mim...

E começou a tocar a tocante introdução de “Don’t let the sun go down on me”. James fez a mesma coisa no sintetizador e olhou para ele, encolhendo os ombros. Elton olhou para ele com desprezo e tocou também a introdução de “Georgia”. James arrasou novamente, repetindo. Com ar de vingança, Elton revidou com “Bennie and the Jets”. O maestro não teve dificuldade em imitá-lo, com um sorriso calmo nos lábios.

Elton levantou-se do piano e aproximou-se dele. Pegou o rapaz pelos ombros, afastou-o para o lado e heroicamente tocou “The theme from na non-existent TV series”, um instrumental de menos de dois minutos muito rápido, feito por James, do álbum de 76, “Blue Moves”. Tocou inteiro sem nenhum deslize. James aplaudiu no final e Elton, olhando para as mãos, perguntou:

- Eu fiz isso?

James começou a rir.

- Não fui eu! - disse James, erguendo as mãos.

- Você gravou? Ninguém gravou isso?! Eu posso não conseguir outra vez! - falou, brincando.

John apareceu na porta do estúdio com Clive Franks e Gary Osborne.

- Pode-se entrar?

- Claro... Olá, meninos! Quem morreu?

- Por quê? - Clive perguntou, apossando-se do copo de vinho sobre o piano e tomando um gole.

- Quando você e o John aparecem juntos, ou tenho mais uma turnê em vista ou perdemos algum contrato ou alguém morreu. Como eu sei que não terei turnê nenhuma este ano, já que prometi matar o John, se ele me arrumasse alguma, e está tudo bem na Rocket, o que resta...

- Ninguém morreu, falou John, colocando uma revista nas mãos dele. - Os senhores estão aqui.

- Os senhores quem? - Elton perguntou.

- Você e o Jim.

Elton observou a capa da revista. Era a Contemporary Keyboard. Especializada em teclados e afins, para a qual os dois tinham dado uma entrevista por seus conhecimentos no assunto.

- Ah! Pensei que não fosse sair mais. Eles nos entrevistaram no meio da turnê...

Abriu a revista e começou a folheá-la. Foi para perto de James e viu com ele.

- Acho que colocaram inteira. Onze páginas! O Bob é generoso... Mas eles escolhem as fotos mais estranhas pra colocar, nunca vi!

- Bem, depois de ter insistido tanto pra fazer a entrevista, o mínimo que poderiam ter feito era publicá-la inteira mesmo, disse John.

O telefone tocou e Elton olhou para o aparelho, fazendo uma careta. Ninguém se mexeu, esperando que ele fosse atender, afinal estavam na casa dele. Elton olhou para o empresário que disse:

- Já sei. “Atenda, John!”.

O cantor esboçou um sorrisinho infantil e John foi pegar o fone.

- Alô! Hercules House... Quem deseja?

John ficou sério e pigarreou.

- Pois não, Alteza. Vou passar o telefone pra ele.

Estendeu o telefone a Elton, que fez um ar de “quem é?”.

- Sua Alteza, o príncipe Andrew.

Elton olhou para todo mundo com estranheza e atendeu:

- Boa tarde, Alteza!

- Deixa o protocolo de lado um pouco, respondeu a voz do outro lado. - Estou ligando pra te fazer um convite... Ah!... Boa tarde, Elton!

Elton riu.

- Um convite?

- É. Você tem algum compromisso sério pra esse mês? Alguma coisa inadiável?

- Bem... não que eu saiba, disse, olhando para John. - Pretendo descansar pelo menos até o lançamento do nosso novo álbum... Por quê?

- Quero você na festa do meu aniversário no... final do mês... talvez...

Elton ergueu as sobrancelhas e sorriu.

- Poxa, será uma honra e um prazer, Andrew. Estarei lá, sim.

- Mas não é só como convidado, não. Quero que você cante também.

- Claro, o que você quiser. Repito, vai ser um enorme prazer.

- Ótimo! Sabia que você não ia recusar. Mamãe já fez até uma lista do que quer que você toque. Você não se importa, não é?

- Claro que não! Vai ser até mais simples pra mim...

Nesse momento, Davey, Dee e Nigel entraram ali e Davey, barulhento como sua guitarra, falou:

- Boa tarde, meninos! Nossa, que silêncio... O que houve?

John fez um sinal para ele ficar em silêncio e Davey estacou, não entendendo nada.

A RAPOSA - PARTE 1

CONTINUA...

OBRIGADA! SEJAMOS SEMPRE REFLEXO DA GRAÇA DIVINA

BOM DIA E QUE DEUS ABENÇOE A TODOS

Velucy
Enviado por Velucy em 22/09/2019
Reeditado em 22/09/2019
Código do texto: T6750876
Classificação de conteúdo: seguro
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