AMANDA VII - POR QUÊ? - PARTE ÚNICA
POR QUÊ? – postado anteriormente em 05/09/2017
Quando eu vi pela TV o comercial da Bunny’s no início de 1989, eu não imaginei nem por sonho que aquilo que apaixonou tanta gente em muitos lugares de São Paulo (e eu fiquei sabendo disso muitos anos depois pela internet) fosse ter uma repercussão tão grande na minha vida.
Eu tinha vinte e nove anos, era solteira e me apaixonei por aquele rapaz e por aquela moça, tão lindos e carismáticos. Revendo agora várias vezes o comercial, eu até percebo que você nem nota que ele promovia uma marca de roupas. Pra mim agora, ele só anunciava a beleza daqueles dois jovens: Marcos Roberto Gambarini e Dimitria Cardoso, e queria que eu escrevesse sobre eles.
Como eu sempre adorei escrever, desde os doze anos, surgiu na minha frente uma estorinha que o comercial me sugeria. Inventei o Marco Antônio Ramalho e a Amanda Rotemberg em maio naquele ano de 1989.
Eu sei explicar o nome da Amanda. A música tema do clipe era “Mandy”, gravado pelo cantor Barry Manilow, que eu amava e amo! Essa música me arrepia até agora quando eu ouço por motivos óbvios. Mandy é o jeito carinhoso que os americanos chamam as Amandas que existem por aí. Então ela tinha que ser Amanda e era parte dos sonhos de um adolescente TDB ou Tudo De Bom, como as meninas daquela época definiam os rapazes que “fechavam o trânsito” da época por causa de sua beleza.
Mas não sei explicar porque o nome dele seria Marco. Eu não tinha nem ideia de quem seria aquele rapaz lindo do clipe. Pra mim ele parecia Marco e na minha cabeça o meu Marco lindo da minha estória tinha nascido em dois de junho de 1970. Minha Amanda em cinco de outubro de 1971. A trama toda ia se passar em 88, quando eles tinham dezessete e dezesseis anos respectivamente. Uma idade linda! Perigosa, a chamada “aborrescência”, mas ainda assim linda!
Era para ser um conto com começo meio e fim. Tanto que eu levei poucos dias para escrever tudo. Comecei e terminei “Amanda, Escrito nas Estrelas” em maio de 89 e dediquei à minha sobrinha Kelly Cristina que na época tinha treze anos. Ah! Na época era tudo escrito à máquina... de escrever, que hoje em dia é um bicho que muitos jovens perguntam como é que faz para imprimir depois que escrevem nela. Em 2012, eu ouvi uma colega de trabalho recém-concursada e iniciando na empresa em que eu trabalhava perguntar o que era aquilo e como se digitava nela! Pra você ver como isso faz tempo...
Bom, mas retornando ao “Mandy”: Depois de escrever o que eu achava que seria só um romance adolescente curtinho, comecei a pesquisar sobre meu casal adolescente lindo do comercial e descobri, por fontes que eu não vou lembrar agora, afinal, lá se vão quase trinta anos, que o menino se chamava Marcos Roberto Gambarini e a garota Dimitria Cardoso. Descobri até que ele tinha vinte e dois anos e morava numa rua do Brooklin Novo que agora, se não me engano, se chama Brooklin Paulista. Descobri até o nome da rua que não vou divulgar obviamente por respeito à família dele que, graças a Deus, deve existir em algum lugar do mundo.
Cometi naquele ano a loucura de tentar me comunicar com o Marcos, sem sucesso nenhum, para sorte dele e frustração minha. Descobri até o telefone dele! Ele tinha um sobrenome diferente e não foi difícil achar na lista telefônica. Eu estava realmente apaixonada pelo garoto. Eu gravei o comercial da Bunny’s em fita cassete (outro bicho estranho ultimamente, como o disquete, o vídeo cassete e por aí vai.) e assistia vinte vezes no dia se pudesse, só pra saber que ele existia no mesmo mundo em que eu vivia, mesmo sendo intocável pra mim.
O Brooklin Novo era e ainda é um bairro nobre de São Paulo e, como o Morumbi, e outros bairros da zona sul, não eram pro meu bico. Eu morava e moro no Itaim Paulista. Não desmerecendo o bairro onde eu nasci, adoro minha cidadezinha do interior da periferia de São Paulo! Dá-lhe Zona Leste! Mas do Brooklin Paulista para o Itaim Paulista, infelizmente, tinha e tem um "grand canyon" de diferença, mesmo os dois sendo paulistas!
