QUEBRANDO BARREIRAS - RESSURREIÇÃO - PARTE 7

I - RESSURREIÇÃO

Alguém está com problemas em algum lugar esta noite...

... O vento levou para longe todas as notícias de ontem...

- Você é que pensa! “Greatest Hits II” estourou lá, o “Here and There” também. “Skyline Pigeon” faz sucesso lá, até hoje! Você não está morto, meu caro, só está apagado, fechado para balanço. Sempre será Elton John, queira você ou não, descendo do avião no aeroporto internacional do Rio de Janeiro.

- Sempre será Elton John, queira você ou não, descendo do avião no aeroporto internacional do Rio de Janeiro.

- Também acho, comentou Gary.

- Contrataram guarda-costas brasileiros pra te acompanhar o tempo todo, além dos nossos seguranças.

Elton olhou para Clive e fez um ar divertido de interesse e riu com ele. Gary balançou a cabeça.

- E o hotel onde eu vou ficar? - quis saber Elton, vendo que John não tinha achado graça da brincadeira.

- Fiz reservas num dos melhores de Copacabana. Só falta você chegar. Só que ainda acho um pouco difícil você se livrar de fãs e repórteres quando souberem que você está lá.

- Os seguranças falam por mim. Estarão sendo pagos para serem minha voz, não é? Serão gentis e educados, mas teimosos como eu. Se eu tiver que atender repórteres, acho que não respondo por mim.

- Ainda mais num país de língua diferente... comentou Clive.

- Não é bicho de sete cabeças, continuou John. - Você vai ter intérpretes lá, se quiser.

- Não quero! - falou Elton, taxativo, levantando-se do piano e dando uns passos até a mesa de som, sentando-se diante dela, mexendo nos botões. – Não quero falar com ninguém. Não vou mais ser acessível a nenhum tipo de imprensa, ainda mais num país com quem eu não tenho intimidade nenhuma. Eu vou pra descansar e conhecer um pouco da música brasileira que já me disseram que é muito quente e sensual. Pode ser uma experiência nova.

- O sol vai te fazer bem, disse Clive. - Lá deve estar um calor de quarenta graus à sombra.

- É isso que eu quero, finalizou Elton. - Sair da geladeira da minha vida nem que seja por dez dias.

Davey Johnstone, o guitarrista, e Ray Cooper, o percursionista, entraram no estúdio.

- Chegou o famoso séquito! - brincou Clive, com as mãos em concha diante da boca.

- Ou o que restou dele, disse Davey, batendo na mão que Clive estendeu aberta. - Como vai, Clive? Oi, Gary, John... Oi, patrão! - disse, olhando para Elton e lhe apertando a mão demoradamente. - Como é que você está?

- Tudo bem, grandão. E vocês? Oi, Ray!

- Quando é que se começa a trabalhar nesse álbum, afinal de contas? - perguntou Ray, apertando também a mão de Elton. - Eu já estou começando a sentir os dedos enferrujarem.

- Pode deixar, Ray. Logo, logo, vai ter muito que fazer pra desenferrujar seus dedos, não é, Elton?

- É... suspirou Elton, dedilhando o início de uma nova canção feita com Gary: “Georgia”.

Davey e Ray trocaram um olhar significativo. Eles conheciam o velho Capitão muito bem. Aquilo não parecia o início de um futuro muito reluzente, não para Elton. E eles, mais do que qualquer um ali, lamentavam tudo que acontecia com Elton e o que o havia deixado tão diferente e soturno.

RESSURREIÇÃO – PARTE 7

CONTINUA...

OBRIGADA E BOA NOITE!

Velucy
Enviado por Velucy em 05/07/2019
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