AMANDA VII - INCONFIDÊNCIA XVI - PARTE 3

III – INCONFIDÊNCIA

Marco e Amanda ficaram abraçados por um longo tempo. Marco massageava as costas dela em silêncio e o choro dela foi se acalmando lentamente.

- Você vai contar pra eles? - ela perguntou, ainda abraçada a ele.

- Vou... ele disse, num suspiro. - Só não fica assim. Eu estou sendo injusto mesmo te pedindo pra aguentar essa barra sozinha, ainda mais... no teu estado. Eu vou contar pros meus pais e pro seu pai e a Rita. Depois a gente... conta pras crianças e a Dalva, em casa.

Marco fechou os olhos e as lágrimas começaram a rolar de seus olhos também. Ele a apertou nos braços.

- Sabe o que eu fico pensando?

- O quê? - ela perguntou, olhando de frente para ele.

- Lembra como foi a nossa história? Tudo... tão intenso, teve que ser sempre tudo muito imediato. A minha pressa de ficar com você, de me casar com você...

Ela confirmou, balançando a cabeça sorrindo entre as lágrimas e enxugando as dele com a ponta dos dedos.

- Acho que alguma coisa já me dizia que eu ia... ficar tão pouco tempo com você. Eu tinha que fazer isso logo. Doze anos é um minuto, perto do que eu gostaria de viver ainda com você, Amanda...

Amanda passou a mão pelo rosto dele e o enxugou.

- Me perdoa... ele pediu.

- Por quê, meu amor? - ela perguntou.

- Por te amar tanto e por não poder fazer nada pra isso ser eterno aqui na terra.

- Como eu sempre digo: você é e vai ser sempre meu... pra sempre, Marco.

Marco sorriu entre as lágrimas a beijou longa e apaixonadamente. Ao final do beijo, emocionado, pediu:

- Fica aqui. Não quero você na sala enquanto eu estiver... contando pra eles...

- Vai dar tudo certo. Tudo vai ficar bem. É a nossa família que está lá fora, Marco. Eles todos te amam muito.

- Por isso mesmo que eu tenho medo. É muito mais difícil enfrentar as pessoas que eu amo... e todo mundo naquela sala é muito importante pra mim.

A porta se abriu e Mariana apareceu entrando por ela. Marco olhou para trás e quando viu a irmã, voltou a olhar para Amanda, ainda magoado pelo que ela tinha feito.

- O papai pediu pra eu vir ver se está tudo bem, a garota disse, timidamente.

- Está, Amanda respondeu, sorrindo. – Está tudo bem. O Marco já vai falar com todo mundo.

- E eu quero que você me faça um favor... se é que isso é possível... disse Marco, rispidamente, sem olhar para a menina.

Mariana ficou parada e esperou. Ele se levantou e olhou para ela, enxugando o rosto.

- Onde é que estão seus sobrinhos?

- Brincando no quintal. Está todo mundo brincando no quintal.

- Eu quero que você vá ficar com todo mundo. Você e o Júlio César são os mais velhos da turma e eu quero... que vocês tomem conta de todos eles, principalmente do Artur que é o mais novinho. Pode fazer pelo menos isso por mim?

Ela balançou a cabeça, confirmando, e seus olhos encheram-se de água.

- Desculpa, Marco...

- Eu te pedi pra não falar nada! O que deu em você, Mariana? Você me traiu. Eu te pedi!

A menina não respondeu. Correu até ele e se abraçou ao irmão, chorando.

- Desculpa... Eu só estou preocupada com você. Não fiz por mal. O papai tem que saber pra poder te ajudar.

- Já te passou pela cabeça que ninguém aqui pode me ajudar?

Ela ficou abraçada a ele, sem dizer nada.

- Tá bom, vai pra lá, ele disse afastando a irmã dele, contendo a própria emoção. - E cuida do Lupe, da Letícia e do Artur pra mim. Não quero nenhuma criança na sala, mas tome conta pra nenhum sair dos limites do quintal. Vai.

- Me perdoa... não fica zangado comigo.

- Não estou zangado... Estou magoado... decepcionado... Vai logo.

A menina saiu e ele olhou para Amanda.

- Não seja tão duro com ela...

Ele não respondeu, apenas perguntou:

- Você vai ficar legal?

- Vou. Eu te espero aqui. Ele sentou de novo ao lado dela e a beijou mais uma vez.

- Eu te amo.

- Nós também, ela disse, colocando a mão sobre a barriga. – Posso te pedir um favor?

- O quê?

- Sorri pra mim...

Marco franziu a testa e balançou a cabeça, sorrindo rapidamente e beijando-a novamente.

- Eu já venho.

Ele se levantou e foi para a porta, saindo do quarto.

INCONFIDÊNCIA

PARTE III

Esperança e Fé nesse Ano que se inicia!

Vamos fazer o que é certo e bom pra nós e para o próximo.

OBRIGADA SEMPRE!

Velucy
Enviado por Velucy em 15/01/2019
Reeditado em 27/01/2019
Código do texto: T6551272
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