QUEBRANDO BARREIRAS - RESSURREIÇÃO - PARTE 4

I - RESSURREIÇÃO

Alguém está com problemas em algum lugar esta noite...

... O vento levou para longe todas as notícias de ontem...

Elton John havia feito seu “último concerto” naquele 1º de novembro, no palco do Wembley Stadium em Londres.

Sem dúvida aquela notícia repercutiria estrondosamente em todo cenário artístico e seria o marco de várias mudanças para música na década de setenta. Se, há dez anos passados, ele estava subindo os primeiros degraus em direção ao enriquecimento do som no mundo, naquele novembro poderia estar abrindo caminho para outros jovens como Reg Dwight, enquanto fechava seus próprios caminhos.

O fato era que ele precisava urgentemente parar para se encontrar profissionalmente e descobrir novos valores dentro de si mesmo. A crítica não estava facilitando essa busca ao enriquecimento moral que, como ser humano, Elton estava precisando desesperadamente. Quanto mais aumentava seu desejo de se sentir menos falado, menos em evidência, mais o colocavam na berlinda e criticavam seus atos como se ele não tivesse mais direito de agir como pessoa, como gente.

Só o próprio Elton poderia dizer o significado daquele último concerto, e só ele poderia avaliar o que aquele último show significaria para o resto de sua vida como astro pop da música internacional, já dezenas de vezes consagrado.

Quem acompanhou toda a jornada de Elton John no cenário artístico e notou sua importância como músico e como “showman”, sabia que não iria ser fácil sair de cena, como não havia sido fácil entrar.

Elton passou o resto daquele setenta e sete trancado em sua mansão londrina. Queria se isolar ao máximo e evitar o contato com qualquer tipo de coisa que pudesse lembrá-lo de que era um astro.

As poucas vezes em que saiu de casa, foi para ir ao Watford, onde passava horas treinando com os atletas, jogando ou mesmo discutindo com os dirigentes sobre o futuro do time, tornando verdade as manchetes que diziam que Elton John estava afastando definitivamente dos palcos para se dedicar exclusivamente ao futebol.

A vaidade sempre foi tida como uma das grandes características da mulher. Ela faz parte do mundo feminino como o Código Penal faz parte da vida de um advogado. No homem, a vaidade talvez exerça uma influência ainda mais forte, justamente por não ser tão comum.

Elton começava a tentar mudar de visual e mostrava nitidamente que ele tinha necessidade urgente de satisfazer sua vaidade. Se, antes, era engraçado usar botas tremendamente altas, óculos absurdamente estranhos, roupas extravagantes, coloridas e audaciosas e toda a fantasia própria de um palhaço pop, agora, toda confusão criada pela súbita depois de quase dois anos de afastamento o faziam querer mudar por fora.

Primeiro foram as roupas, agora mais contidas e sóbrias, depois os óculos que foram substituídos por lentes. Surgiu então um novo problema: Stanley Dwight, seu pai, era calvo, portanto, Elton já há algum tempo estava enfrentando o mesmo problema que o pai – a calvície começava a amedrontá-lo e já o apavorava perceber que estava ficando calvo também.

A calvície fere a vaidade de um homem de um modo crucial e Elton estava decidido a livrar-se dela o mais rápido possível. Tentou o implante.

Submeteu-se a duas operações de uma hora e meia cada, em Paris. Depois disso, era só esperar os resultados.

Para manter a forma, passou a cuidar mais de sua saúde e policiar-se na alimentação. Um rigoroso regime e menos álcool, o tornaram mais elegante e mais leve. Mas, apesar de tudo isso, a apatia não o deixava. Teve até um começo de bulimia e as coisas pareciam não ter muito sentido.

No entanto, ele pretendia ainda continuar gravando. A ideia de Clive Franks, produtor da Frank N. Stein Productions de levantar Elton John, musicalmente falando, havia surtido algum efeito.

RESSURREIÇÃO – PARTE 4

CONTINUA...

BOM DIA!

Velucy
Enviado por Velucy em 04/07/2019
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