Voltando a terra: Eu cheguei a descobrir que o Marcos era nascido no início de fevereiro e, se não me engano, ele era do dia 06. Me lembro de ter ouvido outras verdades esses anos todos, mas na época essa data teve todo significado pra mim, porque na minha cabecinha criativa demais, sem falsa modéstia, o meu personagem Marco Antônio nasceu em 02/06/70 e o Marcos era de 06/02/67.
Bom, é isso. Mas a história tomou uma proporção tão grande na minha cabeça que eu sempre achei que a vida continua e nenhuma história realmente tem só um final feliz. As pessoas ou personagens não morrem depois que a novela acaba e eu tinha que dar continuidade à vida do Marco Antônio depois que ele fez dezoito anos em dois de junto de 1988 e ganhou um Escort do pai, um relógio Rolex lindo da mãe e um pôster gigante da Amanda que ficou na parede do seu quarto por muito tempo. Não! Eu ainda não estava satisfeita.
Já que eu não podia ver de perto e tocar no Marcos Gambarini, me contentei em ter meu Marco Antônio que afinal tinha sido inspirado nele e tinha o mesmo rosto e a mesma personalidade adolescente linda que o Marcos parecia ter. (Anos depois eu fui descobrir que ele realmente era uma pessoa muito especial, que tocava piano e tinha a intenção de estudar agronomia para lidar com a terra. E ele fez tudo isso.).
Eu comecei o “Amanda, Escrito nas Estrelas II”. Porque, afinal de contas, se eles passaram por tudo que passaram no primeiro livro (coisas que só você lendo o romance vai saber) e terminaram o livro, ainda como apenas namorados, eu não poderia deixar que eles ficassem sem se casar. E eles se casaram no II, na cerimônia de casamento mais linda que eu já assisti (desculpa a pretensão, queria realmente ter estado lá, não só ter criado).
Aí eles foram crescendo, ele, fazendo faculdade e começando sua vida profissional. Eu fiz a loucura até de fazer os dois encenarem o clipe da Bunny’s no livro, afinal o Marco foi inspirado no gato da Bunny’s, no meu gato da Bunny’s! A Amanda terminou o colégio e por aí afora.
E como todo casal casado e apaixonado quer ter filhos, eles também tinham que ter os seus e foram logo dois de uma vez. Duas coisinhas muito fofinhas: um menino e uma menina que nasceram em 31 de outubro de 1991 quando o casal já tinha, 21 anos, ele, e 20 anos, ela, respectivamente. Eu tenho até foto deles, pasmem!
Nessa altura eu já estava no livro V, quando eles descobriram que teriam gêmeos. No VI as crianças nasceram, eles mudaram do apartamento na Rua Capitão Otávio Machado para uma casa muito charmosa na Chácara Flora, na Rua Recanto.
Esse sexto livro, ou a estória que está nele, estava parado batido à máquina de escrever a vários anos. Eu o desentoquei dos meus guardados esse ano, depois que comecei a publicar a novela no Site Recanto das Letras. Tive que continuar a trama pra poder dar um final descente ao romance.
Em 2011, como a internet já tinha entrado na minha vida, eu comecei a fuçar de novo e pesquisar sobre o comercial da Bunny’s e procurar pelo Marcos Gambarini, ou Gamba, como ele era conhecido e tratado pelos amigos. Aí, infelizmente, e você não imagina como isso me doeu fundo, descubro que ele tinha falecido em 2009, dois anos antes. Fim de janeiro ou começo de fevereiro, não sei ao certo, com 42 anos ou quase, já que ele era do início de fevereiro. Isso não importa muito agora.
Só sei que eu fiquei muito tempo anestesiada com essa notícia. Meu Marco Antônio não existia mais. Tinha morrido com o Marcos Roberto.
Comecei a escrever o sétimo livro em 2011 mesmo. A história se passava em 1999/2000, com os gêmeos dos dois já com oito anos e o Marco com vinte e nove, Amanda com vinte e oito.
Eu viajei na maionese literalmente mesmo. Chorei muito na época, escrevendo, e precisei começar a matar o Marco e o Marcos dentro de mim. Mas eu queria matá-lo da forma mais suave que eu podia inventar, já que tudo na vida e na cabeça dele era muito intenso, mas suave.
