AMANDA VII - INCONFIDÊNCIA XVI - PARTE 1
I – INCONFIDÊNCIA
Depois do discurso, Letícia aproximou-se do pai por trás dele e abraçou seu pescoço, beijando seu rosto. Lupe fez o mesmo com Amanda.
Letícia sussurrou alguma coisa no ouvido do pai e ele não entendeu bem. Marco segurou a mão da filha e perguntou:
- O quê, amor?
- A corrente da minha bicicleta soltou... ela disse, um pouco mais alto.
- E...?
- Não consigo colocar de novo.
- E por que tem que ser segredo? - ele perguntou, ainda no mesmo tom, sorrindo.
- Você está almoçando...
- Vou te contar um segredo também, ele falou, ainda mantendo a conversa no mesmo nível. – Eu já acabei.
- Então coloca pra mim?
- Vou tentar.
Marco pediu licença a todos e se levantou da mesa, indo para fora com a filha.
- A corrente da sua bicicleta saiu também? - Amanda perguntou a Lupe.
- Não, o menino respondeu.
- Então senta aqui no meu colo.
Ela colocou o menino no colo e o abraçou carinhosa e Cleo perguntou:
- Eles são sempre assim com vocês?
- Sempre... graças a Deus. A Letícia sempre foi mais ligada ao Marco e esse aqui se gruda em mim, quando ela tira ele de cena.
Arthur chegou perto da mãe e falou:
- Estou com sede, mamãe.
Cleo olhou para ele e o abraçou pela cintura, colocou água num copo e o ajudou a beber.
- Quero suco, o menino reclamou.
- Água, primeiro, depois eu dou o suco, se você continuar com sede.
Antônio se levantou e saiu da mesa também.
Lá fora, no quintal, Marco já tinha consertado a corrente da bicicleta de Letícia e a observava andar nela, pensativo. Antônio chegou perto dele.
- Como você vai fazer pra voltar pra casa de bicicleta com duas crianças? Eles vão estar exaustos daqui a pouco.
- Só eu e a Amanda vamos voltar de bicicleta. Os dois e a Dalva vão de carro com o avô até a Chácara Flora.
- Posso te fazer uma pergunta, filho?
- Claro, pai.
- O que aconteceu?
Marco olhou rapidamente para o pai e franziu a sobrancelha.
- Como assim?
- Você e a Amanda me parecem... diferentes... desligados ou ainda... preocupados com alguma coisa. Está tudo bem com o bebê? Com vocês?
- Está. Está tudo bem, sim...
Mariana chegou perto dos dois e segurou a mão do pai, olhando para Marco, séria.
- Oi, minha princesa, falou Antônio, segurando e beijando a mão da filha.
- Ele está mentindo pra você, pai.
- Do que você está falando, filha?
- O Marco está doente...
- Mariana! - exclamou Marco, voltando-se para ela, surpreso.
- O Marco está doente e não quer falar pra você, ela continuou.
Antônio olhou para o filho e Marco continuou olhando para a irmã, sem acreditar no que ouvia.
- Doente? Doente como? O que é que você tem, Marco? Do que ela está falando?
- Eu não tenho nada! Ela está inventando.
Marco saiu de perto dos dois e entrou na casa, aborrecido.
- Marco! - chamou Antônio, tentando fazer o filho ficar, sem sucesso.
Antônio olhou para Mariana. Pegou suas mãos e perguntou:
- Do que você está falando, filha?
- Eu estou preocupada com ele, pai. Ele fez uns exames com tio Guilherme e descobriu que tem alguma coisa grave na cabeça.
- Coisa grave? Que coisa grave, Mariana?
- Eu não sei bem. Conversa com ele, papai, por favor.
Antônio entrou na cozinha e encontrou as mulheres todas lá, juntas, arrumando a louça do almoço. Ele pegou Amanda pela mão e a levou para o corredor. Ela pegou um pano de prato e foi enxugando as mãos enquanto o seguia preocupada.
INCONFIDÊNCIA
PARTE I
Esperança e Fé nesse Ano que se inicia (14º. dia)!
Vamos fazer o que é certo e bom pra nós e para o próximo.
OBRIGADA SEMPRE!