Q.B. - DOIS QUARTOS NO FIM DO MUNDO - PARTE 20

III - DOIS QUARTOS NO FIM DO MUNDO

Don’t judge us by distance or the difference between us…

…try to look at it with an open mind...

…because where there is one room... you always find another…

Two rooms at the end of the world

Músicos da melhor qualidade participaram das gravações. Muitos deles já conhecidos por seu trabalho com Elton John, como Dee Murray, baixista que trabalhou com ele no começo de sua carreira, Kenny Passarelli, que tocou baixo, no álbum “Blue Moves” de 1976, Richie Zito e Steve Lukather, que estavam também trabalhando no novo álbum de Elton, Paulinho da Costa, percussionista brasileiro, Jeff Porcaro, Vennette Gloud, Bill Champlin e vários outros.

Bernie tinha grande força de vontade e levava muito a sério cada detalhe do álbum, desde os vocais até o desempenho de cada instrumento. Elton ficou particularmente surpreso com as letras das canções. Todas elas contavam a história de Bernie de alguma forma. Suas experiências do passado, seus gostos, sua forma de pensar, sua vida enfim estava toda retratada em suas letras, nua e cruamente.

“Approaching Armageddon” era uma carta aberta relatando toda sua vida praticamente desde o nascimento e era imensa, tendo onze estrofes de quatro ou cinco versos e apenas um estribilho, ela durou 04:30min. Todas as letras eram grandes, nada comerciais, mas Bernie não estava preocupado com isso. A seriedade e a competência que ele mostrou durante as gravações deixaram Elton particularmente orgulhoso, admirado e enciumado, receoso até de como o letrista tinha mudado e crescido como pessoa ou se tinha sido sempre assim e ele estava tão cego em seu próprio ego que não percebeu.

Cada faixa gravada deixava todo mundo muito satisfeito e emocionado. As canções eram fortes, como fortes eram as letras, longas e incisivas.

Ao final da gravação de “Approaching Armageddon”, Bernie estava suado e emocionado, tirou os fones de ouvido e passou as mãos pelo rosto, apertando os olhos. Estava chorando. Dennis aproximou-se dele e o abraçou longamente, como se a lhe dar apoio.

- Calma, cara, ficou maravilhosa! Maravilhosa!

Humberto Gatica, o engenheiro de som, começou a bater palmas, no que todos no estúdio o acompanharam, inclusive Elton que o observava do outro lado do vidro, perto da mesa de som. Não se aproximou. O momento era só dele.

Elton fez backing vocal na canção “Love (the barren desert)”, que justamente falava sobre os dois, indiretamente para quem não conhecia a história toda, mas quem estava intimamente ligado a tudo, sabia. Era um desabafo de Bernie.

Já eram quase duas da manhã, quando as gravações terminaram. Todos estavam satisfeitos com o resultado, inclusive Bernie que olhou para Humberto, ao final de tudo, e o engenheiro de som levantou o polegar dando o seu ok.

Ele saiu da cabine e aproximou-se de Toni que o abraçou e beijou.

- Ficou lindo, meu amor! Lindo!

- Ficou fantástico mesmo, parabéns! - disse Humberto, apertando sua mão.

Dennis e todos os que estavam no estúdio o cercaram e a palavra era uma só. Elton continuava sentado na cabine, olhando tudo de longe, sem querer se envolver. Ele não era importante ali naquela hora. Bernie procurou por ele no meio das várias pessoas que estavam no estúdio e, ao vê-lo, deu um beijo em Toni e afastou-se dela, aproximando-se dele.

DOIS QUARTOS NO FIM DO MUNDO – PARTE 20

CONTINUA...

DEUS ABENÇOE A TODOS E NUNCA PERCA SUA FÉ!

OBRIGADA E BOA TARDE!

Velucy
Enviado por Velucy em 15/08/2019
Código do texto: T6720859
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