O meu Marco era todo educação, todo respeito pelas pessoas, todo alegria, todo gosto por música, cinema, esporte, arte, amor pelos pais, pela irmãzinha, pelos filhos, amigos e principalmente por sua Amanda linda de viver, como diria Hebe Camargo.
O Marco Antônio Ramalho era o filho que eu queria ter e acho que até já tenho, se Deus me ouviu e atendeu e entendeu minhas sandices.
Meu filho Leonardo com vinte anos agora é lindo e tem mais ou menos os mesmos pensamentos e as mesmas confusões que o Marco adolescente tinha. Mas é meu filho querido e amado, como o Marco foi amado pelos pais.
Eu procurei, como disse anteriormente, uma forma bem sutil de matar o Marco dentro de mim, mas só na minha imaginação, porque no meu coração ele e o Marcos Roberto Gambarini vão existir pra sempre, no meu romance que virou quase uma saga. Quase não, é uma saga, com todo respeito às autoras do “Harry Potter” e do “Crepúsculo”, mas eu acho que inventei isso de saga antes delas, me desculpem a pretensão de novo... mas eu sou mais velha que as duas.
Eu tive que matar o Marco porque senão não ia parar nunca mais de escrever sobre ele. Ele não podia continuar existindo, se o rosto que deu vida a ele não existia mais.
Quero dizer que tenho muito respeito pela família do Marcos Gambarini. Sei que ele foi casado e tem uma filha e um irmão mais novo. Tenho o maior respeito por todos eles e espero que estejam vivendo felizes e bem onde quer que estejam.
Esse romance ficou guardado nas minhas gavetas por quase trinta anos e saiu agora na luz graças à indicação de uma colega de trabalho que me apresentou o "RECANTO DAS LETRAS" a quem eu agradeço muito.
Ah! Por falar em coincidências que eu sei que não existem... para terminar o sexto livro este ano, eu fui na internet procurar o nome da rua em que o Marco e a Amanda iam morar com os filhos.
Quando solteira, a Amanda morava na Rua Angra dos Reis, na Chácara Flora, e o Marco queria comprar uma casa que ficasse perto da casa do pai dela, também na Chácara Flora. Eu fui fuçar no Google e queria achar uma rua que tivesse um nome bonitinho pro casal morar na Chácara Flora e achei! A Rua Recanto sai da Rua Angra dos Reis! E eu estou publicando (tornando público) meu ROMANCE/NOVELA no site “Recanto das Letras”.
Coincidência? Isso não existe!
Deus abençoe a todos que tiveram a paciência de ler minha novelinha (saga). Me perdoem aos que acharam que os capítulos eram longos demais e me criticaram duramente por isso no início. Aos que até disseram que era um monte baboseira porque “novela é coisa de mulher!”, o que eu me dou o direito de discordar. O Luciano Camargo (irmão do Zezé) é bem macho e o maior noveleiro de quem eu já ouvi falar. Ele mesmo fala.
Todo meu carinho a todos e principalmente à Magda, minha colega de trabalho que foi que me incentivou a colocar cada capítulo no site. Eu só colocava um próximo quando ela lia o último. Não era importante que muita gente lesse, mas se ela lia, eu ficava feliz. Obrigado por isso, Magda. Deus te abençoe!
Tirei e Recoloquei o romance no site na esperança que Linx Bonarde o lesse, mas acabei descobrindo outro amigo/anjo, SEBASTIÃO REINERT de Joinville, a quem agradecimentos seriam nada perto de toda a alegria que ele tem-me proporcionado. Obrigada, sempre, amigo!
Vera Lucia Moreira
(Meu "Lucia" é assim mesmo, sem acento. Eu sou professora de Português aposentada e sempre achei isso o cúmulo, mas tudo tem um por que, não é?)
Setembro de 2017/Janeiro de 2019
Meu filho fez vinte anos no dia 05 de setembro de 2018.
Não é a glória?!
Parabéns, sempre, amor!
EU TE AMO!
Hoje à tarde colocarei a última parte do romance
AMANDA, ESCRITO NAS ESTRELAS VII
OBRIGADA SEMPRE, QUE DEUS ABENÇOE A TODOS,
VELUCY