AMANDA VII - INCONFIDÊNCIA XVI - PARTE 2
II – INCONFIDÊNCIA
Amanda pegou um pano de prato e foi enxugando as mãos enquanto seguia o sogro preocupada.
- O que foi, seo Antônio?
- Eu posso te fazer uma pergunta, filha?
- Claro... O que foi?
- O Marco está doente?
Amanda ficou em silêncio e não conseguiu responder.
- Fala, filha!
- Quem foi que... disse isso pro senhor?
- Está mesmo? O que meu filho tem, Amanda?
- Ele... Meu Deus, ele não queria que ninguém... Onde é que ele está? - ela perguntou, começando a chorar e colocando a mão sobre a barriga.
Encostou-se na parede e fechou os olhos.
- Desculpe, filha, mas eu preciso saber.
- Pergunte a ele mesmo, seo Antônio. - Só ele podia ter falado a respeito disso. Como o senhor ficou sabendo?
- A Mariana me contou e ele saiu nervoso de perto de nós. Eu não entendi nada.
Laila ouviu os dois conversando no corredor e foi ver o que estava acontecendo. Ao ver Amanda chorando ficou preocupada.
- Amanda, o que houve? Está sentindo alguma coisa?
- Eu quero me deitar um pouco, disse ela, passando a mão pela cabeça.
- Vamos pro meu quarto, Laila falou, amparando a nora. – O que você disse a ela, Antônio?
Antônio não conseguiu dizer nada.
- Cadê o Marco, Antônio? Vá procurá-lo, então!
Laila levou Amanda para seu quarto e a fez deitar-se. Antônio foi procurar por Marco e perguntou por ele para José, Teo e Aldo, que conversavam na sala.
- Vocês viram meu filho?
- Não... responderam os três.
Ao ver Antônio tão alterado, José se preocupou.
- O que foi que houve? - perguntou, levantando-se.
Marco apareceu na sala, vindo do interior da casa e olhou para o pai.
- Filho... a Amanda está passando mal lá dentro.
- Onde? - ele perguntou, preocupado.
- No nosso quarto.
Marco correu para socorrer a mulher. José também ficou apreensivo.
- A Amanda, passando mal? O que ela tem? Meu neto...
- Calma, José, deve ter sido uma queda de pressão. Eu... perguntei uma coisa pra ela e ela...
Antônio se sentou e colocou as mãos na cabeça.
- O que foi, Antônio?
Ele não conseguiu falar mais. Começou a esfregar as mãos preocupado.
Marco entrou no quarto de Laila e sentou-se junto de Amanda, segurando sua mão.
- Você está bem, amor? O que foi? O que aconteceu?
- Eu estou bem...
- Eu vou fazer um chá de erva doce pra ela, disse Laila. - Mas o que foi que te deixou tão nervosa, filha? O que o Antônio disse?
Amanda não respondeu. Apenas abraçou o marido e chorava baixinho.
- Mãe, deixa a gente sozinho, por favor, Marco pediu, segurando a mão da mãe.
- Filho...
- Por favor, mãe.
- Sob protestos. Eu quero saber direitinho o que está acontecendo.
- Eu vou dizer pra você, linda, mas espera um pouco lá fora. Eu preciso conversar com a Amanda. Não deixa ninguém entrar no quarto, principalmente o Lupe e a Letícia.
- Está bem, Laila disse, levantando-se da cama e saindo em seguida.
Amanda olhou para ele nos olhos e começou a falar:
- Eu não disse nada pra ele, Marco, eu juro...
- Eu sei, calma. Você tem que ficar tranquila agora. O que você está sentindo? Ele está bem?
Marco colocou a mão sobre a barriga dela e Amanda balançou a cabeça confirmando.
- Foi a Mariana, ele disse. - Meu pai perguntou pra mim, porque a gente estava... diferente. Me perguntou se estava tudo bem e eu disse que sim, mas ela estava por perto e me desmentiu. Eu não sei o que deu nela.
- Você não acha que é esse o melhor momento pra contar logo pros seus pais? Eu não sei se vou conseguir mais respirar e guardar esse segredo por mais tempo, Marco. Eu não vou guardar sozinha a angústia de estar correndo o risco de te perder aos poucos.
Ela voltou a chorar, abraçando o marido com força.
- Calma, Amanda. Você não pode ficar assim, ele disse aflito. - Você não está me perdendo. Eu vou estar sempre aqui...
Os dois ficaram abraçados por um longo tempo. Marco massageava as costas dela em silêncio e o choro dela foi se acalmando lentamente.
INCONFIDÊNCIA
PARTE II
Esperança e Fé nesse Ano que se inicia (14º. dia)!
Vamos fazer o que é certo e bom pra nós e para o próximo.
OBRIGADA SEMPRE!